
A Pol�cia Federal deflagrou nessa segunda-feira opera��o para desarticular quatro organiza��es criminosas comandadas por doleiros e acusadas de lavagem de dinheiro, envolvendo cifra superior a R$ 10 bilh�es. Os valores movimentados, de acordo com os investigadores, t�m origem il�cita, incluindo fraude de contratos p�blicos. Vinte e quatro pessoas foram presas, entre elas o condenado no processo do mensal�o Enivaldo Quadrado, ex-s�cio da corretora B�nus Banval.
Em Bras�lia, foi detido Carlos Habib Chater, dono de um dos maiores postos de gasolina na Regi�o Central da Capital. A opera��o, batizada de Lava-jato, ocorreu em 17 cidades de seis estados –Paran�, S�o Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Mato Grosso – e do Distrito Federal. Foram apreendidos pelo menos R$ 5 milh�es em esp�cie, 25 carros – avaliados em mais de R$ 100 mil cada –, joias, rel�gios, obras de arte, documentos e computadores. Tr�s hot�is foram bloqueados.
Doleiros j� conhecidos da pol�cia voltaram a ser alvo dos federais. � o caso de Carlos Habib Chater, investigado em outra opera��o e antigo aliado de Fayed Antoine Traboulsi, doleiro preso pela PF em setembro do ano passado sob acusa��o de participar de esquema de desvio de fundos de pens�o municipais. Investigadores apontam, dessa vez, que Chater usa seu posto de gasolina e uma rede de lavanderias de roupas para “disfar�ar” o dinheiro obtido com o c�mbio paralelo de moedas estrangeiras.
Tamb�m volta � mira da PF o doleiro Alberto Youssef. Preso em um hotel no Bairro da Ponta D’Areia, em S�o Lu�s (MA), ele atua, principalmente, no Paran� e em S�o Paulo. Ele � dono de um dos hot�is bloqueados, o Blue Tree, em Londrina. Youssef j� foi condenado pela Justi�a em 2004, por crimes contra o sistema financeiro nacional. Ele foi acusado de sonegar mais de R$ 33 milh�es � Receita Federal, entre 1996 e 1999. Todos os presos foram levados para Curitiba, onde ser�o ouvidos.
Opera��es
De acordo com o delegado M�rcio Anselmo, que coordenou a opera��o, as quatro organiza��es criminosas atuavam de maneiras diferentes. “Uma era voltada para atuar em opera��es de exporta��o e importa��o; outro n�o tinha muito crit�rio; outro lavava dinheiro de tr�fico internacional de drogas; e o quarto operava apartir de desvios de dinheiro p�blico”, disse Anselmo. Segundo ele, o primeiro foco da opera��o � desarticular os doleiros e, depois, ser�o investigados poss�veis fraudes em contratos p�blicos.
Um dos presos na opera��o em Bras�lia foi Andr� Luis Paula dos Santos. Em 13 de dezembro do ano passado, ele havia sido detido pela PF no aeroporto da capital federal, com US$ 280 mil, mais R$ 13,9 mil escondido nas meias. O dinheiro ficou retido com a pol�cia at� que o operador de mercado Carlos Eduardo Lemos, conhecido como Dudu, reclamou ser dono da quantia.
Dudu, mais tarde, fora citado na Opera��o Miqu�ias, que desvendou uma quadrilha que desviava dinheiro de fundos de previd�ncia municipais.De acordo com a PF, foi presa tamb�m uma doleira que se considerava a “dama” do mercado paralelo. Ela foi flagrada na sexta-feira, no Aeroporto de Guarulhos. Tentava embarcar com 200 mil euros para Europa.