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Estado de Minas

Comiss�o mostra pap�is que inocentam presos pol�ticos


postado em 10/12/2013 19:27

Numa cerim�nia carregada de emo��o, a Comiss�o Estadual da Verdade Dom Helder C�mara apresentou nesta ter�a-feira, 10, no Recife, documentos dos �rg�os de seguran�a p�blica que inocentam o ex-deputado federal Ricardo Zarattini e o engenheiro Ednaldo Miranda (falecido em 1997) da autoria do atentado a bomba no aeroporto internacional dos Guararapes, no Recife, em 1966, �poca da ditadura militar. Eles foram acusados de atentar contra o general Arthur da Costa e Silva, ent�o candidato a presidente da Rep�blica, que era esperado no aeroporto naquele dia, mas decidiu vir de Jo�o Pessoa (PB), de carro. Duas pessoas morreram e outras 14 ficaram feridas com a explos�o da bomba.

Zarattini e a vi�va de Miranda, Maria Lucila Miranda, receberam o documento com o carimbo "confidencial" do Servi�o Nacional de Informa��o (SNI) das m�os do governador Eduardo Campos (PSB), que instituiu a comiss�o estadual da verdade atrav�s de lei em junho do ano passado. O documento afirma que o autor do atentado foi o militante da A��o Popular (AP) Raimundo Gon�alves de Figueiredo, "numa a��o isolada, � revelia do comando da AP". Raimundo, de acordo com o documento, estava na clandestinidade, com ind�cios de que se entrava na Guanabara ou em S�o Paulo, e as autoridades militares e policiais do Recife estavam cientes do nome do autor do atentado.

Zarattini relembrou, em discurso, que ele e Ednaldo enfrentaram torturas nas depend�ncias do Dops e da Aeron�utica para confessar um crime que n�o cometeram. Ele foi preso, conseguiu fugir e n�o chegou a ser condenado pelo crime. J� Ednaldo Miranda foi condenado a dois anos de pris�o. Em�lia Miranda, filha de Ednaldo, afirmou que a vida do pai foi marcada por este epis�dio e agradeceu emocionada pelo resgate da verdade.

Odijas

Uma certid�o de �bito, retificada, por determina��o judicial, indicando que o estudante Odijas Carvalho de Souza foi alvo de "homic�dio por les�es corporais decorrente de atos de tortura", em 1971, foi recebida por sua vi�va, a soci�loga Maria Lucila Bezerra. Ela foi presa, no Recife, com o marido, alagoano que estudava Agronomia na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e fazia milit�ncia pol�tica contra o regime de exce��o.

No seu depoimento, Maria Lucila lembrou da ang�stia, quando presa, sem saber do paradeiro do marido. Contou que Odijas sempre cantava a m�sica de Paulinho da Viola "Foi um rio que passou em minha vida" e, certo dia, no p�tio da pris�o, assoviou a m�sica em dire��o � ala onde companheiros seus estavam presos e recebeu em troca, tamb�m assoviada, uma m�sica que falava em morte. Foi assim que soube que Odijas havia sido assassinado, embora at� agora, a sua certid�o de �bito informasse que sua morte foi de causa natural.

"Odijas presente, viva Odijas, viva todos os companheiros" foram express�es "puxadas" por Ricardo Zarattini no audit�rio repleto de pessoas que lutaram contra a ditadura militar, na sede provis�ria do governo estadual.

Mentiras

Eduardo Campos afirmou que duas mentiras vieram � tona com o trabalho da comiss�o, num dia simb�lico em que se comemora o dia internacional dos direitos humanos. A morte de Odijas foi considerada por ele "um crime pol�tico pelo Estado Brasileiro, pelo arb�trio" enquanto a vers�o inver�dica do atentado a bomba foi utilizado para dividir a resist�ncia ao golpe militar.

Ele pregou a continua��o das investiga��es pela comiss�o, coordenada pelo ex-deputado Fernando Coelho que afirmou da dificuldade de conseguir documentos comprobat�rios da �poca, pesquisados no Arquivo Nacional. "Houve at� um golpe de sorte porque eles tiveram tempo e tiraram muita coisa dos arquivos", observou, ao se referir aos documentos apresentados. Coelho informou que mais de 50 mil documentos ser�o expostos em um "memorial da democracia" para que os historiadores e interessados continuem trabalhando depois que a comiss�o for encerrada.


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