O deputado Edmar Moreira (PTB-MG) tomou posse nessa ter�a-feira na C�mara, em substitui��o a Eduardo Azeredo (PSDB-MG), e j� est� com o cargo amea�ado. O suplente H�lio Ferraz de Oliveira (PP), conhecido como Baiano, anunciou que vai pedir a cadeira do parlamentar por entender que, ao migrar para o PTB, Edmar perdeu o direito de assumir a vaga. A coliga��o pela qual ambos disputaram as elei��es de 2010 era formada por PP, PR – o antigo partido do hoje petebista –, PPS, DEM e PSDB. A representa��o para que assuma o posto seria entregue nessa ter�a-feira ao presidente da Casa, Henrique Alves (PMDB-RN).
Edmar Moreira, que ficou conhecido em todo o pa�s por ter constru�do um castelo com 36 su�tes na Zona da Mata, assumiu a vaga com a ren�ncia do ex-governador de Minas Gerais e ex-senador pelo estado Eduardo Azeredo, r�u em processo por desvio de recursos p�blicos, que corre no Supremo Tribunal Federal (STF). O prefeito de Conselheiro Lafaiete, doutor Ivair (PSDB), vem � frente de Baiano na lista de suplentes, mas dever� abrir m�o do governo para tentar assumir a vaga de Edmar. Segundo o promotor eleitoral em Minas Gerais, Edson Rezende, cabe exclusivamente a um suplente filiado a partido que participava da coliga��o formada em 2010 a possibilidade de reivindicar a vaga assumida ontem por Edmar.
O advogado de Baiano, tamb�m irm�o do suplente, Delvino Ferraz de Oliveira, disse que, caso a Presid�ncia da C�mara n�o atenda ao pedido para que Baiano assuma a vaga, entrar� com mandado de seguran�a no STF e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Vamos fazer com que a lei seja cumprida”. Baiano tem base eleitoral na Regi�o do Tri�ngulo Mineiro. Um de seus principais aliados na C�mara � o deputado federal Renato Andrade (PP-MG). O partido no estado, caso consiga a vaga de Edmar, passaria a ter seis cadeiras na Casa.
Toda a disputa, no entanto, tem prazo para terminar. At� cinco de abril, os deputados federais que assumiram secretarias de estado t�m que renunciar aos cargos se quiserem concorrer novamente a cadeira na C�mara, extinguindo a vaga ocupada hoje por Edmar. Ao chegar ontem para a posse, o deputado n�o quis fazer declara��es. Cumprimentou colegas e passou por tr�mites burocr�ticos. Na segunda-feira, o petebista afirmou que abriria m�o do sal�rios de deputado e que n�o contrataria assessores nem receberia a verba de gabinete. A assessoria da C�mara n�o informou se o parlamentar cumpriu a promessa.
Conhecido pelas dezenas de processos contra jornalistas, que, conforme Edmar, o chamam equivocadamente de “o senhor do castelo”, o deputado afirmou, ao chegar � Casa, ser um prazer rever todos os rep�rteres. "O ass�dio de voc�s n�o me incomoda. S�o todos muito simp�ticos". Em 2009, Edmar foi eleito segundo vice-presidente da C�mara, contrariando seu partido � �poca, o DEM, que defendia Vic Pires (PA) para o cargo. O deputado acumulava ainda o posto de corregedor-geral. Em uma das primeiras entrevistas depois da elei��o, defendeu o fim do Conselho de �tica.
Depois da declara��o e do atrito com o DEM come�aram a surgir den�ncias contra o parlamentar, que n�o teria recolhido impostos relativos � folha de pagamento de empregados de uma empresa da qual seria dono. Com a press�o, Edmar renunciou aos cargos na Mesa Diretora da Casa e foi expulso do DEM. O partido, no entanto, n�o pediu o mandato do parlamentar, como previsto na legisla��o.