Em uma semana considerada decisiva para a instala��o de uma Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) da Petrobr�s, a oposi��o acredita que a entrevista do ex-presidente da estatal Jos� S�rgio Gabrielli refor�a seus argumentos a favor de uma investiga��o no Congresso que apure neg�cios da empresa.
“O objetivo dela (a CPI) � exatamente determinar, sem qualquer pr�-julgamento, qual � a responsabilidade de cada um nesse caso da refinaria de Pasadena e em outros epis�dios envolvendo a Petrobr�s. A CPI n�o � uma demanda das oposi��es, como querem fazer crer alguns governistas, mas sim da sociedade brasileira”, afirmou ontem o pr�-candidato do PSDB � Presid�ncia, A�cio Neves.
No Pal�cio do Planalto, a entrevista de Gabrielli foi tratada com discri��o. Auxiliares da presidente procuraram minimizar o impacto da fala do ex-presidente da Petrobr�s. A avalia��o � que se trata de uma linha de defesa adotada por Gabrielli, j� que a opera��o de compra da refinaria de Pasadena est� sob investiga��o da Pol�cia Federal, do Minist�rio P�blico e do Tribunal de Contas da Uni�o (TCU) e ele poder� ser chamado a depor.
A expectativa � de que a ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, decida amanh� se o Congresso pode instalar uma CPI restrita � estatal, como querem os oposicionistas, ou ampliada - para investigar tamb�m o cartel dos trens em S�o Paulo e no Distrito Federal e obras no Porto de Suape, em Pernambuco -, como desejam os governistas.
L�der do PSB na C�mara, o deputado Beto Albuquerque (RS) afirmou que, al�m de mostrar a necessidade de se fazer a CPI para investigar a opera��o de compra de Pasadena, ficou claro que Gabrielli “deu um pux�o de orelhas” em Dilma.
“Quando o Gabrielli assume a responsabilidade pela compra de Pasadena, por ser o presidente da companhia, na �poca, ele est� sendo honesto. N�o tem como negar que � mesmo o respons�vel. E n�o h� como negar que Dilma, ent�o presidente do Conselho de Administra��o, tem responsabilidade igual”, disse. “O Gabrielli botou a bola na marca do p�nalti.”
J� para o l�der do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP), Gabrielli foi muito claro na entrevista. “Ele disse, sem rodeios: ‘somos todos respons�veis’. N�o adianta achar que uns v�o tirar a sardinha do fogo com a m�o do gato. Est� muito claro que a ent�o ministra Dilma Rousseff era respons�vel pela decis�o da compra da refinaria. Ela era presidente do Conselho de Administra��o, que aprovou a compra.”
Resumo
Na entrevista, Gabrielli tamb�m refor�ou a afirma��o de que o resumo executivo em que o conselho baseou sua decis�o sobre a compra foi “omisso”, mas n�o falho. O ex-presidente da estatal, contudo, acrescentou que isso n�o foi relevante para a decis�o.
Dilma havia afirmado que s� aprovou a compra de 50% da refinaria da Astra Oil, em 2006, porque o resumo executivo feito na �poca pelo ent�o diretor da �rea internacional da Petrobr�s Nestor Cerver� foi falho porque n�o continha as cl�usulas Put Option - que obrigava a Petrobr�s a adquirir a outra metade da refinaria em caso de desentendimento com a s�cia - e Marlin - que garantia lucro m�nimo ao grupo belga.
Na semana passada, Nestor Cerver� dep�s na C�mara dos Deputados. Ele se defendeu, dizendo que o resumo executivo que fez n�o foi determinante para a compra e as cl�usulas omitidas irrelevantes para a decis�o do conselho.
Para o deputado Jos� Guimar�es (CE), vice-presidente nacional do PT e ex-l�der do partido na C�mara, a oposi��o tenta fazer um “carnaval”. “Isso que o Gabrielli falou n�o tem import�ncia nenhuma. Est� claro que a oposi��o fez um carnaval do tamanho do mundo com os depoimentos da Gra�a Foster e do Nestor Cerver�, que responderam tudo”, afirmou.