S�o Paulo, 09 - Ao avaliar a situa��o do deputado licenciado Andr� Vargas (PT-PR), o l�der do governo na C�mara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), afirmou, nesta quarta-feira, 9, que as chances de um parlamentar n�o ser cassado pela C�mara diminu�ram depois que a Casa acabou com o voto secreto nesse tipo de vota��o. Por isso, avaliou, cabe ao petista decidir se renuncia ao mandato ou enfrenta o processo no Congresso.
"Quando voc� � julgado pelos seus pares, naturalmente � um julgamento pol�tico. Para o bem e para o mal. Com o voto aberto no caso de cassa��es, a chance de algu�m n�o ser cassado diminui bastante", afirmou Arlindo Chinaglia em entrevista � R�dio Estad�o.
Andr� Vargas pediu licen�a do cargo nessa segunda, 7, ap�s ter seu nome ligado ao doleiro Alberto Youssef, preso pela Pol�cia Federal sob acusa��o de envolvimento com esquema de lavagem de dinheiro. Nesta quarta, o Conselho de �tica pode decidir se abre processo contra o parlamentar por quebra de decoro. Se aberto, ap�s tramitar na Casa, o processo chegar� ao plen�rio da C�mara e caber� aos deputados decidirem em vota��o aberta se cassam ou n�o o mandato de Vargas.
O pr�prio PT j� defende, nos bastidores, a ren�ncia de Andr� Vargas. O vice-l�der do governo na C�mara, Henrique Fontana (RS), disse nessa ter�a-feira que o deputado deveria renunciar � vice-presid�ncia da Casa, cargo que Vargas ocupa. O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, em entrevista a blogueiros, defendeu que o petista esclare�a o caso para o PT n�o "pagar o pato".
"Se ele acredita que vai fazer a defesa dele pr�prio, vai ter explica��es e vai conseguir convencer o Conselho de �tica, mas principalmente o plen�rio da C�mara, a tend�ncia � ele ir nessa batida para provar sua inoc�ncia", diz Chinaglia. "� dif�cil qualquer um, inclusive eu, dar opini�o do que ele deve ou n�o deve fazer. S� ele sabe dos fatos e cabe a ele tomar a decis�o", complementa.
Na semana passada, o jornal Folha de S.Paulo revelou que Vargas usou um jatinho pago pelo doleiro para viajar em f�rias com a fam�lia � Jo�o Pessoa (PB). A viagem teria custado R$ 100 mil. Nesta semana, a revista Veja revelou trocas de mensagens nas quais Youssef prometia "independ�ncia financeira" a Vargas com a intermedia��o de um contrato do laborat�rio Labogen com o Minist�rio da Sa�de.
Vargas afirmou ser amigo de Youssef e desconhecer os neg�cios do doleiro. Disse ainda que tomou a decis�o de se licenciar do cargo para se defender e que � alvo de "massacre midi�tico", fruto de "vazamento ilegal de informa��es".