
Pela primeira vez orador do evento, o tucano afirmou que a atua��o de mineiros no cen�rio pol�tico nacional – dos inconfidentes aos ex-presidentes Tancredo Neves e Itamar Franco – garantiu ao pa�s, historicamente, avan�os significativos, pautados na �tica e transpar�ncia e liberdade. "Foram esses valores que forjaram nossa coragem e alimentaram nosso �nimo para perseverar em defesa da democracia ultrajada e superar a longa e obscura noite da ditadura. Foram esses mesmos valores que iluminaram o cora��o de tantos homens e mulheres ao longo da nossa hist�ria. E que agigantaram homens como Ulysses, Tancredo, Montoro, Teot�nio, Brizola, Arraes e tantos outros brasileiros. E todos pisaram no ch�o desta pra�a", disse A�cio.
O senador destacou, entretanto, que o pa�s necessita de mudan�as para n�o perder as conquistas hist�ricas, em fun��o de erros de gerenciamento e escolhas baseadas em interesses eleitoreiros. "Percebemos esse sentimento, n�o apenas em Minas, mas em todo o pa�s. E esta data � importante para revisitarmos nossa hist�ria. Agora um novo salto precisa ser dado. A democracia tem que se transformar em instrumento de crescimento econ�mico homog�neo. Temos que ter um olho no retrovisor, mas os dois olhos no futuro", disse o senador.
Crises acumuladas
Ele lembrou que v�rias conquistas na �ltima d�cada foram poss�veis gra�as �s administra��es que antecederam a gest�o do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva e avaliou que, mesmo com melhorias no pa�s, uma s�rie de problemas persiste. “Apesar dos avan�os das �ltimas tr�s d�cadas, resultado da contribui��o de diferentes l�deres e gera��es de brasileiros, permanecemos portadores de uma das maiores desigualdades do planeta. Novas crises se acumulam e nos exigem vigil�ncia atenta e disposi��o. O pa�s assiste, passivamente, a um forte recrudescimento da viol�ncia em cada um dos estados federados. S�o mais vidas perdidas do que nas guerras ao redor do mundo. Uma gera��o inteira de brasileiros se esvai vitimada pela brutalidade ou aliciada pelo crime", disse.
O tucano criticou tamb�m a falta de resultados no setor da sa�de e educa��o. “O pa�s n�o aceita o regime de insufici�ncias, elevado � en�sima irresponsabilidade, que tanto precariza o sistema nacional de atendimento � sa�de p�blica, as filas intermin�veis, a espera humilhante, a falta de m�dicos, leitos, rem�dios e respeito a quem mais precisa; e o pa�s sonha ainda hoje verem cumpridas as promessas que se repetem em v�o, para ser redimido em suas fragilidades estruturais por uma educa��o de verdade, que ofere�a e prepare para o trabalho, mas, especialmente, forme cidad�os conscientes dos seus direitos", afirmou A�cio. O senador cobrou ainda uma aten��o maior do governo federal �s demandas dos munic�pios.
Dificuldades
O governador de Minas Alberto Pinto Coelho (PP) presidiu a cerim�nia em Ouro Preto e destacou a participa��o de Minas nos debates nacionais que conduziram o pa�s a quase tr�s d�cadas de democracia. Ele lembrou tamb�m o movimento dos inconfidentes mineiros e sua mobiliza��o contra injusti�as cometidas pela Coroa Portuguesa. "No nosso cora��o, o movimento contra a derrama dos impostos atrasados j� guardava o ideal de uma na��o livre", afirmou.
O governador alertou para as dificuldades vividas pelos estados e munic�pios, cobrando uma aten��o maior para o tema da revis�o do pacto federativo. "No ano passado, segundo a Confedera��o dos Munic�pios, chegamos ao absurdo de 96% das nossas cidades estarem impedidas de estabelecer conv�nios com o governo federal, e sobreviverem quase que unicamente dos parcos recursos do fundo de participa��o. Empenharemos os nossos melhores esfor�os em apoio � Federa��o e � Rep�blica, n�o apenas como institui��es simb�licas, mas base fundamental sobre a qual sonhamos em construir um novo pa�s", afirmou Alberto Pinto Coelho.
Ele rebateu cr�ticas de integrantes do governo federal, que acusaram o Executivo de Minas de politizar a quest�o do reajuste nas tarifas de energia. Segundo o governador, os pol�micos reajustes que as concession�rias de energia de alguns estados brasileiros fizeram neste m�s podem ser atribu�dos �s decis�es erradas do governo federal nos �ltimos anos, que prejudicaram o setor. "O pano de fundo dessa quest�o � a pol�tica nacional equivocada quanto ao setor energ�tico. A consequ�ncia dessa pol�tica se desdobra na varia��o dos ajustes de 10% a 20% em v�rios estados do pa�s", afirmou Alberto.