O PMDB e o bloco pol�tico formado por PP e PROS travam uma disputa por mais espa�os na reforma ministerial que a presidente Dilma Rousseff promover� nas pr�ximas semanas. Essa disputa inclui at� acusa��es de sabotagem na libera��o de emendas: os peemedebistas afirmam que o PP, que comanda o Minist�rio das Cidades, est� barrando dinheiro para seus deputados.
A ideia � acumular postos que poder�o ter influ�ncia nas elei��es e, assim, aumentar suas bancadas nas elei��es de outubro - o tamanho das bancadas � o principal par�metro para definir o espa�o de cada partido em um governo.
Tamb�m quero
Em uma reuni�o nesta semana em Bras�lia, o bloco PP-PROS decidiu que vai reivindicar a Integra��o Nacional, que o PMDB d� como certo que estar� em suas m�os. As duas siglas tamb�m definiram que pretendem incorporar mais um minist�rio e, assim, aumentar de um para tr�s seu espa�o no Executivo.
“Somos a terceira maior for�a da base do governo e a mais disputada pelos candidatos que v�o concorrer � Presid�ncia. Junto com o PROS, temos 58 deputados. Estamos muito pr�ximos do PMDB”, afirma o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), que oferece ao governo em troca desses espa�os o apoio do partido � reelei��o da presidente. Em 2010, o partido ficou neutro na disputa.
O PMDB, por sua vez, afirma que abre m�o da Integra��o Nacional desde que o PP aceite entregar o Minist�rio das Cidades. Nesse caso, os peemedebistas at� dariam de troco o Minist�rio do Turismo. “Nem a Integra��o Nacional nem o Turismo t�m execu��o or�ament�ria que atenda ao Pa�s e aos parlamentares como o Minist�rio das Cidades”, afirma o l�der peemedebista na C�mara, deputado Eduardo Cunha (RJ). “Se o PP quiser fazer a troca, est� feito”, avisa o parlamentar.
Or�amentos
A troca, rejeitada pelo PP, interessaria porque Cidades tem muito mais condi��es de investimentos nas bases eleitorais do que Integra��o Nacional. A pasta tem or�amento previsto para este ano de R$ 22,98 bilh�es, sendo R$ 6,92 bilh�es para investimentos. � nela que est�o os recursos para programas de alto apelo eleitoral, como o Minha Casa Minha Vida.
S� para saneamento b�sico, para onde os parlamentares indicam boa parte de suas emendas, est�o reservados R$ 3,35 bilh�es neste ano. J� infraestrutura urbana, outro alvo preferencial das emendas de deputados e senadores, ter� R$ 1,07 bilh�o. A Integra��o Nacional contar� neste ano com or�amento de R$ 8,45 bilh�es, dos quais R$ 6,56 bilh�es para investimentos.
Cidades leva outra vantagem pelo retorno imediato em termos de votos, pois suas obras s�o mais vis�veis ao eleitor, como casas, saneamento e asfalto nas ruas, que podem ser conclu�das em curto espa�o de tempo, enquanto a Integra��o trata de constru��es demoradas, como a transposi��o do S�o Francisco e semelhantes, que beneficiam locais muito espec�ficos.
Foi justamente o direcionamento desses recursos para as bases eleitorais que inaugurou neste ano o embate entre as duas siglas. Cunha acusou o Minist�rio das Cidades de segurar o repasse de cerca de R$ 18 milh�es em emendas de parlamentares do PMDB, beneficiando os do PP.
Argumentos. Os l�deres do PMDB e do PP deixaram claro que v�o jogar com todas as armas que possuem para conseguir os minist�rios em disputa. “O PMDB j� indicou o vice Michel Temer para a chapa da presidente Dilma Rousseff que vai disputar a reelei��o. N�s, com a for�a que temos, merecemos a Integra��o. O que est� em jogo � o esp�lio do PSB, que saiu do governo em setembro e deixou vagos os minist�rios da Integra��o e dos Portos. Somos maiores do que o PSB e s� t�nhamos Cidades.
Agora, � nossa vez de pegar a Integra��o”, diz Ciro Nogueira. “N�o se trata de uma reforma ministerial, de uma mexida de ministros, mas de um destino aos minist�rios que eram do PSB. E a Integra��o dever� ficar com o PMDB”, afirma Eduardo Cunha.