Cinco militantes da Uni�o da Juventude Socialista (UJS), entidade ligada ao PCdoB, realizaram nesta ter�a-feira, 11, um beijo gay na C�mara em protesto contra �s pretens�es do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) de assumir neste ano a Comiss�o de Direitos Humanos e Minorias da Casa. Sob lema de "mais amor, menos Bolsonaro", elas se beijaram no corredor da Presid�ncia da C�mara e houve bate-boca com o pr�prio deputado do PP, que apareceu no local.
A estudante de Hist�ria Maria das Neves, 26 anos, classificou Bolsonaro de racista, homof�bico e de "inimigo dos direitos humanos". Ela disse ainda que sua elei��o para o colegiado representaria um retrocesso para as minorias. "Completamos em 2014 50 anos da ditadura militar e ele (Bolsonaro) � um representante da ditadura militar", criticou Maria. "� desse per�odo que queremos nos livrar". Ela disse que se reuniu nesta ter�a com o l�der do PT, deputado Vicentinho (SP), que lhe teria garantido que os petistas v�o pedir a presid�ncia do colegiado neste ano. "H� compromisso do PT de pleitear a Comiss�o e a grande maioria da bancada pede a lideran�a dos Direitos Humanos", disse.
Pouco depois do ato, o pr�prio deputado Bolsonaro foi ao local e discutiu com as ativistas. Ele falou com jornalistas pouco antes e disse que, caso seja escolhido para a comiss�o, n�o atuar� em favor de minorias. "Maioria � uma coisa e minoria � outra. Minoria tem que se calar, se curvar � maioria", disse o deputado. "Eu quero respeitar a maioria, n�o a minoria". Ele prometeu pautar uma eventual gest�o pela defesa da "redu��o da maioridade penal" e por uma "pol�tica de planejamento familiar". "Quero dizer � sociedade que eles foram enganados pelo estatuto do desarmamento e dar uma resposta ao MST, que invade propriedade de quem trabalha", concluiu o deputado.
A ideia original das manifestantes era realizar o ato no Sal�o Verde da C�mara - local de passagem dos parlamentares que se dirigem ao Plen�rio -, ao final da reuni�o do Col�gio de L�deres da tarde de hoje. A seguran�a da Casa, no entanto, n�o deixou que as jovens ocupassem o espa�o e o beijo gay ocorreu no corredor da presid�ncia da C�mara. Maria tamb�m disse que outros militantes foram ao Congresso para participar da manifesta��o, mas seu acesso ao Sal�o Verde n�o foi permitido pela seguran�a.
A Comiss�o de Direitos Humanos foi alvo de pol�mica no ano passado, quando foi presidida pelo deputado Marco Feliciano (PSC-SP), acusado de racista e homof�bico. Durante a sua gest�o, o colegiado aprovou diversas mat�rias que afetaram direitos de homossexuais, o que gerou revolta em entidades de defesa dos direitos humanos. Na troca de cadeiras das comiss�es prevista para o in�cio deste ano, a presid�ncia da Comiss�o foi pleiteada por Jair Bolsonaro, que chegou a dizer que, se eleito, os cr�ticos de Feliciano iriam "sentir saudades" do deputado do PSC.