(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Planalto pedir� ao CNJ pente-fino nos pres�dios das cidades-sede da Copa do Mundo

Governo adota medida para evitar rebeli�es que manchariam a imagem do pa�s no exterior durante o evento esportivo


postado em 16/01/2014 06:00 / atualizado em 16/01/2014 07:07

Com 5 mil detentos, o Presídio Aníbal Bruno, no Recife, é um dos casos mais preocupantes, pois a superlotação aumenta os riscos de motins (foto: Annaclarice Almeida/DP/D.A Press - 26/1/13)
Com 5 mil detentos, o Pres�dio An�bal Bruno, no Recife, � um dos casos mais preocupantes, pois a superlota��o aumenta os riscos de motins (foto: Annaclarice Almeida/DP/D.A Press - 26/1/13)

Bras�lia O governo federal vai pedir ajuda ao Conselho Nacional de Justi�a (CNJ) para evitar uma onda de rebeli�es nos pres�dios do pa�s durante a Copa do Mundo de 2014, o que colocaria em risco os planos de reelei��o da presidente Dilma Rousseff. A ideia � fazer um pente-fino nos pres�dios instalados nas 12 cidades-sede que receber�o os jogos das 32 sele��es e os turistas que estar�o no Brasil. Dilma sabe que a explos�o da viol�ncia em um per�odo estrat�gico colocar� em xeque a capacidade do Executivo federal de controlar o sistema carcer�rio nacional.

A presidente ainda tem claro na mente o desastre provocado em sua popularidade ap�s as manifesta��es de junho do ano passado, durante a Copa das Confedera��es. A aprova��o do governo derreteu do patamar de 57% para 30%. O governo sabe que as passeatas de junho foram na busca de maior qualidade nos servi�os p�blicos e que, tirando a a��o extremada dos black blocs, n�o houve grandes trag�dias do ponto de vista de perdas de vidas.

Rebeli�es em pres�dio geram uma impress�o ainda mais impactante. Dilma ficou assustada com a brutalidade na crise ocorrida no pres�dio de Pedrinhas, em S�o Lu�s, quando uma briga entre fac��es terminou com quatro detentos mortos – tr�s deles decapitados – e o alastramento de uma onda de viol�ncia pelas ruas da capital maranhense, que terminou na morte da menina Ana Clara, v�tima de um �nibus incendiado a mando dos l�deres da rebeli�o. “Se o v�deo com os presos decapitados tivesse circulado durante os jogos da Copa, a repercuss�o negativa para o pa�s seria infinitamente maior”, reconhece um aliado da presidente.

Segundo apurou a reportagem, Dilma j� teria, inclusive, manifestado a ideia ao presidente do CNJ e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa. O CNJ � respons�vel pelos mutir�es carcer�rios que levantam os problemas dos pres�dios brasileiros e apontam solu��es para diminuir a press�o nas cadeias do pa�s. A parceria emergencial aconteceria nos 12 estados onde haver� jogos: Amazonas, Bahia, Cear�, Distrito Federal, Mato Grosso, Minas Gerais, Paran�, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e S�o Paulo.

Dilma est� obcecada com a seguran�a nos jogos da Copa. Ela sabe que os erros e trag�dias que porventura acontecerem ser�o debitados diretamente na conta do governo federal, o que pode trazer preju�zos eleitorais na disputa de outubro. Aliados do governo avaliam que a autoestima do brasileiro com a realiza��o dos jogos ser� afetada diretamente conforme a Copa do Mundo traga transtorno, decep��o ou uma sensa��o de aumento de inseguran�a no pa�s. O Brasil j� enfrenta dificuldades nas obras de mobilidade, deve enfrentar nova onda de manifesta��es nas ruas durante os jogos e tenta evitar novas crises para administrar.

DIAGN�STICO Os levantamentos j� feitos pelo CNJ nas unidades prisionais das cidades-sede mostram que a tardia preocupa��o do governo procede. O Amazonas, por exemplo, estado do qual as sele��es reclamam do calor, os pres�dios est�o sendo acusados desrespeito aos direitos humanos, mesma cr�tica feita ao Pres�dio Central de Porto Alegre que, inclusive, est� sendo questionado pela Organiza��o dos Estados Americanos (OEA).

No Cear�, uma rebeli�o recente no munic�pio de Itaitinga provocou a fuga de tr�s criminosos que participaram do assalto do Banco Central. Em Mato Grosso, Minas Gerais, Bahia, Paran�, Distrito Federal e Pernambuco, a superlota��o aumenta os riscos de motins. No Rio de Janeiro, onde ser� realizada a final da Copa do Mundo, os presos est�o amontoados nas delegacias. Em S�o Paulo, sede da partida de abertura, al�m da ascens�o do Primeiro Comando da capital (PCC) no sistema, existem problemas de atendimentos � sa�de. E no Rio Grande do Norte rebeli�es recentes terminaram com presos decapitados, bem antes das cenas de barb�rie ocorridas em Pedrinhas.

Para o coordenador do Laborat�rio de Estudos da Viol�ncia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Ign�cio Cano, o pente-fino n�o resolver� os problemas do sistema, mas mostram que as rebeli�es surtem o efeito. “A sociedade s� se preocupa com os pres�dios quando existem motins. � v�lido tudo o que puder ser feito para diminuir a superlota��o e retirar presos que n�o deveriam mais estar nas cadeias”, afirmou Cano.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)