(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

"A quest�o ind�gena virou caso de pol�cia", diz Marcos Terena

O l�der ind�gena Marcos Terena faz duras cr�ticas ao governo: "O governo n�o sabe o que est� acontecendo, s� toma conhecimento depois que explode o conflito"


postado em 06/01/2014 09:38 / atualizado em 06/01/2014 08:44

"Nenhum povo � igual a outro. O atual governo n�o v� isso, s� enxerga a capacidade hidrel�trica dos rios, a quantidade de ouro que pode tirar. N�o v� o ser humano" (foto: Reuters - 22/6/12)
O Planalto prepara mudan�as nas regras para a demarca��o de terras ind�genas; no Congresso Nacional, os ruralistas querem retirar do Executivo essa prerrogativa. Enquanto isso, os conflitos se intensificam, o mais recente em Humait� (AM), a 675km de Manaus, onde fica a reserva tenharim. Um �ndio foi morto, tr�s moradores est�o desaparecidos e a sede da Funda��o Nacional do �ndio (Funai) foi incendiada. Tudo por causa de um ped�gio cobrado pelos �ndios na rodovia que corta a reserva.

Ao Correio, o l�der ind�gena Marcos Terena faz duras cr�ticas ao governo: “O governo n�o sabe o que est� acontecendo, s� toma conhecimento depois que explode o conflito”. Segundo ele, a Funai est� ac�fala, virou obsoleta e n�o h� interlocutores preparados para lidar com conflitos. “Em Humait�, quem � o negociador? O ministro da Justi�a (Jos� Eduardo Cardozo) mandou a pol�cia. A quest�o ind�gena virou caso de pol�cia! � a pol�tica que o Chile adotou contra os �ndios mapuche. O governo brasileiro est� usando a mesma metodologia.”

Terena concedeu a entrevista por telefone, da aldeia Terena de Aquidauana, em Mato Grosso do Sul, onde nasceu h� quase 60 anos. Entrou na Funai como piloto. Foi fundador da Uni�o das Na��es Ind�genas. Na Eco-92, organizou a Confer�ncia Mundial dos Povos Ind�genas sobre Territ�rio, Meio Ambiente e Desenvolvimento. � o idealizador dos Jogos dos Povos Ind�genas e do Festival das Tradi��es Ind�genas.

O que est� havendo com os �ndios?

A gente precisa analisar a quest�o por tr�s �ngulos: um � o do colonizador cl�ssico, que � conservador e continua retr�grado em rela��o ao �ndio do novo mil�nio; outro, � a vis�o assistencialista e paternalista do governo brasileiro, que tamb�m � conservadora; o terceiro, � a din�mica natural e progressiva dos povos ind�genas, que � quase invis�vel. Diante das circunst�ncias do ser humano, o �ndio tem transformado as invas�es culturais e econ�micas — como hidrovias, hidrel�tricas, novas cidades e etc. —, que representariam uma cat�strofe �tnica, em nova perspectiva de luta e sobreviv�ncia. Esse processo est� sendo digerido pelos l�deres tradicionais, que chamamos de autoridades, e que o sistema colonizador transformou na figura caricata de caciques. S�o pessoas que muitas vezes nem falam portugu�s, vivem na selva, preservam a cultura e est�o muito atentas a esse processo.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)