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Estado de Minas

�ndios avisam que ped�gio ser� reaberto em Humait�

Al�m de terem se negado a atender o apelo, os caciques prometeram estourar as pontes e isolar a reserva caso haja novo ataque dos brancos


postado em 07/01/2014 18:25

Os �ndios v�o reabrir dia 1º de fevereiro os ped�gios na Transamaz�nica, em Humait�, sul do Amazonas. A cobran�a ser� feita apesar da amea�a de um novo ataque dos brancos que, no dia 26 de dezembro, atearam fogo aos postos instalados na �rea ind�gena. A decis�o foi anunciada na presen�a de dois generais do Ex�rcito, entre eles o comandante militar da Amaz�nia, Eduardo Villas B�as, em reuni�o com lideran�as ind�genas na aldeia dos tenharins, nesta segunda-feira, 6. O general havia pedido o fim do ped�gio em nome da paz na regi�o. Os conflitos come�aram ap�s o desaparecimento de tr�s homens em �rea da reserva h� 21 dias.

Al�m de terem se negado a atender o apelo, os caciques prometeram estourar as pontes e isolar a reserva caso haja novo ataque dos brancos. Eles foram informados de que estaria sendo preparada uma nova a��o para o pr�ximo dia 14. "O povo tenharim j� decretou que o ped�gio vai continuar, independente dos protestos de algumas pessoas. Demos um intervalo para n�o atrapalhar a for�a-tarefa (que busca os desaparecidos)", anunciou o cacique Aur�lio Tenharim, depois de expor que o ped�gio � uma compensa��o pela constru��o da Transamaz�nica na terra ind�gena, que teria causado mortes de �ndios. "Esperamos quatro anos para negociar e nenhum governo apareceu", afirmou.

Villas B�as, que estava na companhia do general Ubiratan Poty, comandante da 17ª Brigada de Porto Velho, do corregedor do Minist�rio P�blico Estadual Jos� Roque Marques, e dos comandos da For�a Nacional de Seguran�a e Pol�cia Rodovi�ria Federal, argumentou que a cobran�a era ilegal e acirrava os �nimos, mas os �ndios n�o se convenceram. Disseram que ilegal era a atividade dos 'flanelinhas' nas cidades e que o ped�gio � a principal fonte de renda das aldeias. "N�o podemos ca�ar, plantar, nem cortar pau para fazer artesanato, pois o Ibama n�o deixa", afirmou Zelito Tenharim. Ele questionou a aus�ncia de representantes do governo no encontro. "O general est� aqui, mas cad� o Executivo? A constru��o de uma usina vai inundar parte da reserva, mas o projeto n�o foi discutido com os povos. N�s vamos cobrar por isso."

Os caciques das etnias tenharim e jiajoy prometeram colaborar com as investiga��es sobre o desaparecimento de tr�s homens, no dia 16 de dezembro, no trecho da Transamaz�nica que corta a reserva. O epis�dio causou uma onda de revolta em Humait�, no Natal, em que uma multid�o destruiu a sede da Funda��o Nacional do �ndio (Funai) e outras bases ind�genas na cidade. As fam�lias acusam os �ndios, que permanecem isolados na reserva, mas eles negam. Em documento entregue aos militares, os oito l�deres pediram seguran�a do Ex�rcito nos limites da reserva e aos �ndios que estudam e trabalham na cidade. Pediram ainda um plano emergencial para atendimento na sa�de, suprimento de alimentos e uma reuni�o com o governo em Bras�lia.

Investiga��es

Nesta ter�a-feira, 7, o general reuniu-se com o prefeito de Humait�, Jos� Cidenei Lobo (PMDB), e outras lideran�as locais para discutir a crise. Do bispo dom Francisco Merkel ouviu um alerta: "Outros corpos podem surgir e a quest�o n�o pode ser resolvida ao n�vel local. Bras�lia tem de acordar." O encontro com as fam�lias dos desaparecidos teve choro e protestos. "Temos certeza de que nossos maridos foram mortos e queremos acabar com essa ang�stia. Tenho vergonha de ser brasileira porque, em outro pa�s, um crime desses � cadeira el�trica", desabafou Erisneia Azevedo, esposa de Stef Pinheiro, um dos desaparecidos.

O general disse que as investiga��es da Pol�cia Federal est�o no final e a conclus�o deve ser anunciada nos pr�ximos dias. Segundo ele, as provas devem esclarecer o desaparecimento e, se houve crime, os culpados ser�o punidos. Alertado pelo advogado das fam�lias, Carlos Terrinha, de que a cobran�a do ped�gio ser� uma "trag�dia anunciada com derramamento de sangue", ele disse que a For�a Nacional, a Pol�cia Rodovi�ria Federal e a Funai v�o tentar demover os �ndios da cobran�a. As for�as permanecem na regi�o at� o fim do conflito.


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