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Estado de Minas

Medo de 'homem bomba' vai barrar CPI, aposta Planalto


postado em 25/03/2014 09:00

Na tentativa de convencer os insatisfeitos da base de apoio governista a n�o aprovar uma Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito da Petrobras, emiss�rios da presidente Dilma Rousseff v�o usar como argumento a sobreviv�ncia pol�tica dos pr�prios aliados. O motivo � que Paulo Roberto Costa, ex-diretor da estatal preso pela Pol�cia Federal (PF) na semana passada durante a Opera��o Lava Jato, pode causar estragos se for convocado a depor no Congresso.

Suspeito de participa��o em esquema de lavagem de dinheiro num caso que, judicialmente, n�o tem rela��o com o centro da atual crise da Petrobras - a compra de uma refinaria em Pasadena, nos EUA -, Costa foi indicado para a Diretoria de Abastecimento da estatal pelo PP, mas acabou “adotado” pelo PMDB e tamb�m pelo PT.

Em 2006, quando a compra da pol�mica refinaria foi referendada pelo Conselho de Administra��o da Petrobras, � �poca presidido por Dilma, ent�o chefe da Casa Civil do governo Lula, Costa estava a pleno vapor no cargo. Ele foi um dos diretores mais atuantes na tentativa de consolidar o neg�cio.

Em conversas reservadas, deputados e senadores do PT afirmam que o maior problema, agora, n�o � a investiga��o do contrato de Pasadena, mas, sim, a poss�vel descoberta das ramifica��es pol�ticas das a��es de Costa na Petrobras.

No Planalto, auxiliares de Dilma dizem ter certeza de que a CPI n�o passar� porque ningu�m da base aliada quer puxar esse fio da meada, nem mesmo o “bloc�o”, grupo que re�ne partidos dispostos a criar dificuldades ao governo no Congresso. Segundo um interlocutor da presidente, “os dois PMDBs, o da C�mara e o do Senado, t�m interesse na Petrobras”.

H� d�vidas at� mesmo quanto ao comportamento da oposi��o, embora o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso esteja agora defendendo a CPI. Dirigentes do PT afirmam que, se a CPI for criada, aliados do governo v�o lembrar o afundamento da maior plataforma petrol�fera do mundo, a P-36, ocorrida em mar�o de 2001, no governo FHC, na Bacia de Campos. Dizem, ainda, que todos podem perder, mesmo quem aposta nos dividendos eleitorais.

Pr�-candidato do PSDB ao Planalto, o senador mineiro A�cio Neves articula a cria��o de uma comiss�o mista, unindo C�mara e Senado. Ele ter� reuni�o hoje com aliados para discutir a apresenta��o do pedido oficial de investiga��o parlamentar.

Entre seus colegas de oposi��o, por�m, o ceticismo j� est� instalado. “O contexto n�o � mais o mesmo de uma semana atr�s, quando os partidos da base estavam dispostos a apoiar uma investiga��o mais aprofundada. Agora eu fico c�tico com a pris�o do Paulo Roberto. Quero ver qual ser� o apetite desses partidos, se haver� a mesma boa vontade de antes da base para colaborar”, disse ontem o deputado federal Rodrigo Maia (RJ), ex-presidente do DEM.

O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) ironizou: “Jabuti, sozinho, n�o sobe em �rvore. Quem colocou os jabutis Paulo Roberto Costa e Nestor Cerver� na c�pula da Petrobras tem muita for�a no Congresso e tudo far� para impedir investiga��es parlamentares, sobretudo a CPI sobre a negociata de Pasadena”.

Nestor Cerver�, citado pelo tucano, era diretor da �rea internacional da Petrobras quando o contrato foi assinado. Ele foi o autor do “resumo t�cnico” no qual o Conselho de Administra��o da estatal se baseou para aprovar a compra. Dilma diz que s� apoiou a compra porque esse “resumo t�cnico” n�o trazia cl�usulas importantes do contrato que viriam a encarecer a compra.

O rebelado l�der da bancada do PMDB na C�mara, Eduardo Cunha, contemporizou ontem ao tratar do assunto. Afirmou que ainda n�o tem o “term�metro” de seus correligion�rios. “S� vou sentir a disposi��o da minha bancada amanh� (ter�a).”

Requerimentos

Enquanto a CPI ainda � uma inc�gnita, os opositores tentar�o convidar Cerver� para depor. A aposta dos partidos � que a demiss�o dele na semana passada do cargo que ocupava na BR Distribuidora pode motiv�-lo a comparecer e complicar a situa��o de Dilma. Os requerimentos ser�o apresentados hoje nas Comiss�es de Fiscaliza��o e Controle, Seguran�a P�blica, Minas e Energia, Rela��es Exteriores e Defesa do Consumidor.

A principal aposta � que Cunha e seu “bloc�o” referendem pelo menos o convite na Comiss�o de Fiscaliza��o e Controle, que � comandada pelos peemedebistas. O DEM ainda protocolar� pedidos de convoca��o dos ministros Guido Mantega (Fazenda) e Lu�s In�cio Adams (Advocacia-Geral da Uni�o) para falar sobre o caso.

A crise na Petrobras foi deflagrada na quarta-feira, ap�s o jornal O Estado de S. Paulo revelar que Dilma apoiou a compra da refinaria de Pasadena. Em resposta ao jornal, a presidente disse que s� fez isso porque seu “resumo t�cnico” era falho e “incompleto”.


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