
O desafio de Pimentel ser� dar suporte ao projeto de reelei��o de Dilma Rousseff em Minas, um Estado onde um dos principais advers�rios da presidente na sucess�o ao Planalto, o tucano A�cio Neves, tem amplo favoritismo. E com um fator complicador: Pimentel sempre manteve boas rela��es com A�cio.
Ex-prefeito de Belo Horizonte, o petista mineiro entrou no governo com status de “superministro”. �quela �poca, a aposta se justificava tanto pela amizade de longa data que tinha com Dilma quanto pelo papel de conselheiro pol�tico que desempenhou durante a campanha que a elegeu em 2010.
Respons�vel pelas pol�ticas de est�mulo �s exporta��es de empresas brasileiras, Pimentel colecionou, por�m, resultados no setor pouco animadores nesses �ltimos anos. O saldo comercial do Pa�s, por exemplo, saiu de US$ 29,5 bilh�es, em 2011, para US$ 2 6 bilh�es no ano passado. Neste ano, o Pa�s registra d�ficit comercial - algo in�dito desde 2001, quando o presidente ainda era Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Al�m disso, a ind�stria de transforma��o, setor especialmente representado na estrutura federal pelo Minist�rio do Desenvolvimento, vem atravessando uma ressaca ap�s os anos de forte crescimento, entre 2004 e 2010. A produ��o industrial aumentou 1,2% em 2013, mas a pequena eleva��o n�o recuperou a forte queda registrada em 2012, quando as f�bricas reduziram em 2,5% a produ��o.
Com esse desempenho, Pimentel vive uma situa��o complicada para quem deseja se candidatar ao governo do segundo maior col�gio eleitoral do Pa�s: n�o tem uma marca forte que possa mostrar ao eleitorado mineiro. Cen�rio diferente, por exemplo, do seu ex-colega de Esplanada Alexandre Padilha, que deve explorar o Mais M�dicos como vitrine eleitoral em S�o Paulo.
Para contornar a situa��o, os estrategistas de sua campanha devem explorar mais os oito anos de sua passagem pela prefeitura de Belo Horizonte, entre 2001 e 2008 (tendo sido reeleito em 2004 em 1.º turno com 68% dos votos), do que os tr�s anos em que esteve na linha de frente da pol�tica econ�mica do Pa�s. “Vamos explorar a imagem dele como prefeito”, diz o presidente do PT-MG deputado Odair Cunha.
Em contraposi��o, o presidente do PSDB mineiro, deputado Marcus Pestana, declara que uma das estrat�gias tucanas para a campanha em Minas � justamente a passagem de Pimentel por Bras�lia no atual governo. “A presen�a de Pimentel em Bras�lia n�o significou nenhum grande avan�o para Minas. Claro que isso ser� lembrado por n�s”, disse.
Cunha j� ensaia como rebater as cr�ticas dos tucanos. Ele argumenta que Pimentel foi ministro de um pa�s inteiro, e n�o apenas de Minas. Al�m disso, o petista acusa o governo de Minas de boicotar a pasta de Pimentel. “Os Estados mais contemplados pelo minist�rio foram os que mais buscaram investimentos em Bras�lia. O governo n�o indica onde os investimentos internacionais devem ser alocados.”
Discreto
Pimentel norteou sua passagem pelo minist�rio pela discri��o. “Nunca quis ser superministro, e minha experi�ncia mostrou que sempre que algu�m tentou desempenhar esse papel n�o durou muito” disse ao Estado, na noite da �ltima quinta-feira.No dia seguinte, durante evento em Belo Horizonte, ele anunciou que visitava a capital mineira pela �ltima vez como ministro do governo Dilma.
“Acho que em Bras�lia � melhor trabalhar em equipe do que querer ser o dono da bola. Nesses tr�s anos tive cautela para n�o entrar em choque com nenhum ministro, e sempre quis preservar o papel de coordenador da economia com o ministro Guido Mantega, da Fazenda. N�o entrei em choque com a Fazenda em nenhum momento e entendo que desfiz um certo clima dif�cil com o Itamaraty”, afirmou Pimentel.
O ministro acredita que as �reas de atua��o de sua pasta - o com�rcio exterior e a pol�tica industrial - n�o v�o ser priorit�rias na campanha eleitoral.
De acordo com ele, os eixos da campanha do PT no Estado come�ar�o a ser definidos na pr�xima sexta-feira, quando o partido realiza um grande evento para comemorar o anivers�rio da sigla. H� expectativa de que esta seja a primeira agenda de Pimentel j� como ex-ministro.
O PT tamb�m vai lan�ar caravanas ao interior do Estado, para, segundo Pimentel, “ouvir o que os mineiros desejam”. “H� uma certa frustra��o em Minas, como se o Estado tivesse ficado aqu�m do que poderia ter sido. Outro dia, um cidad�o me parou na rua em Belo Horizonte e me disse que preciso voltar para ajudar, porque o Brasil nos �ltimos 12 anos virou outro Pa�s, mas Minas continua parada.”
Apesar das cr�ticas � gest�o tucana, Pimentel ter� que afastar a imagem de proximidade que tem com o PSDB. Al�m de ter governado Belo Horizonte com o apoio dos tucanos, ele foi um dos incentivadores da dobradinha “Lul�cio” de 2006, quando houve a campanha velada para que os mineiros votasse em Lula para presidente e A�cio para governador. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.