Minist�rio d� visibilidade, mas n�o garante vit�ria nas elei��es dos estados

Bras�lia – A presidente Dilma Rousseff iniciar�, em fevereiro, a troca dos ministros que concorrer�o �s elei��es de outubro. Muitos deles disputar�o a reelei��o para deputado federal. Mas h� aqueles que tentar�o vaga nos governos estaduais, como Alexandre Padilha (Sa�de), que concorrer� por S�o Paulo, e Gleisi Hoffmann (Casa Civil), pelo Paran�. Os ministros sempre apostam que a visibilidade de suas pastas dar� a eles vantagens na disputa eleitoral. Ser�? Levantamento feito pelo Estado de Minas comparando os governos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e de Luiz In�cio Lula da Silva (PT) mostra que h� certo equil�brio eleitoral.

A an�lise levou em conta as elei��es para os cargos majorit�rios – governos estaduais, senador e prefeito. Juntando as duas derrotas de Jos� Serra e a elei��o de Dilma, o placar ficou em tr�s vit�rias e sete derrotas durante a gest�o tucana e 11 vit�rias ante 10 derrotas ao longo dos oito anos lulistas.

Se formos analisar o maior cargo eletivo do pa�s, Lula pode comemorar mais intensamente que seu antecessor. Ele conseguiu eleger Dilma Rousseff presidente da Rep�blica em 2010, tirando o nome dela da cartola ap�s surpreender todos, incluindo o PMDB, ao nome�-la ministra de Minas e Energia em 2003 e, posteriormente, chefe da Casa Civil, em substitui��o a Jos� Dirceu. FHC n�o elegeu Jos� Serra presidente em 2002, mesmo tendo ele sido ministro de duas pastas: Planejamento e Sa�de. Quando ocupava o primeiro minist�rio, Serra desincompatibilizou-se para ser derrotado na disputa pela Prefeitura de S�o Paulo.

� verdade que uma dessas derrotas tem que ser analisada com cuidado. Ex-ministra do Meio Ambiente de Lula, Marina Silva rompeu com o governo do PT, deixou a legenda, filiou-se ao PV, mas perdeu a disputa pelo Planalto justamente para Dilma Rousseff, em 2010. Deve ser vice de Eduardo Campos em outubro. O pr�prio presidente nacional do PSB, que foi duramente alvejado pelos petistas nas redes sociais ao longo da semana, pulou de deputado federal para governador de Pernambuco ap�s integrar o primeiro escal�o do governo petista como ministro de Ci�ncia e Tecnologia. Ele ficou no cargo de 2004 a 2006, quando se elegeu governador estadual. Acabou sendo reeleito em 2010. S� no fim do ano passado rompeu com os petistas e levou o PSB a desembarcar da administra��o federal.

O mesmo movimento pendular, em rela��o a PT e PSDB, foi feito por Iris Rezende, que foi ministro da Justi�a durante o governo de FHC. Um dos nomes mais fortes do PMDB goiano, ele perdeu a disputa para o governo estadual, em 1998, para o tucano Marconi Perillo. Conseguiu eleger-se prefeito de Goi�nia em 2004, ainda militando na oposi��o, para, em seguida, aproximar-se do PT. As rela��es agora est�o estremecidas, j� que Lula estimulou a filia��o de Jos� Batista J�nior, da Friboi, ao PMDB, para disputar o governo local contra o PSDB.

Minas Gerais tamb�m tem hist�rias recentes nessas quest�es de ministros que foram candidatos. Antonio Anastasia foi ministro interino do Trabalho de Fernando Henrique Cardoso e, em 2002, elegeu-se vice-governador de Minas Gerais, tendo A�cio Neves como cabe�a de chapa. Em 2010, elegeu-se ele pr�prio governador, mas, como concluiu o mandato de A�cio naquele ano – quando este deixou o Pal�cio da Liberdade para concorrer ao Senado –, n�o pode disputar o governo estadual nas elei��es deste ano. Tornou-se praticamente imbat�vel para o Senado.

J� o petista Patrus Ananias comandou por seis anos uma das principais pastas lulistas, conduzindo a maior bandeira social do PT dos �ltimos 10 anos: o Bolsa-Fam�lia. Considerado um dos melhores prefeitos de Belo Horizonte, n�o conseguiu colar em si pr�prio as conquistas do programa de distribui��o de renda que administrava. Queria ter sido indicado por Lula para concorrer � Presid�ncia da Rep�blica, mas perdeu para Dilma Rousseff.

N�o conseguiu eleger-se vice-governador de Minas em 2010 – o candidato principal era o peemedebista H�lio Costa, outro ex-ministro de Lula – e foi derrotado para a Prefeitura de Belo Horizonte em 2012. Outro petista que naufragou em Minas, mesmo tendo sido auxiliar de Lula, foi Nilm�rio Miranda. Ex-ministro dos Direitos Humanos, foi derrotado por A�cio em 2006.

Na Bahia, houve uma disputa pessoal entre dois ex-ministros lulistas, o petista Jaques Wagner e o peemedebista Geddel Vieira Lima. O primeiro derrotou o segundo em 2010, e este resolveu apoiar a oposi��o em 2014.