
Bras�lia – A exemplo dos cubanos Ramona Matos Rodrigues e Ortelio Jaime Guerra, que abandonaram o Mais M�dicos e n�o voltaram para seu pa�s, outros tr�s profissionais da ilha caribenha s�o poss�veis desertores. Segundo o governo, o paradeiro deles est� desconhecido. Os m�dicos n�o aparecem em seus postos de trabalho h� mais de uma semana, mas, at� ontem o Minist�rio da Sa�de n�o os havia localizado. Al�m deles, h� outros 22 cubanos que deixaram o programa, mas voltaram para o pa�s de Raul Castro. Outros 85 profissionais, sendo 80 brasileiros e 5 estrangeiros – que entraram no projeto por meio de inscri��es individuais – tamb�m n�o est�o mais trabalhando pelo menos desde sexta-feira e n�o comunicaram oficialmente a sa�da ao Minist�rio da Sa�de.
A lista dos profissionais considerados ausentes, entre eles Ortelio e outros tr�s cubanos ser� divulgada hoje em publica��o no Di�rio Oficial da Uni�o (DOU). Os m�dicos ter�o 48 horas para se manifestar, para que seja decidido se eles ser�o desligados ou continuar�o a atuar no Mais M�dicos. “N�s estamos providenciando a notifica��o de 89 m�dicos que fizeram parte do programa de alguma maneira abandonaram ou desistiram do programa Mais M�dicos. E n�s precisamos formalizar o desligamento do programa. Isso � importante para que haja uma imediata substitui��o dos m�dicos”, disse Chioro.
O ministro assumiu que desconhece onde est�o os m�dicos ausentes. “Eu n�o sei (onde eles est�o). Os munic�pios comunicaram ao governo estadual ou ao coordena��o nacional que esse m�dicos n�o est�o sendo frequentes na atividade.” Mesmo com o n�mero de desist�ncias, o ministro da Sa�de, Arthur Chioro considerou a quantidade de baixas “insignificante”, diante do cerca de 9,5 mil profissionais inscritos, e disse n�o estar preocupado com o fato de o Brasil ser usado pelos cubanos como porta de fuga do sistema da ilha.
Quando o programa foi criado, mesmo com a possibilidade de deser��es de profissionais de Cuba, como ocorrem em outros pa�ses onde h� miss�es cubanas, o governo n�o orientou os munic�pios em como lidar com a aus�ncia. O ministro Arthur Chioro afirmou que tamb�m ser� publicado no DOU uma esp�cie de guia de informa��es para orientar os munic�pios como devem proceder no caso de abandono dos profissionais.
Novo emprego
A cubana Ramona Rodr�guez, que deixou o Programa Mais M�dicos e pediu ref�gio no Brasil, foi contratada ontem pela Associa��o M�dica Brasileira (AMB). De acordo com a entidade, ela vai exercer fun��o administrativa e receber sal�rio de R$ 3 mil, vales-transporte e refei��o, al�m de plano de sa�de. Ao todo, a remunera��o ficar� em torno de R$ 4 mil. Ramona come�a a trabalhar hoje no escrit�rio da entidade em Bras�lia. Ela cumprir� a jornada das 8h �s 12h e das 14h �s 18h. Ela trabalhava pelo Mais M�dicos no munic�pio paraense de Pacaj�, mas deixou o programa por n�o concordar que os profissionais cubanos recebam US$ 400 (aproximadamente R$ 960) enquanto os demais participantes t�m sal�rio de R$ 10 mil.
“Legalmente, ela n�o pode exercer a medicina neste momento. Se quiser ficar no Brasil e ser m�dica, vamos ajud�-la no que ela precisar”, informou o presidente da AMB, Florentino Cardoso. De acordo com Cardoso, a m�dica cubana deve ocupar um cargo administrativo at� que as inscri��es para o Exame Nacional de Revalida��o de Diplomas M�dicos Expedidos por Institui��es de Educa��o Superior Estrangeiras (Revalida) sejam abertas. “N�o somos contra mais m�dicos no pa�s, mas para trabalhar aqui as leis vigentes precisam ser respeitados”, afirmou.
O ministro da Sa�de Arthur Chioro afirmou ontem que o governo brasileiro mant�m conversa com a Organiza��o Pan-Americana de Sa�de (Opas) para oferecer melhores condi��es de trabalho aos profissionais. "Desde o in�cio do programa, h� uma negocia��o permanente com a Organiza��o Pan-Americana para que o programa possa funcionar da maneira mais adequada", acrescentou o ministro. Indagado se a remunera��o era um dos pontos negociados, o ministro afirmou que se trata do "conjunto de medidas".