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Estado de Minas

Nanicos capazes de atrapalhar Dilma

Pouco representantivos nas pesquisas de inten��o de votos, candidatos sem express�o nacional s�o uma das esperan�as da oposi��o para levar a disputa ao segundo turno


postado em 21/04/2014 06:00 / atualizado em 21/04/2014 07:52

Jo�o Valadares

(foto: EVARISTO SA)
(foto: EVARISTO SA)

Bras�lia – Individualmente, eles n�o t�m nenhuma express�o eleitoral. Nas pesquisas de inten��o de voto, s�o geralmente representados por um tra�o ou baix�ssimos �ndices percentuais. Juntos, podem ser respons�veis por levar a elei��o presidencial ao segundo turno. Nas elei��es deste ano, as chamadas candidaturas nanicas j� s�o representadas por pelo menos oito nomes. � um dos maiores n�meros desde o pleito de 1989, a primeira elei��o direta para presidente ap�s a redemocratiza��o, quando 15 nanicos entre os 22 candidatos, tentaram chegar ao Pal�cio do Planalto, a exemplo do folcl�rico En�as Carneiro, falecido em 2007.

Naquele ano, a soma dos percentuais de todos eles chegou a 5,5%. De acordo com as pesquisas de inten��o de voto divulgadas at� o momento, os nanicos de 2014 est�o no mesmo patamar. Os �ndices somados variam entre 4% e 5%. Os principais advers�rios da presidente Dilma Rousseff, o mineiro A�cio Neves (PSDB) e o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), apostam no crescimento do pr�-candidato do PSOL, o senador Randolfe Rodrigues (AP), para chegarem ao segundo turno.

O senador mais jovem da atual legislatura, o pernambucano, que mora no Amap� desde os 8 anos de idade, faz uma oposi��o dura ao governo da presidente Dilma Rousseff. Conhecido por seus discursos enf�ticos na tribuna do Senado, tabela com pol�ticos ditos conservadores para atingir o seu principal alvo: o Partido dos Trabalhadores. Com atua��o destacada na chamada CPI do Cachoeira, Randolfe foi um dos principais defensores da amplia��o da investiga��o dos neg�cios da empreiteira Delta por todas as regi�es do Brasil, o que deixaria os aliados do governo da presidente Dilma Rousseff em situa��o desconfort�vel. Fracassou.

O principal objetivo do PSOL nesta elei��o � tentar chegar perto do desempenho alcan�ado em 2006 pela candidata Helo�sa Helena. Com uma coliga��o apoiada pelo PSTU e PCB, ela ficou na terceira coloca��o, com 6,85% dos votos. De acordo com a �ltima pesquisa do Ibope, Randolfe aparece com apenas 1%. Sua campanha ser� voltada para os jovens e vai tentar surfar na onda das manifesta��es que sacudiram os pa�s a partir de junho. Nas passeatas, era comum observar a presen�a de bandeiras do partido.

Quem lidera o grupo dos nanicos at� agora � o pastor Everaldo, do Partido Social Crist�o (PSC), que fazia parte da base de apoio do governo Dilma. Representante da Igreja Assembleia de Deus, chegou a aparecer em uma das pesquisas com 3% das inten��es de voto logo que seu nome foi lan�ado. No levantamento mais recente, divulgado semana passada pelo Ibope, ficou com 2%. O partido aproveitou, no ano passado, os holofotes gerados a partir da pol�mica em volta da escolha do deputado Marco Feliciano para presidir a Comiss�o de Direitos Humanos da C�mara para lan�ar a pr�-candidatura. O religioso alimenta um blog onde defende a fam�lia brasileira e o que chama de valores crist�os. Luta pela redu��o da maioridade penal, desestatiza��o de empresas p�blicas e voto facultativo.

As elei��es deste ano tamb�m v�o apresentar os folcl�ricos nanicos de sempre: Z� Maria (PSTU), Levy Fid�lix (PRTB) e Jos� Maria Eymael (PSDC). Nenhum deles conseguiu sair do tra�o nas pesquisas. Eymael, presidente nacional do PSDC, � mais conhecido pelo jingle do “democrata crist�o” do que pela sua plataforma eleitoral. Candidato em 1998, 2006 e 2010, ele promete fazer diferente este ano e ser “a verdadeira alternativa de mudan�a para o Brasil”.

Z� Maria � o metal�rgico e ex-petista que acaba seus discursos com o chav�o “contra burgu�s, vote 16”. Tamb�m � candidato pela quarta vez. Defende um governo com princ�pios radicais de esquerda. J� Levy Fid�lix � o Z� Maria da direita. O bigodudo, que tentou chegar ao Pal�cio do Planalto nas elei��es de 2010, diz que � o �nico representante da direita brasileira. Repete que promete “endireitar” o pa�s se vencer as elei��es. O candidato esbanja otimismo. “Fazemos por merecer muito mais do que as pesquisas t�m mostrado. Temos seis meses pela frente; tenho chances reais de ser eleito”, acredita.

