Bras�lia, 11 - Cobrada pelo ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva na sexta-feira, 4, para que atue politicamente e tente neutralizar o impacto da iminente instala��o da CPI da Petrobras, a presidente Dilma Rousseff chamou, na quinta-feira, 10, para um almo�o no Pal�cio da Alvorada os senadores mais influentes do PMDB, seu principal aliado: o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), o l�der do governo, Eduardo Braga (AM), o l�der do partido, Eun�cio Oliveira (CE), e o presidente da Comiss�o de Constitui��o e Justi�a, Vital do R�go (PB).
O script anticrise incluiu a promessa a Eun�cio Oliveira que far� de tudo para garantir a ele a vaga na disputa para o governo do Cear� na coliga��o composta pelo PT e pelo PROS dos irm�os Cid e Ciro Gomes, uma reivindica��o antiga do PMDB.
Uma das principais preocupa��es de Dilma com a CPI da Petrobras est� relacionada � compra da refinaria de Pasadena, nos EUA. Em 2006, quando era presidente do Conselho de Administra��o da estatal, ela ajudou a aprovar a aquisi��o de 50% unidade. Depois, se op�s � compra de 100% da refinaria. Esse � o ponto de partida da oposi��o no Senado. Vital do R�go, que esteve ontem com a presidente, ajudou a ampliar o escopo da comiss�o na quarta-feira, 9, - incluindo entre os assuntos a serem investigados o cartel no Metr� em S�o Paulo e suspeitas de irregularidades no Porto de Suape, em Pernambuco. O objetivo � desgastar os advers�rios A�cio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB).
No almo�o, a presidente pediu ainda empenho dos peemedebistas para aprovar o Marco Civil da Internet no Senado na semana que vem. A ideia � que ela sancione a lei antes da confer�ncia internacional sobre governan�a na internet, marcada para os dias 23 e 24, em S�o Paulo.
Dilma quer usar a lei que regulamenta a internet para dar uma resposta � espionagem feita pela ag�ncia americana NSA em seu governo. Os senadores prometeram votar a proposta j� na semana que vem.
TCU. A presidente fez ainda consultas sobre o novo nome a ser indicado para o Tribunal de Contas da Uni�o (TCU) pelo Executivo. A indica��o do senador Gim Argello (PTB-DF) foi t�o combatida dentro e fora da corte que ele se viu obrigado a abrir m�o de suas pretens�es. Haver� duas vagas no tribunal, uma que cabe ao Senado a nomea��o, e outra ao Pal�cio do Planalto. Argello entraria como um nome do Senado. Dilma perguntou aos senadores se, na vaga do Executivo, haveria clima para a indica��o da ministra Ideli Salvatti (Direitos Humanos). Ouviu, como resposta, que n�o dever� haver problemas quanto � aceita��o de Ideli.
Os peemedebistas, por�m, levaram para ela um nome para o lugar de Argello: Bruno Dantas, ex-consultor Jur�dico do Senado, que atualmente est� no Superior Tribunal de Justi�a. Trata-se de uma indica��o do senador Jos� Sarney (PMDB-AL), de quem foi consultor jur�dico no Senado, quando presidia Casa. Gim Argello foi alvo de manifesta��es por funcion�rios do TCU contr�rias � sua indica��o e provocou rea��es at� mesmo do presidente do Tribunal.
Apoio
A presidente ainda fez gestos pela manh� aos movimentos sociais, que ao longo do seu mandato se queixaram do distanciamento de Dilma. Em um encontro que durou uma hora e meia, ela conversou com representantes do Movimento Passe Livre e de outros movimentos sociais, como Uni�o Nacional dos Estudantes (UNE), Movimento dos Sem Terra (MST), Fora do Eixo e Confedera��o Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag).
Segundo os presentes, Dilma foi assertiva ao dizer que n�o iria reprimir manifesta��es neste ano. "A luta n�o se foca s� nos parlamentos, precisa de mobiliza��o das ruas", afirmou ela, que comparou o engajamento dos jovens ao movimento pelas Diretas-J�. "Digerimos a ditadura indo � rua, indo � briga", teria dito a presidente.
Ainda ontem, Dilma gravou uma s�rie de mensagens em v�deo para serem apresentadas em inaugura��es de entrega de projetos do Minha Casa, Minha Vida, e em formaturas de turmas do Pronatec, programa de ensino t�cnico. Esses s�o duas das principais vitrines da campanha da presidente � reelei��o. Para cada cidade, ela fez uma grava��o. Com isso, acha que pode suprir a aus�ncia em eventos onde n�o poder� estar presente.
Dilma vai avan�ar tamb�m em Estados de seus futuros advers�rios. Na quarta-feira, 16, ela ir� a Pernambuco, para o lan�amento da viagem inaugural do Navio Drag�o do Mar, no Porto de Suape.
Ades�o. Na noite de anteontem, a presidente recebeu em seu gabinete, no Planalto, o apoio formal do PDT � sua candidatura � reelei��o. O apoio foi levado pelo presidente do partido, Carlos Lupi, acompanhado do ministro do Trabalho, Manoel Dias, e de parlamentares da bancada. Dilma disse que aquela era uma "boa not�cia". O PDT vinha negociando o apoio a Dilma para sustentar o ministro Manoel Dias no cargo.
Trata-se da segunda sigla da base aliada a anunciar o apoio oficial ao projeto de reelei��o da petista. O primeiro foi o PSD do ex-prefeito de S�o Paulo Gilberto Kassab. O an�ncio de Kassab ocorreu no final do ano passado, quando ele passou a ser alvo de suspeitas ligadas � atua��o da chamada M�fia do ISS na capital paulista durante a sua gest�o. O an�ncio do PDT ocorre em meio a suspeitas ligadas � gest�o da sigla no Trabalho. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.