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Estado de Minas

Com�cio que reuniu 400 mil em BH na defesa do voto direto ficou para a hist�ria

Em 24 de fevereiro de 1984, cerca de 400 mil pessoas tomaram a Pra�a da Rodovi�ria e a Afonso Pena at� a Pra�a Sete para exigir o direito de eleger o presidente pelo voto direto


postado em 24/02/2014 00:12 / atualizado em 24/02/2014 08:04

Multidão se reuniu para pedir volta das eleições diretas(foto: Alberto Escalda/EMDAPress)
Multid�o se reuniu para pedir volta das elei��es diretas (foto: Alberto Escalda/EMDAPress)
Ato comum para quem nasceu nas �ltimas tr�s d�cadas, o direito de escolher o principal representante do pa�s por meio do voto levou milh�es para as ruas e uniu pol�ticos com ideias divergentes em 1984. Em Belo Horizonte, a mobiliza��o pelo direito de eleger seu representante alcan�ou o auge h� exatos 30 anos. Em defesa do movimento das Diretas J�, cerca de 400 mil pessoas lotaram a Pra�a Rio Branco (da Rodovi�ria) e a Avenida Afonso Pena para ouvir discursos das principais lideran�as pol�ticas do pa�s, entre eles Ulysses Guimar�es, o ent�o governador de Minas, Tancredo Neves, os governadores do Rio de Janeiro, Leonel Brizola, e de S�o Paulo, Franco Montoro, e o presidente do PT, Luiz In�cio Lula da Silva. A multid�o ocupou a Avenida Afonso Pena, entre a Pra�a da Rodovi�ria e a Rua da Bahia, fazendo com que muitos que foram ao evento mal pudessem ver o palco montado na pra�a.


J� no in�cio da tarde de 24 de fevereiro de 1984, uma sexta-feira, a regi�o central come�ava a receber grande movimenta��o dos defensores das elei��es diretas, que espalhavam faixas nos postes e �rvores da Avenida Afonso Pena. O evento estava marcado para come�ar �s 17 h, com a expectativa de levar �s ruas cerca de 150 mil pessoas. Por volta das 15h ficou claro que o p�blico esperado iria superar as expectativas dos organizadores. No fim da tarde, mais de 250 mil j� ocupavam a Pra�a da Rodovi�ria e milhares continuaram chegando at� come�ar os primeiros discursos no palanque montado na dire��o da Pra�a Sete. O registro do p�blico total presente no evento n�o foi oficializado, mas as estimativas de organizadores e autoridades foram de 400 mil pessoas.

Lula, Ulysses Guimarães e Tancredo Neves dividiram o palanque armado para o comício na Praça da Rodoviária (foto: Alberto escalda/EM/D.A Press - 24/2/1984)
Lula, Ulysses Guimar�es e Tancredo Neves dividiram o palanque armado para o com�cio na Pra�a da Rodovi�ria (foto: Alberto escalda/EM/D.A Press - 24/2/1984)


“As Diretas vinham ganhando grande repercuss�o na m�dia e tamb�m entre as pessoas. Era muito comum ver os adesivos usados em carros ‘Sou pelas diretas’ e ‘Diretas J�’, com um clima de como��o muito grande pelo direito de votar. Eu tinha 18 anos e lembro que fiquei perto do antigo Cine Royal (entre as ruas S�o Paulo e Caet�s), onde hoje funciona uma igreja evang�lica. N�o consegui chegar nem pr�ximo do palanque. Para minha gera��o as Diretas foram uma esp�cie de batismo pol�tico”, conta Rodrigo Patto S� Motta, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

O historiador avalia que a uni�o de pol�ticos nos palanques das Diretas J� com ideologias e projetos divergentes foi poss�vel gra�as � grande mobiliza��o em torno do direito de que a popula��o pudesse votar em seus representantes. “Os partidos se organizaram, houve uma forma de coopera��o daqueles que eram oposi��o � ditadura. Claro que havia rivalidade e desconfian�as, os integrantes do PT, por exemplo, desconfiavam de Tancredo, mas todos queriam as elei��es diretas e uma maneira de abreviar o fim do regime militar”, explica Patto.

Em seu discurso, Tancredo destacou o car�ter pac�fico do movimento e a uni�o dos pol�ticos brasileiros para conquistar um direito que havia sido revogado por 20 anos. “Minas n�o podia deixar o Brasil sem sustenta��o nesta hora. A tranquilidade deste com�cio � uma demonstra��o de civismo e o povo brasileiro n�o abre m�o do direito de votar”, afirmou o governador de Minas. A �ltima fala foi de Ulysses Guimar�es, ent�o deputado federal e um dos principais defensores do movimento pelas Diretas J�: “A emenda Dante de Oliveira (que previa a elei��o direta) foi aprovada aqui, por esta multid�o”, afirmou. Al�m dos pol�ticos, o evento contou com a presen�a de diversos artistas, que entre os discursos pol�ticos se apresentavam para a multid�o.

Os principais com�cios pelo Brasil

1983

»  31 de mar�o – Abreu Lima
O munic�pio de Abreu e Lima, em Pernambuco, foi palco do primeiro com�cio em defesa do voto direto para a elei��o presidencial. Organizado por vereadores da cidade em resposta a uma celebra��o de militares pelos 19 anos do golpe. O primeiro ato foi acompanhado com receio por parte da popula��o e pouco mais de 100 pessoas participaram.

»  27 de novembro – S�o Paulo
Nos meses anteriores, aconteceram manifesta��es em v�rias cidades em defesa da vota��o direta, mas todas de menor propor��o. At� que em S�o Paulo, na Pra�a Charles Miller, ocorre um evento de m�dio porte, com a presen�a de 15 mil apoiadores, demonstrando o que viria no ano seguinte.

1984

»  12 de janeiro – Curitiba
50 mil pessoas v�o ao Centro da capital paranaense pela defesa das Diretas J�.

»  25 de janeiro – S�o Paulo
300 mil manifestantes ocupam a Pra�a da S�, em S�o Paulo, no primeiro grande com�cio. O evento contou com a presen�a das principais lideran�as pol�ticas brasileiras, j� organizadas em torno da defesa das Diretas J�.

» 16 de fevereiro – Rio de Janeiro
A popula��o fluminense tamb�m demonstra apoio � causa, 60 mil fazem passeata da Igreja da Candel�ria at� a Cinel�ndia.

» 24 de fevereiro – Belo Horizonte
Na primeira manifesta��o em Minas Gerais, cerca de 400 mil pessoas foram �s ruas pelas Diretas. A multid�o ocupou o espa�o que vai da Pra�a Rio Branco, conhecida como Pra�a da Rodovi�ria, at� a Pra�a Sete, no Centro da capital.

» 29 de fevereiro – Juiz de Fora
Assim como nas capitais, diversas cidades interioranas do pa�s organizaram manifesta��es reivindicando o voto direto. Em Juiz de Fora, cerca de 30 mil pessoas foram �s ruas.

» 10 de abril – Rio de Janeiro
Os cariocas realizam a maior manifesta��o p�blica da hist�ria do Brasil at� ent�o. Mais de 1 milh�o de pessoas v�o �s ruas na regi�o da Candel�ria.

» 16 de abril – S�o Paulo
1,5 milh�o de paulistas caminham da Pra�a da S� at� o Vale do Anhangaba�.


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