PSB reserva vaga para Lacerda para a disputa ao governo de Minas

O prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), s� n�o disputar� a elei��o para o governo de Minas Gerais em outubro se n�o quiser. Reuni�o da c�pula nacional da legenda ontem em Bras�lia decidiu que o partido ter� candidato pr�prio no estado em outubro e deu prefer�ncia para o prefeito. O prazo para desincompatibiliza��o termina em 5 de abril. Lacerda esteve ontem na capital federal, mas n�o participou do encontro. O prefeito foi ao lan�amento das diretrizes do programa de governo de Eduardo Campos (PSB), pr�-candidato do partido � Presid�ncia da Rep�blica.

Ao longo de todo o mandato, Lacerda nunca admitiu, ao menos publicamente, a possibilidade de deixar a prefeitura para disputar o governo do estado. H� cerca de um m�s, por�m, emiss�rios do PSB informaram a aliados do governador Antonio Augusto Anastasia (PSDB) que Lacerda estaria disposto a concorrer ao Pal�cio da Liberdade com o apoio dos tucanos. O partido, que j� tinha o ex-ministro das Comunica��es Pimenta da Veiga como pr�-candidato, recusou a oferta de Lacerda.

Apesar de n�o terem fechado acordo em torno de nome �nico, n�o h� ind�cios de que PSB e PSDB travar�o batalha um contra o outro na elei��o para o Pal�cio da Liberdade. Mesmo com nomes pr�prios para o governo de Minas e para o Pal�cio do Planalto – pelo lado dos tucanos o candidato dever� ser o senador A�cio Neves –, os dois partidos mant�m alian�as no governo de Pernambuco e de Minas Gerais, onde o filho do prefeito � secret�rio extraordin�rio da Copa do Mundo. Na reuni�o de ontem do PSB, a avalia��o era que o lan�amento das duas candidaturas poderia ajudar um ou outro em caso de segundo turno com o poss�vel candidato petista, o ministro do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior, Fernando Pimentel.

A decis�o de lan�ar candidato pr�prio em Minas se apoia na import�ncia de ter um palanque para Eduardo Campos no estado. Na hip�tese de Marcio Lacerda se negar a entrar na disputa, o partido teria como alternativa o presidente da legenda em Minas, o deputado federal J�lio Delgado, ou a secret�ria de Estado de Educa��o, Maria L�cia Gazzola. Outro poss�vel candidato seria o presidente do Atl�tico, Alexandre Kalil, muito pr�ximo aos tucanos. Existe ainda a possibilidade de que o escolhido seja o embaixador do Brasil em Cuba durante o governo de Luiz In�cio Lula da Silva, Tilden Santiago, ex-petista, que hoje � o segundo suplente de A�cio Neves no Senado.

Na hip�tese de o partido optar por um desses nomes, que t�m menor potencial de voto que Marcio Lacerda, estar� configurada a inten��o do PSB de ter um candidato exclusivamente para viabilizar palanque para Eduardo Campos em Minas, j� que o prefeito dificilmente abriria m�o de quase tr�s anos de mandato para n�o brigar para valer pelo Pal�cio da Liberdade. Em entrevista na segunda-feira, J�lio Delgado deixou claro o dilema do partido. “Temos que avaliar se seria importante ter uma outra candidatura dentro do nosso campo at� para for�ar um segundo turno. Neste caso, seriam nomes n�o t�o agressivos, para manter essa tr�gua de responsabilidade nos estados que t�m os candidatos a presidente (Pernambuco e Minas)”, avaliou o parlamentar.

Padrinhos

Fernando Pimentel e A�cio Neves foram os principais cabos eleitorais de Marcio Lacerda na disputa pelo primeiro mandato do prefeito, em 2008. PT e PSDB participaram do governo. Na briga pelo segundo mandato, no entanto, o PT lan�ou candidato pr�prio, o ex-ministro do Desenvolvimento Social e Combate � Fome Patrus Ananias, que acabou derrotado. O PSDB permaneceu no governo. Por�m, Lacerda chegou a vetar indica��es feitas por A�cio Neves para cargos na prefeitura, o que estremeceu as rela��es do prefeito com os tucanos. Entre os postos de primeiro escal�o do governo municipal, o PSDB tem hoje o comando da BHTrans, a empresa de transporte p�blico da cidade, e da Secretaria de Desenvolvimento.

Diretrizes do PSB para o Planalto

Como era esperado nos bastidores pol�ticos, o lan�amento das diretrizes do programa de governo da dupla Eduardo Campos-Marina Silva se transformou ontem em um palco de ataques ao governo de Dilma Rousseff, que foi classificado como "mofado" e "fora dos trilhos”. No evento, realizado em audit�rio da C�mara dos Deputados, Campos e Marina lan�aram cinco prioridades para sua eventual gest�o. Em sua fala, Mariana frisou que o cabe�a de chapa da coliga��o � Campos. Ela foi tratada como vice, embora diga que ainda n�o definiu isso. Participaram da solenidade os principais dirigentes do PSB, de Campos, e da Rede, o grupo pol�tico de Marina, unidos desde outubro, ap�s a ex-senadora ver fracassado seu projeto de criar um partido. A dupla lan�ou cinco diretrizes, centradas na desburocratiza��o, reforma pol�tica e novo federalismo; economia para o desenvolvimento sustent�vel; qualifica��o da educa��o, pol�ticas sociais e qualidade de vida; e novo urbanismo e pacto pela vida.