“Milit�ncia” A �nica mulher que vai enfrentar a presidente Dilma nas urnas � a ex-diretora da Ag�ncia Nacional de Avia��o (Anac) e ex-procuradora do estado de S�o Paulo Denise Abreu. Ela foi escolhida para disputar a presid�ncia pelo PEN, partido criado em 2012. Aos 52 anos, diz em entrevista no site da legenda por que resolveu se candidatar. “Ningu�m � candidato de si mesmo. Minha pr�-candidatura surgiu a partir de reuni�es com o PEN em que a milit�ncia, avaliando os nomes, entendeu que eu estou preparada e tenho o perfil e a estatura apropriados, por causa do conhecimento jur�dico, para fazer o que � certo”.

O Partido Verde, que teve a ex-ministra Marina Silva como candidata nas elei��es de 2010 com surpreendentes 20 milh�es de votos, recorreu neste ano a um ilustre desconhecido. Trata-se do m�dico sanitarista Eduardo Jorge. Durante lan�amento da pr�-candidatura, ele divulgou o documento “Viver bem. Viver verde” com 10 pontos considerados primordiais para o desenvolvimento sustent�vel do Brasil. Enquanto a campanha n�o come�a, Eduardo Jorge continua dando plant�o na Secretaria Estadual de Sa�de de S�o Paulo. Vai todos os dias de bicicleta ao trabalho. Quando est� chovendo, pega um �nibus.

Mauro Iasi � o nanico do PCB. Nos seus discursos, repete que h� uma falsa polariza��o no debate eleitoral brasileiro. Para ele, os pol�ticos e partidos protagonistas no pa�s s�o burgueses e vivem de falsas diverg�ncias.

 

Os sete

Randolfe Rodrigues (PSOL)
» O ex-petista de 42 anos � o senador mais jovem da atual legislatura. Em 2010, foi o mais votado do Amap� com 203 mil votos. No Congresso, faz oposi��o � gest�o da presidente Dilma Rousseff. Em 2012, teve atua��o de destaque na chamada CPI do Cachoeira. No in�cio do ano, travou uma disputa interna acirrada com a ex-deputada Luciana Genro (RS) para encabe�ar a chapa do PSOL na elei��o presidencial deste ano.

Pastor Everaldo (PSC)
» Um dos mais populares pastores da Assembleia de Deus, teve o nome escolhido ainda no ano passado logo ap�s a pol�mica escolha do deputado Marco Feliciano para presidir a Comiss�o de Direitos Humanos da C�mara. Entre os nanicos, � o que aparece com melhor �ndice nas pesquisas de inten��o de voto. Chegou a ter 3%. Conversador, o pastor de 56 anos apresenta-se como o defensor da fam�lia e dos valores crist�os.

Denise Abreu (PEN)
» Ex-diretora da Ag�ncia Nacional de Avia��o (Anac) e ex-procuradora do estado de S�o Paulo, a escolhida para disputar a presid�ncia da Rep�blica pela sigla criada em 2012 n�o era consenso no partido, mas conseguiu se viabilizar. Denise Abreu � uma dos tr�s r�us no processo que apura as responsabilidades do acidente com o avi�o da TAM em 2007.
 
Jos� Maria Eymael (PSDC)
» Velho conhecido das disputas presidenciais, o democrata crist�o entra na disputa novamente. Candidato em 1998, 2006 e 2010 � conhecido por ter um dos jingles mais “chicletes” das campanhas eleitorais. Em 2010, Eymael obteve 89.350 votos.

Levy Fid�lix (PRTB)
» Conhecido pelo vasto bigode, costuma repetir que � o �nico candidato verdadeiramente de direita das elei��es. Em 2010, tamb�m tentou chegar ao Pal�cio do Planalto. Em seu curr�culo est�o candidaturas ao governo de S�o Paulo e � prefeitura da capital paulista.

Mauro Iasi (PCB)
» A pr�-candidatura foi lan�ada no ano passado. Defende posi��es alinhadas com o que chama de princ�pios da verdadeira esquerda brasileira. Iasi afirma que o debate eleitoral no Brasil � “um teatro de mau gosto em que predominam falsas diverg�ncias entre pol�ticos e partidos burgueses”.
 
Eduardo Jorge (PV)
» Enquanto a campanha presidencial n�o come�a, o m�dico sanitarista continua trabalhando na Secretaria de Sa�de de S�o Paulo, onde cumpre expediente das 8h �s 17h. Vai ao trabalho de bicicleta ou de �nibus. Na elei��o presidencial de 2010, a candidata do PV, Marina Silva, teve 20 milh�es de votos. Eduardo Jorge sabe que este ano ser� bem diferente.


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