Condenado no processo do mensal�o por corrup��o passiva e lavagem de dinheiro a 7 anos e 2 meses de pris�o e pagamento de multa de R$ 962 mil, Pedro Henry (PP-MT) renunciou ontem ao mandato de deputado federal e se entregou � Superintend�ncia da Pol�cia Federal. O ex-parlamentar teve o mandado de pris�o expedido durante a manh� pelo Supremo Tribunal Federal. Henry � o 17.º condenado no processo do mensal�o a ser preso.
Na carta de ren�ncia apresentada � Mesa Diretora da C�mara, Henry se dirigiu ao presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). O ex-deputado alegou ter optado por entregar o cargo para n�o expor ainda mais a institui��o, desgastada pela repercuss�o do julgamento do mensal�o no STF.
"Senhor presidente, n�o seria este o desfecho da vida p�blica que eu havia planejado, mas n�o vou expor esta institui��o mais do que j� se encontra exposta por este epis�dio", escreveu Henry. A carta dever� ser lida em plen�rio na segunda-feira.
O ex-deputado disse, na mesma mensagem, ter tentado provar sua inoc�ncia, mas acabou condenado mesmo sem provas. "Apesar de abreviar em um ano este mandato, meu sentimento � de dever cumprido para com os mato-grossenses", afirmou.
Henry � o terceiro parlamentar condenado no processo do mensal�o a renunciar. Ele seguiu os passos de Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Jos� Genoino (PT-SP). O primeiro, assim como Henry, apresentou a ren�ncia no mesmo dia em que foi dada a ordem de pris�o. O petista, que apresentou um pedido de aposentadoria por invalidez s� renunciou quando a C�mara estava prestes a abrir um processo de cassa��o do mandato.
Pela Lei da Ficha Limpa, Henry ficar� ineleg�vel pelos pr�ximos 16 anos e n�o poder� concorrer a cargos p�blicos at� 2029, quando ter� 71 anos.
Dos quatro deputados condenados pelo Supremo no processo do mensal�o, o �nico a manter o mandato � Jo�o Paulo Cunha (PT-SP). Ele aguarda julgamento de recurso em liberdade (mais informa��es abaixo).
Companheiros
Enquanto estiver na Papuda, Henry ter� a companhia de outros condenados no processo do mensal�o, como o ex-ministro Jos� Dirceu e o ex-tesoureiro Del�bio Soares, segundo informou seu advogado, Jos� Ant�nio Duarte Alvares. A perman�ncia em Bras�lia, por�m, deve ser tempor�ria, j� que a defesa vai pedir, na segunda-feira, a transfer�ncia para Cuiab� (MT), onde vivem a mulher e os filhos de Henry.
Duarte Alvares afirmou ontem que pretende encaminhar sugest�es de trabalho para o deputado. "Ele � m�dico, com tr�s especialidades. N�o vai ser dif�cil receber uma oferta de emprego", afirmou. Henry � m�dico-legista, cl�nico geral e hiperb�rico.
Essa n�o � a primeira vez que Henry renuncia ao mandato. Em 2005 quando veio � tona o esc�ndalo do mensal�o, ele era l�der do PP. Em mar�o de 2006, foi absolvido pelo plen�rio.
No julgamento do caso no Supremo, a maioria dos ministros entendeu que o ex-deputado participou das negocia��es que levaram ao repasse de, pelo menos, R$ 3 milh�es do valerioduto para o PP e ao uso da corretora B�nus Banval para distribuir o dinheiro. Henry nega que tenha tratado de assuntos financeiros com o PT e diz que n�o tinha conhecimento da origem ilegal dos valores recebidos por seu partido.