
Bras�lia – No dia seguinte � marcha do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que terminou em confronto com a Pol�cia Militar na Pra�a dos Tr�s Poderes, o grupo pressionou a presidente Dilma Rousseff para assentar, at� o fim do ano, as 100 mil fam�lias que est�o em acampamentos. Em reuni�o com a presidente, o MST argumentou que n�o existe reforma agr�ria sem desapropria��o e ouviu do governo que ser� formado um grupo de estudos para acelerar os trabalhos. Ainda assim, a promessa do Executivo � assentar, no m�ximo, 35 mil fam�lias at� o fim do ano.
Embora o n�mero esteja abaixo da meta, o movimento tem a esperan�a de que ele seja revisto. "Se o Minist�rio do Desenvolvimento Agr�rio (MDA) ou o Instituto Nacional de Coloniza��o e Reforma Agr�ria (Incra) n�o tiverem capacidade para fazer os assentamento, que o governo federal d� suporte para atender a meta. Para n�s, o importante � abrigar as 100 mil fam�lias e o compromisso de criar o grupo de trabalho que a presidente assumiu", pontuou Alexandre Concei��o, integrante da Coordena��o Nacional do movimento.
Para Concei��o, � inadmiss�vel a concentra��o de terra e o avan�o do agroneg�cio na agricultura brasileira. "Por isso dizemos para a presidente com muita clareza que o governo est� muito equivocado com rela��o ao agroneg�cio", afirmou. Segundo ele, o grupo entregou � presidente uma lista com mais de 80 mil hectares de per�metros irrigados no semi�rido que podem ser destinados aos assentamentos, e a presidente determinou que a �rea seja estudada. O grupo espera que os acampados mais antigos sejam priorizados no processo de assentamento.
Apesar de o MST frisar o desejo de assentar todas as fam�lias, o ministro do Desenvolvimento Agr�rio, Pepe Vargas, disse que seria uma irresponsabilidade prometer cumprir a meta do movimento at� o fim do ano. Segundo ele, o governo quer quantidade com qualidade. "A nossa meta � vistoriar 1 milh�o de novos hectares. Com o estoque de decretos j� existentes com a possibilidade de cria��o de projetos de novos assentamentos, n�s avaliamos que d� para chegar neste ano a 30 mil, 35 mil fam�lias assentadas", disse o ministro. Vargas acrescentou que, por outro lado, o governo tem refor�ado pol�ticas p�blicas que atendem os integrantes do movimento, como o Programa de Aquisi��o de Alimentos (PAA), que ser� mais bem avaliado, e o Programa Nacional de acesso ao Ensino T�cnico e Emprego (Pronatec) Rural, que dever� ser estendido para os acampados.
Conflito
Segundo o ministro, o conflito entre policiais e ativistas na tarde de quarta-feira, que deixou pelo menos 40 feridos, sendo 30 policiais, n�o entrou na pauta, mas � "evidente" que a presidente e o governo repudiam toda e qualquer manifesta��o que n�o seja pac�fica. "Entendemos o direito de reivindicar, mas com clima pac�fico", completou. O ministro destacou que a pr�pria coordena��o do movimento barrou os excessos de alguns manifestantes. "Justamente por ser um movimento pol�tico, com uma pauta espec�fica e disposi��o de dialogar com a institui��o democr�tica do pa�s", ressaltou.
Para Concei��o, o confronto foi uma rea��o a provoca��o da pol�cia. "N�o descemos com nenhum tipo de armas, como alguns noticiaram por a�. Nossa marcha foi muito pac�fica, mas, infelizmente, houve uma provoca��o severa de um grupo de policiais", acusou. Segundo ele, houve tiros de bala letal, bala de borracha, bomba de g�s e spray de pimenta. " A provoca��o aconteceu e o nosso povo reage porque ningu�m � de ferro", afirmou.