
O ex-deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB), que renunciou ao cargo na �ltima quarta-feira, pelo menos momentaneamente pretende deixar a atividade pol�tico-partid�ria e retornar � iniciativa privada – ele � engenheiro e analista de sistemas. “Tenho que retomar a vida. A vida segue e n�o posso ficar parado”, disse ele nessa quinta-feira por telefone ao Estado de Minas. A ren�ncia foi motivada pelas acusa��es da Procuradoria Geral da Rep�blica de que ele teria desviado recursos de empresas do governo de Minas e utilizado doa��es ilegais para a sua campanha � reelei��o ao Pal�cio da Liberdade em 1998.
Depois da ren�ncia, Azeredo aguarda agora a decis�o do relator do seu processo no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Lu�s Roberto Barroso, sobre a inst�ncia da Justi�a que ir� julg�-lo, se a primeira, por n�o ter mais o foro privilegiado, ou se na pr�pria corte do STF. Azeredo afirmou que tem permanecido recluso e evitado o debate p�blico. Tamb�m disse que nos �ltimos dias enfrentou problemas de sa�de, que motivaram que ele pedisse licen�a m�dica. Por�m, voltou a dizer que foi injusti�ado na den�ncia apresentada pelo procurador-geral, Rodrigo Janot. “Fizeram uma tremenda injusti�a comigo, com acusa��es mentirosas, tentando atribuir a mim atos que n�o foram da minha responsabilidade”, afirmou o ex-governador, acrescentando que vai permanecer em Belo Horizonte e tamb�m vai cuidar de sua defesa.
Mesmo demonstrando indigna��o em rela��o ao teor da den�ncia encaminhada ao STF, Azeredo n�o quis tecer mais coment�rios sobre o comportamento de Janot e sobre sua defesa, lembrando que “tudo” o que tinha a dizer est� na carta de ren�ncia, que foi entregue pelo seu filho, Renato Azeredo, e pelo seu advogado, Jos� Gerardo Grossi, ao presidente da C�mara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e � Secretaria Geral da Casa. A carta foi lida em plen�rio pelo deputado Inoc�ncio de Oliveira (PR-PE).
Na carta, Azeredo recha�a as den�ncias de peculato e lavagem de dinheiro. “As acusa��es de que fui alvo pela Procuradoria-Geral, com base em testemunhos e documentos falsos, n�o me pouparam. De cidad�o, que deveria ter assegurado o sagrado direito de defesa, fui transformado em mero alvo pol�tico destinado a sofrer ataques para compensar delitos cometidos por outros”, afirmou o tucano. Ele tamb�m faz refer�ncia ao seu estado de sa�de, � sua fam�lia e ao partido no qual � filiado: “Minhas for�as j� se exaurem, com s�rio risco para minha sa�de e para a integridade de minha fam�lia. N�o aceito que o meu nome continue enxovalhado, que meus eleitores sejam v�tima, como eu, de mais decep��es, e que sejam atingidos o meu amado estado de Minas Gerais e o meu partido, o PSDB”.
Eduardo Azeredo disse ao EM que ficou satisfeito com as declara��es de solidariedade e de reconhecimento do seu trabalho. No entanto, n�o quis fazer nenhum coment�rio a respeito das manifesta��es, voltando a lembrar que tem evitado esticar conversa sobre o fato. O pr�prio presidente da C�mara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB), lamentou a sa�da de Eduardo Azeredo. “Fa�o quest�o de destacar a sua seriedade, honradez e conduta como deputado”, disse Alves.
Outra manifesta��o p�blica foi do l�der do PSDB na C�mara, Antonio Imbassay (BA). “Sabemos que ele vai seguir com serenidade e equil�brio, como ele sempre se comportou na vida p�blica. Todos que o conhecem sabem que ele � homem digno, homem de bem”.