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Estado de Minas

Ato de sem-teto em apoio a 'rolezinhos' faz shoppings fecharem em S�o Paulo


postado em 17/01/2014 08:17 / atualizado em 17/01/2014 08:27

Dois shoppings da zona sul paulistana fecharam as portas no final da tarde desta quinta-feira para evitar uma manifesta��o do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). O ato foi feito em apoio aos “rolezinhos” que t�m sido feitos, desde dezembro de 2013, por jovens da periferia em centros comerciais da cidade. Os eventos t�m sido reprimidos pela pol�cia e proibidos por decis�es judiciais.

Por volta das 17h30, o Shopping Jardim Sul, que fica na regi�o do Morumbi, foi evacuado e teve todos os acesso bloqueados com grades. Em comunicado, o establecimento disse que tomou medidas preventivas para resguardar clientes e lojistas. O Shopping Campo Limpo informou por nota que fechou as portas �s 17h para “manter a seguran�a de clientes, lojistas e funcion�rios”. O local foi reaberto �s 19h40. O Campo Limpo ressaltou ainda que obteve uma liminar judicial contra o protesto.


Os sem-teto protestaram em frente ao Jardim Sul. Apesar do protesto ter sido pac�fico, em um momento houve troca de empurr�es com os seguran�as que evitavam a aproxima��o dos manifestantes do pr�dio. Segundo a coordenadora estadual do MTST, Ana Ribeiro, o movimento decidiu apoiar os rolezinhos porque entende que os jovens est�o reivindicando lazer e cultura para a periferia. “A gente est� em uma luta por moradia na periferia, mas isso � uma luta imediata. Tudo que tem rela��o com a cidadania do povo da periferia a gente apoia”, disse.

Um dos participantes do protesto, o a�ogueiro Lucas de Jesus disse que foi � manifesta��o para defender o direitos dos jovens pobres de frequentarem os centros comerciais. “N�s n�o estamos podendo entrar no shopping. V�rios amigos meus j� foram barrados”, reclamou o jovem de 18 anos.

Os manifestantes que participaram do ato no Shopping Jardim Sul s�o, em sua maioria, moradores das ocupa��es Faixa de Gaza, em Parais�polis, e Capad�cia, no Campo Limpo. No protesto que esteve no Shopping Campo Limpo, os participantes eram moradores das ocupa��es Vila Nova Palestina, no Jardim �ngela, e Dona Deda, no Parque Ip�, todas na zona sul.

Para o professor de antropologia da Universidade Federal de S�o Paulo (Unifesp), Alexandre Barbosa Pereira, a repress�o policial contra os “rolezinhos” e as decis�es judiciais proibindo os encontros fizeram com que os eventos ganhassem repercuss�o. “Eu acho que a rea��o desproporcional que teve da pol�cia, de segmentos da Justi�a, que criminalizaram como arrast�o, deu a hist�ria do 'rolezinho' uma reflex�o muito grande. O que acabou com todos esses desdobramentos, de outros movimentos que se dizem indignados”, disse sobre o apoio expressado pelo MTST aos "rolezinhos".

Pereira acredita que o “rolezinho”, um evento que os jovens organizaram como forma de divers�o, acabou evidenciando as contradi��es do Brasil. “Um exemplo como esse revela todas as quest�es de conflito do nosso pa�s. Quest�o de classe, cor e ra�a, geracional”, pontuou. O antrop�logo acredita que falta agora ouvir os jovens para entender quais s�o as suas demandas.

As rea��es aos “rolezinhos” evidenciam ainda, na opini�o do professor, um desconforto das parcelas mais ricas da popula��o com a melhora do poder aquisitivo de outras camadas. “Voc� tem segmentos da classe m�dia que ficam meio abalados quando veem outra classe social frequentando espa�os que antes eram espa�os de distin��o deles”, disse.

Para o soci�logo Jo�o Clemente Neto, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, as manifesta��es em shoppings est�o ligadas � car�ncia de locais para lazer e cultura. “Se voc� for em alguns lugares, mesmo nos bairros da classe m�dia, voc� n�o encontra espa�o para isso. Se voc� pegar a cidade de S�o Paulo, quantos milh�es de jovens e adolescentes n�s temos? E os espa�os para livre manifesta��o s�o min�sculos”, ressaltou o professor.


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