Bras�lia, 03 - O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) afirmou durante discurso na tribuna do Senado, na noite de quarta-feira, 02, que o PT, o governo e parlamentares da base aliada da presidente da Rep�blica uniram-se para acabar com a Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) criada para investigar irregularidades na Petrobras. Disse que assinou o requerimento de cria��o da CPI e, ao perceber que est� sendo feito de bobo, arrepende-se at� do dia em que nasceu. Mas n�o vai retirar a assinatura. Ele atacou o PT, que tem afirmado a todo instante que o Senado n�o tem condi��es de apurar nada em rela��o � Petrobras. Disse que tem procurado uma conviv�ncia civilizada com todos os partidos, mas n�o pode aceitar que o PT queira - a ele pessoalmente, e a outros partidos e parlamentares - "ensinar como se deve fazer pol�tica", sobretudo no campo �tico. Vasconcelos lembrou que o PT est� com sua antiga c�pula presa na Papupa, por causa do esc�ndalo do mensal�o.
"Eu n�o posso aceitar que um partido que est� com a sua ex-c�pula, com Jos� Dirceu, o ex-capit�o do time de Lula recolhido na Papuda. O tesoureiro do partido (Del�bio Soares), que meteu a m�o, comeu dinheiro, est� na Papuda. Jos� Genoino, que foi l�der do partido, est� na Papuda. O Jo�o Cunha - que presidiu a C�mara -, na Papuda."
Vasconcelos lembrou tamb�m que Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, est� preso. E foi ele que fez o contrato da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. "Eu era Governador do Estado, e a Petrobras ficou de entrar com 60%, e a PDVSA (petroleira venezuelana) com 40%. Eu recepcionei, naquela �poca, o folcl�rico coronel Hugo Ch�vez e recepcionei o presidente Lula l� no Pal�cio das Princesas", disse o senador no discurso.
Segundo ele, a assinatura do contrato foi semelhante aos conv�nios feitos entre dois munic�pios dos mais inexpressivos do Brasil. "Um diz vamos abrir uma bodega, voc� entra com 60%, o outro bodegueiro entra com 40%. Depois, o que entrou com 40% diz que n�o vai pagar mais a bodega. E o bodegueiro aceita", disse ele, lembrando que, como noticiou o jornal O Estado de S.Paulo, a Venezuela n�o honrou sua parte no contrato. "Foi esse o contrato que foi feito num pal�cio. Esse documento tem minha assinatura como governador do Estado de Pernambuco".
Jarbas Vasconcelos lembrou que a CPI da Petrobras, criada no Senado, deveria apurar tudo o que ocorreu, para saber por que foi que a PDVSA n�o pagou. "E, se n�o pagou, por que n�o pagou e qual foi a explica��o que deu".
Ele afirmou que a PDVSA n�o tinha experi�ncia em �guas profundas, embora fosse uma empresa maior do que a Petrobras na �poca. "Ent�o, resolveu entrar no Brasil atrav�s do Porto de Suape e atrav�s da Refinaria Abreu e Lima. N�s ajudamos em tudo. At� o nome de Abreu e Lima fomos n�s que sugerimos colocar, para sensibilizar ainda mais o coronel Hugo Ch�vez. Assim tudo foi feito. E por que a PDVSA n�o honrou o compromisso? E fica por isso mesmo".
Paulo Roberto da Costa, o respons�vel pelo contrato, foi chamado de "ladr�o" por Vasconcelos. "Esse ladr�o, camarada, est� aqui acusado de receber dinheiro, uma Land Rover do senhor Alberto Youssef, um doleiro... Esse mesmo doleiro agora - segundo a imprensa - deu dinheiro, deu um voo especial para o deputado Andr� Vargas (PT), do Estado do Paran�, que � nada mais nada menos do que primeiro vice-presidente da C�mara dos Deputados", lembrou o senador.
Em seguida, ele voltou a fazer cr�ticas ao PT. "Ent�o, como � que um partido que tem a ex-c�pula dirigente - o capit�o do time de Lula - na Papuda quer dar li��es de moral para a gente aqui?". Ele lembrou que o PT quer impedir que o Senado apure as irregularidades cometidas pela Petrobras. Para o senador Jarbas Vasconcelos, o Senado vai ser ridicularizado. "Quer dizer, n�s estamos reduzidos a um papel rid�culo, rid�culo. Era muito melhor deixar de ser senador da Rep�blica, procurar outra coisa para fazer, porque, se a gente n�o pode...".
"� uma farsa dizer que o Minist�rio P�blico Federal est� apurando isso. N�o est� apurando", afirmou Vasconcelos. Ele lembrou que uma comiss�o de senadores foi at� o procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, pedir a apura��o.
Para Vasconcelos, do jeito que as coisas v�o no Senado, a CPI n�o vai dar em nada. Por isso, afirmou que est� arrependido at� o dia em que nasceu. "Eu me arrependo da hora em que nasci quando assinei esta CPI. Eu n�o deveria ter assinado. Mas, em pol�tica, tudo o que a gente tem que explicar, a complica��o j� vem a�. Assim, se eu n�o tivesse assinado essa CPI, eu estava com a minha consci�ncia tranquila, mas tinha que dar satisfa��o �queles que confiaram em mim e aos meus amigos, porque aqui eu tenho a conduta que tenho e n�o assinei essa CPI".
"Essa CPI n�o vai dar em nada", continuou ele. "Essa CPI vai ser uma farsa! Em um ano de Copa do Mundo, de elei��o, a gente vai compactuar com uma coisa que n�o vai funcionar - n�o vai funcionar! Ent�o, � muito melhor a gente ficar em cima do Minist�rio P�blico para que se junte ao Tribunal de Contas, que se junte � Pol�cia Federal - essa Pol�cia Federal que est� cerceada, essa Pol�cia Federal que o PT e o governo querem, os dois, que seja uma pol�cia de partido, uma pol�cia de governo, e n�o uma pol�cia de Estado. A Pol�cia Federal est� completamente esvaziada. A Pol�cia Federal est� esvaziada, sucateada; as pessoas est�o deixando a Pol�cia Federal para irem para outras institui��es porque o PT, hoje, quer que ela seja partidarizada; quer que, quando for fazer uma investiga��o para pegar pela gola um corrupto, primeiro avise para que as pessoas de interesse da base partid�ria tamb�m sejam avisadas".
Jarbas Vasconcelos afirmou que o PT pedia a instala��o de CPI para qualquer coisa quando era oposi��o e que votou contra as boas iniciativas da pol�tica. "Eu n�o posso aceitar que um partido que pedia CPI contra tudo e contra todos, um partido que votou contra Plano Real, que votou contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, um partido que amea�ava entrar com CPI contra tudo e contra todos venha, hoje, querer ensinar a gente aqui a n�o fazer CPI, fazendo a gente de bobo, de tolo, de idiota."
O senador afirmou ainda que o setor el�trico est� quebrado, "completamente quebrado pela presidente Dilma. Hoje sai, inclusive, uma inje��o de R$ 8 bilh�es a R$ 9 bilh�es para atender o setor, que ela quebrou, para baixar as tarifas de luz e tirar proveito eleitoral dessa coisa".