Bras�lia - Quase 400 fam�lias de Pacatuba, na regi�o metropolitana de Fortaleza (CE), aguardam h� um m�s a visita da presidente Dilma Rousseff na cidade. S� assim poder�o receber as chaves das novas moradias do programa Minha Casa, Minha Vida. As obras foram conclu�das em janeiro. Os contemplados pelo programa sabem, desde o in�cio de fevereiro, exatamente em qual casa v�o morar, mas est�o proibidos de fazer a mudan�a enquanto n�o for realizada a cerim�nia oficial de entrega.
“Entendemos que a agenda da nossa chefe maior � uma loucura. Ela tem muita coisa para fazer no Brasil e no mundo. Est� dif�cil conciliar”, afirmou Alencar. O prefeito disse ter feito uma peregrina��o na capital federal com o intuito de adiantar a data da inaugura��o e pediu a ajuda de um deputado, mas a expectativa � de que a solenidade oficial s� ocorra em abril. Na quarta-feira, Dilma estar� em Fortaleza, mas o empreendimento em Pacatuba ainda n�o entrou no roteiro oficial.
A presidente faz quest�o de estar presente nas inaugura��es do Minha Casa, Minha Vida, principal programa de sua gest�o. Nessas ocasi�es, Dilma distribui beijos, tira foto com os benefici�rios e ressalta o carro-chefe de sua administra��o.
Na sexta-feira, 14, em Aragua�na, no Tocantins, Dilma disse que o programa entregou 1,5 milh�o de casas e j� contratou mais 1,6 milh�o de unidades. A presidente afirmou ter certeza de que ainda v�o ser contratadas mais 500 mil casas at� o fim deste ano, para cumprir a meta de entregar 2,7 milh�es de moradias.
Na ocasi�o, Dilma afirmou que criticar o programa era atitude de quem “nunca ralou” (mais informa��es ao lado). O ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, chegou a dizer que a petista, candidata � reelei��o em outubro, “foi a presidente que mais fez casa e saneamento”.
Nos detalhes. O residencial Pacatuba ser� o primeiro empreendimento totalmente financiado pelo Banco do Brasil entregue no Pa�s. A institui��o est� acompanhando todos os detalhes para que a inaugura��o n�o seja de fachada.
No entanto, a insist�ncia para que a presidente participe do convescote de inaugura��o faz com que a secret�ria de Assist�ncia Social, Elisangela Campos, tenha de explicar todo dia �s dezenas de fam�lias que recorrem ao �rg�o que a culpa do atraso da entrega n�o � da prefeitura. “Se ela (Dilma) puder vir, vai ser uma honra, mas, caso contr�rio, ela poderia mandar um representante”, afirmou a secret�ria. “Precisamos entregar essas casas, todo mundo est� cobrando e tem gente que acha at� que o nome foi retirado da lista de beneficiados.”
Benefici�ria do programa, Carla Ferreira disse estar contando “as horas, os minutos e os segundos” para receber as chaves da nova casa. “Vou l� todo dia s� para ficar olhando minha casa novinha. Fico olhando do lado de fora um temp�o”, afirmou. Atualmente separada e com um filho de 9 anos, Carla paga R$ 200 de aluguel, dinheiro que vai ser economizado quando se mudar de vez para o novo endere�o.
A atendente Jevane de Sousa, com tr�s filhos pequenos, teve a certeza de que receberia a casa no fim de janeiro, mas ainda n�o pode entrar na casa. Ela sugere uma solu��o para a incompatibilidade de agenda da presidente. “Ela poderia deixar a gente entrar na casa e depois, quando desse, viria nos visitar”, disse a atendente. “A gente teria o prazer de receber a presidente dentro de casa, com tudo arrumadinho, com os m�veis no lugar.”
A falta de espa�o na agenda da presidente tamb�m est� retendo os planos de Bruna Sousa, agente administrativa que espera a entrega das chaves para dar prosseguimento aos planos de registrar no cart�rio civil uma uni�o est�vel. “Como diz o ditado, quem casa quer casa”, brincou. Atualmente, ela divide o aluguel do im�vel onde mora com um amiga. Assim que entrar na casa, tem planos de comprar os m�veis usando o cart�o do programa Minha Casa Melhor e, depois, casar. “Eu nem durmo direito pensando na hora que vou receber nossa casa.”
Custos
Al�m de deixar ansiosos os benefici�rios do programa, a demora para o lan�amento do empreendimento tem custos para a construtora respons�vel pela obra. “Estamos preocupados com invas�o. N�o aguento mais, quero entregar essa obra logo”, diz Andr� Montenegro, dono da Moref�cil. Ele afirma que a empresa gasta desde o in�cio do ano R$ 60 mi por m�s com vigil�ncia e manuten��o. Enquanto as casas n�o s�o entregues, a responsabilidade pelo empreendimento continua sendo da empresa. Cabe a ela, por exemplo, arcar com os reparos em caso de vandalismo provocado por invas�es.
Em nota, o Banco do Brasil informou que est� concluindo a confec��o dos contratos, um procedimento necess�rio para a inaugura��o, e que a expectativa � de que a entrega ocorra at� a primeira semana de abril.