S�o Paulo - Por quatro dias, entre amanh�, sexta-feira (4), e segunda-feira (7), cerca de 200 jornalistas e editores de todo o continente v�o debater em Bridgetown, capital de Barbados, no Caribe, os principais problemas da imprensa no continente - e o grande destaque, dever� ser a dif�cil situa��o vivida pela imprensa escrita de oposi��o na Venezuela, amea�ada de ficar sem papel. � a Reuni�o de Meio de Ano da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), na qual os delegados de mais de 30 pa�ses tamb�m apresentar�o relatos sobre a situa��o da liberdade de imprensa em cada um deles.
O primeiro-ministro de Barbados, Freundel Stuart, dever� abrir oficialmente o encontro. Uma sess�o solene marcar� os 20 anos da Declara��o de Chapultepec. Esse documento, discutido e aprovado na Cidade do M�xico, em 1994, estabeleceu num texto curto, de 10 artigos, uma esp�cie de “constitui��o latino-americana” em defesa da liberdade de informa��o que acabou sendo assinada por 59 chefes de Estado da regi�o.
A morte de seis jornalistas no semestre - depois do �ltimo encontro da SIP, em Denver, nos Estados Unidos - ser� o pano de fundo das an�lises sobre a situa��o da imprensa no continente, marcada por viol�ncia constante contra jornalistas. Outro tema pol�mico ser� a discrimina��o de alguns governos - marcadamente Venezuela, Argentina e Equador - contra �rg�os que os criticam, na hora de distribuir publicidade oficial.
Solidariedade
Como em encontros recentes, a den�ncia de abusos do governo da Venezuela contra a imprensa de oposi��o - agora, impedindo-os de importar papel - dever� garantir os debates mais acesos.
Na ter�a-feira, a Comiss�o de Liberdade de Imprensa e Informa��o da SIP fez um pedido ao presidente venezuelano Nicol�s Maduro para que n�o imponha restri��es ao embarque de papel oferecido por uma organiza��o da Col�mbia a jornais da Venezuela.
“Este gesto solid�rio por� � prova o governo da Venezuela, em sua estrat�gia de restri��es diretas aos peri�dicos, uma das poucas vozes independentes que ainda restam no pa�s e que o presidente Maduro busca silenciar”, disse o presidente da comiss�o, Claudio Paolillo. Ele elogiou, ainda, a “grande capacidade criativa” de Caracas para impor a censura.