O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, hoje presidente de honra do PSDB, disse nesta quinta-feira, 23, que as suspeitas de cartel em licita��es na �rea do metr� e trens metropolitanos de S�o Paulo tem de ser apurada, mas acrescentou que n�o viu, at� agora, nada que indique qualquer liga��o do epis�dio com o governador do Estado e nem com o PSDB.
A afirma��o do ex-presidente ocorre no momento em que tr�s auxiliares do governador Geraldo Alckmin (PSDB) t�m seus nomes envolvidos em investiga��es sobre cartel. S�o eles o secret�rio da Casa Civil, Edson Aparecido (PSDB), o da Energia, Jos� An�bal (PSDB), o de Desenvolvimento, Rodrigo Garcia (DEM). Todos negam taxativamente qualquer envolvimento com o cartel.
O inqu�rito que apura a a��o combinada das empresas para a obten��o de contratos a pre�os superfaturados e as suspeitas de pagamento de propina est� hoje no Supremo Tribunal Federal, pois os tr�s secret�rios de Alckmin citados s�o deputados federais licenciados e t�m, por causa disso, direito a foro especial.
As investiga��es come�aram em 2008, a partir de contratos de energia do governo paulista com a multinacional francesa Alstom. Ministro da Secretaria de Comunica��o do segundo mandato de FHC no Pal�cio do Planalto, Andrea Matarazzo � um dos 11 indiciados por causa de suspeitas em contratos com a Alstom. Hoje vereador do PSDB na capital do Estado, ele foi secret�rio de Energia na gest�o do ex-governador tucano M�rio Covas.
O inqu�rito quer investigava os contratos de energia acabou desmembrado a fim de que os contratos de trens e metr� fossem investigados. � essa parte da investiga��o que cita os secret�rios de Alckmin e est� no STF.
No que se refere aos contratos de trens e metr�, h� seis indiciados, entre eles ex-dirigentes da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos. Os pol�ticos, por�m, n�o est�o na lista de indiciamento. O Supremo precisa dar uma autoriza��o para que sejam investigados.
'N�o apareceu'
"� corrup��o, � conden�ve", disse FHC, que insistiu: "S� que n�o foi no PSDB. N�o apareceu. Pelo menos at� hoje n�o h� nenhum dado que diga que esse dinheiro foi usado pelo PSDB". O ex-presidente ponderou que o partido "tem que explicar isso", mas questionou: "Qual o ind�cio de que esse recurso realmente foi dado?".
Segundo o ex-presidente, "cartel houve, s�o cinco empresas no mundo e elas cartelizam sempre". Mas bateu sempre na mesma tecla: "Subornar, podem ter subornado. Mas subornaram quem? Funcion�rios, pessoas nomeadas, pode at� ser, mas n�o foi pelo partido, pelo governador. A� � diferente".
� a segunda vez que FHC afirma, em p�blico, que o PSDB n�o est� envolvido nesse epis�dio. No in�cio de agosto de 2013, quando o caso come�ava a ganhar destaque, ele disse que era "preciso tomar cuidado (ao se fazer den�ncias)", porque "h� muita agita��o e pouca coisa".
Nessa linha, ele acrescentou que "est� havendo muita manipula��o pol�tica". Principal delator do cartel, o ex-diretor da empresa alem� Siemens Everton Rheinheimer chegou a pedir emprego e prote��o para o integrantes do PT antes de prestar depoimento em que liga os pol�ticos tucanos ao esc�ndalo. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.