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Estado de Minas

Agenda de Dilma mostra que ela viaja mais e conversa menos em 2014


postado em 24/03/2014 12:07 / atualizado em 24/03/2014 12:13

S�o Paulo - Entre 1º de janeiro e 20 de mar�o de 2014, a presidente Dilma Rousseff visitou, em agenda oficial, 20 cidades brasileiras. O n�mero � o dobro do registrado no mesmo per�odo de 2013. Em contrapartida, levantamento feito pelo Broadcast Pol�tico, Broadcast, servi�o de not�cias em tempo real da Ag�ncia Estado, mostra tamb�m que, neste in�cio de ano eleitoral, a presidente recebeu menos empres�rios e pol�ticos para reuni�es na compara��o com o ano anterior.

Os eventos preferidos da presidente durante as viagens de 2014 s�o formaturas do Pronatec, entrega de unidades do Minha Casa, Minha Vida e de m�quinas a prefeituras pelo PAC Equipamentos, o que tem gerado cr�ticas da oposi��o. "� uma agenda presidencial med�ocre. Nunca vi o (Barack) Obama ou o (Fran�ois) Hollande distribuindo tratores e caminh�es", disse o deputado Marcus Pestana, presidente do PSDB-MG, no fim de fevereiro, durante visita de Dilma a seu Estado.

Enquanto aumentou o espa�o para viagens pelo Pa�s na agenda da presidente, diminuiu o tempo destinado a encontro com empres�rios e pol�ticos da base aliada, que t�m reclamado de "dificuldade de interlocu��o" com a presidente. Em 2014, Dilma fez apenas duas audi�ncias com representantes do setor produtivo - recebendo no Pal�cio do Planalto os presidentes da Cosan, Rubens Ometto, e da Copersucar, Lu�s Roberto Pogetti. No mesmo per�odo em 2013, foram 21 encontros.

Entre os que tiveram audi�ncia com Dilma no ano passado est�o pesos pesados do PIB como os banqueiros Em�lio Botin, do Santander, e Roberto Setubal, do Ita� Unibanco. Foram recebidos ainda os empreiteiros Marcelo Odebrecht e S�rgio Andrade, e Eike Batista - recebido duas vezes. Al�m de representantes de associa��es setoriais, como o presidente da Confedera��o Nacional da Ind�stria, Robson Andrade, e da Federa��o das Ind�strias do Estado de S�o Paulo, Paulo Skaf.

Neste ano, al�m do encontro com Ometto e Pogetti, Dilma se reuniu com empres�rios apenas em per�odos de viagens para o exterior, como no F�rum Econ�mico Mundial, em Davos na Su��a. "Acho que ela parou de receber porque estava dando errado. Todo mundo que ela recebia, seja empres�rio ou pol�tico, sa�a insatisfeito", afirmou um empres�rio, que preferiu manter o anonimato.

Contrariados, empres�rios ouvidos pelo Broadcast Pol�tico ,n�o fogem da compara��o com a gest�o de Luiz In�cio Lula da Silva, que, segundo eles, era mais aberto ao di�logo, mesmo que nem sempre levasse em conta o que havia sido conversado na hora de tomar decis�es.

Uma fonte em Bras�lia, que tamb�m n�o quis se identificar, diz que o fato de Dilma centralizar as decis�es atrasa o andamento dos processos. "Ela n�o conversa. O ministro conversa e ela desautoriza. A� volta tudo � estaca zero", reclama. H� ainda a impress�o de que Dilma n�o gosta do empresariado e que parte dos problemas enfrentados vem da falta de habilidade do governo em escutar.

Ex-presidente da Fiesp, Hor�cio Lafer Piva reclama que o governo, quando conversa, o faz apenas com poucos representantes, os de sua confian�a. Piva argumenta que "em todos os lugares do mundo o presidente cria espa�os para ouvir empres�rios, e quanto mais transparente e regular, melhor". "N�o tem havido mais intera��es, que s�o fundamentais, n�o somente para que o lado de c� procure entender a racionalidade das decis�es do governo, como por parte dele para entender o sentido de urg�ncia da economia real", reclama.

O presidente da Confedera��o Brasileira da Ind�stria da Constru��o, Paulo Safady Sim�o, diz que seu setor n�o pode reclamar do relacionamento com o governo. "Temos acesso a ministros, falamos nos �rg�os. Fazenda, Planejamento, Trabalho um pouco menos". Sim�o acha, por�m, que o Conselho de Desenvolvimento Econ�mico e Social (CDES) � pouco explorado e que o estilo de governo da presidente � diferente e dificilmente vai mudar. "Talvez, se ela estivesse mais pr�xima do empresariado, teria tido ideias melhores", afirmou.

Mesmo que a agenda oficial mostre uma dificuldade de contato direto com a presidente da Rep�blica, as reclama��es n�o s�o unanimidade. O presidente da Cargill no Brasil, empresa do ramo do agroneg�cio, diz que sempre teve "um di�logo �timo com o governo". "Sempre fomos muito bem recebidos", afirma.

Pol�ticos

Al�m dos empres�rios, Dilma tamb�m dedicou menos espa�o aos pol�ticos. Eles tiveram 12 encontros com a presidente este ano, contra 24 em 2013. Essa dificuldade para di�logo foi uma das principais reclama��es dos parlamentares da base aliada na C�mara que formaram o "bloc�o". O grupo de dissidentes imp�s algumas derrotas ao governo em vota��es, como no caso da convoca��o de ministros para prestar esclarecimentos, e ainda dificulta a vota��o do Marco Civil da Internet.

Em compensa��o, a presidente se reuniu mais com seus auxiliares: foram 66 audi�ncias com ministros, secret�rios e outros integrantes do governo em 79 dias. No ano passado, foram 52 no mesmo per�odo.

Senador pelo PMDB, partido da base aliada, e empres�rio do setor de transportes, o mineiro Cl�sio Andrade reclama da burocracia do governo. "Tirando o Minha Casa Minha vida, que � um excelente programa, as a��es do governo n�o andam", afirma. Cl�sio classifica como "falha" a estrutura gerencial do governo federal.

A assessoria de imprensa da Presid�ncia da Rep�blica foi procurada para comentar, mas n�o respondeu � reportagem.


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