Bras�lia, 16 - O ex-diretor da �rea Internacional da Petrobras Nestor Cerver� afirmou nesta quarta-feira que o ent�o presidente Luiz In�cio Lula n�o se envolveu na opera��o que visava renegociar a parceria que a estatal tinha com a Astra Oil, a antiga s�cia da Refinaria de Pasadena, no Texas (Estados Unidos). Segundo Cerver�, dirigentes da Petrobras, incluindo o ex-presidente da companhia S�rgio Gabrielli, aproveitaram uma visita de Lula a Copenhague, na Dinamarca, para conversar com a c�pula da Astra Oil.
"N�o houve nenhum envolvimento do presidente Lula neste assunto. At� porque n�o cabia", afirmou o ex-diretor da �rea Internacional da Petrobras, ao fim do depoimento, que durou cerca de cinco horas e meia, a tr�s comiss�es da C�mara. A tentativa de acordo com a antiga s�cia em Pasadena foi frustrada e o caso teve de ser objeto de uma arbitragem internacional.
Cerver� rebateu a afirma��o feita pelo deputado Jos� St�dile (PSB-RS) de que poderia ser acusado de ato de improbidade ou de crime de prevarica��o ou de oculta��o de documentos no caso da compra pela estatal de parte da Refinaria de Pasadena, no Texas. "Eu n�o posso admitir porque eu n�o fui acusado de improbidade. A minha apresenta��o e o meu depoimento deixam isso bem claro", disse Cerver�.
Ele disse que a preocupa��o dele com o depoimento foi trazer os fatos t�cnicos e an�lises que embasaram o investimento em Pasadena. Segundo o ex-diretor da �rea Internacional, n�o � justo dizer que o projeto n�o foi bom porque n�o foi integralmente realizado. "N�o foi (realizado) em fun��o da nova realidade do mercado brasileiro", afirmou. Cervero citou que a mudan�a de rumo da estatal decorreu dos investimentos que ela faria para desenvolver o pr�-sal.
Compra
Ele tamb�m afirmou que n�o sabe precisar o prazo em que os documentos que embasaram a compra da Refinaria de Pasadena chegaram ao Conselho de Administra��o da companhia. Cerver� rebateu o pr�prio advogado, Edson Ribeiro, que, em entrevista, disse que os pap�is chegaram com 15 dias de anteced�ncia ao conselho.
Segundo o ex-diretor da Petrobras, o advogado prestou a informa��o de maneira geral. Cerver� disse que foi v�tima de uma "agress�o" da imprensa ao lembrar que, quando tal not�cia foi veiculada, estava em viagem ao exterior. O ex-diretor n�o quis responder diretamente se a presidente Dilma Rousseff tinha raz�o ao n�o ter recebido as informa��es em tempo h�bil.
Cerver� disse que foi indicado para ocupar o cargo na estatal por sua "compet�ncia". Ele evitou falar sobre indica��o pol�tica para a Petrobras. "Eu acho que, sinceramente, houve uma desconsidera��o. Eu tenho 39 anos de Petrobras, sou um t�cnico formado nesta �rea", afirmou ele, ao considerar "profundamente injusto" as insinua��es de que foi nomeado para o posto por indica��o pol�tica.