Em mais uma tentativa de se contrapor ao PSDB, o governo Dilma saiu em defesa dos jovens que promovem “rolezinhos” nos shoppings e tentou acusar os advers�rio de fazer discrimina��o social. Na avalia��o do Pal�cio do Planalto, o apoio � manifesta��o n�o apenas serve de ant�doto a poss�veis atos de vandalismo como ajuda a aproximar a presidente Dilma Rousseff de jovens da periferia, nas redes sociais, neste ano de elei��es.
Gasolina no fogo
“Mais uma vez, a a��o inadequada da pol�cia acabou botando gasolina no fogo”, afirmou Carvalho, que esteve ontem no Recife, onde participou de dois encontros com jovens de Pastorais da Juventude da Igreja Cat�lica. “Eu n�o tenho d�vida de que a concess�o dessas liminares (para proteger os shoppings contra os rolezinhos tamb�m � um erro. Para mim �, no m�nimo, inconstitucional.”
O ministro disse que “os conservadores deste Pa�s” devem se conformar que os direitos vieram para todos. “Qual o crit�rio que voc� vai selecionar uma pessoa da outra? � a cor, � o tipo de roupa que veste? Tudo isso implica preconceito, no prejulgamento de uma pessoa e fere a Constitui��o”, insistiu Carvalho.
Para a chefe da Secretaria da Igualdade Racial, Luiza Bairros, declara��es como as do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), que chamou os manifestantes de “caval�es”, podem acirrar os �nimos. Para ela, a inten��o dos jovens da periferia � totalmente pac�fica, mas a rea��o “preconceituosa” das pessoas brancas tende a causar problemas.
Na ter�a-feira, Dilma chamou ao Pal�cio do Alvorada os ministros Carvalho, Luiza Bairros, Jos� Eduardo Cardozo (Justi�a) e Marta Suplicy (Cultura). “Ela nos alertou a ter cuidado ao tratar do assunto”, contou o secret�rio-geral da Presid�ncia. “N�o d� para embarcar nessa hist�ria de repress�o.”
A ordem do Planalto � para tratar o assunto com naturalidade e, sempre que poss�vel, criticar a posi��o de parlamentares do PSDB e do governador Geraldo Alckmin, candidato ao segundo mandato. � em S�o Paulo, maior col�gio eleitoral do Pa�s, que o PT vai disputar com Alckmin a agenda da seguran�a.
Dilma, por�m, n�o quer que o ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo - em f�rias a partir de hoje - entre nesse tema. Motivo: o Planalto far� de tudo para n�o passar a impress�o de que a presidente est� preocupada com depreda��es e com mais uma crise de seguran�a, em uma reedi��o dos protestos de junho.
Monitoramento
Na pr�tica, a orienta��o do Planalto � apenas para que ministros monitorem atentamente os “rolezinhos”, principalmente na internet, com o objetivo de evitar que as manifesta��es sejam apropriadas por v�ndalos e black blocs.
“A gente tem de ter a humildade de observar primeiro, de acompanhar e procurar entender mais profundamente do que se trata”, disse Carvalho. “Todos n�s precisamos ter cuidado para n�o querer dar uma de s�bios.”