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Estado de Minas

Relat�rio sobre morte de JK incomoda e provoca rea��o

Comiss�o Nacional da Verdade conclui que ex-presidente morreu em acidente e descarta a tese de atentado. Comiss�o paulista, OAB mineira e ex-secret�rio particular contestam resultado


postado em 23/04/2014 00:12 / atualizado em 23/04/2014 07:12

Pedro Dallari apresentou os resultados da investigação feita pela comissão(foto: Valter Comparato/Agência Brasil)
Pedro Dallari apresentou os resultados da investiga��o feita pela comiss�o (foto: Valter Comparato/Ag�ncia Brasil)

A conclus�o da Comiss�o da Nacional da Verdade (CNV) de que o ex-presidente Juscelino Kubitschek foi mesmo v�tima, em 1976, de um acidente de autom�vel causou desconforto e indigna��o nos defensores da tese de que ele foi v�tima de um atentado praticado pela ditadura militar. O relat�rio divulgado nessa ter�a-feira contradiz totalmente o resultado da investiga��o da Comiss�o da Verdade Vladimir Herzog, da C�mara Municipal de S�o Paulo, que apresentou, em dezembro, o entendimento de que o pol�tico mineiro foi assassinado. Segundo a apura��o da comiss�o paulista, o choque do Opala em que JK e o seu motorista estavam com uma carreta na Via Dutra, rodovia que liga S�o Paulo ao Rio, n�o foi um acidente. Juscelino foi v�tima de uma conspira��o militar e sua morte planejada.

O presidente da Casa Juscelino Kubitschek, Serafim Jardim – que conviveu com o ex-presidente por nove anos e escreveu um livro sobre a vida dele –, bateu na mesma tecla, mas usou tons mais altos. “Essa n�o � uma comiss�o da verdade, mas uma comiss�o da mentira”, reagiu. Para colocar todos os pingos nos is, o presidente da comiss�o Vladimir Herzog, vereador Gilberto Natalini (PV) – com apoio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG), que pediu a investiga��o –, anunciou que vai pedir uma reuni�o com o grupo nacional para fazer uma “confronta��o” entre os dois relat�rios para entender por que as conclus�es foram t�o distintas. De acordo com ele, a comiss�o recolheu “103 pontos com ind�cios, testemunhas e evid�ncias” do assassinato do ex-presidente.

Nessa ter�a-feira, a comiss�o reafirmou sua conclus�o de que o motorista de JK, Geraldo Ribeiro, foi v�tima de um tiro e, em raz�o disso, estava debru�ado, com a cabe�a ca�da entre o volante e a porta do ve�culo, quando o carro perdeu o controle em uma curva e bateu de frente com uma carreta. A conclus�o se baseou no relato feito pelo motorista aposentado Ademar Jahn, que conduzia um caminh�o igual ao do amigo Ladislau Borges, no qual o carro bateu. Segundo o texto, � �poca do crime, peritos foram substitu�dos, testemunhas sofreram amea�as e tentativas de suborno e houve den�ncias de que um tiro foi disparado de um autom�vel que emparelhou com o Opala.

Audi�ncia

Serafim Jardim – que foi secret�rio particular de JK e pede a reabertura das investiga��es desde 1996 – disse que ontem mesmo enviou um e-mail ao jurista Pedro Dallari, coordenador da Comiss�o Nacional da Verdade, solicitando uma audi�ncia para discutir o relat�rio sobre a morte do amigo JK. “Eu pedi v�rias vezes para ser ouvido e n�o fui atendido. Para afastar a hip�tese de atentado, o grupo usou simplesmente a investiga��o pela C�mara dos Deputados, instaurada em 2001 e presidida pelo ent�o deputado Paulo Ot�vio. Eles analisaram apenas laudos periciais produzidos � �poca do acidente”, afirmou Jardim. Ele insiste que o motorista de JK foi atingido na cabe�a por uma bala, que foi recolhida no local e depois desapareceu. “A cabe�a do motorista se esfacelou. Temos 103 provas do atentado”, reagiu.

 A investiga��o pela CNV teve in�cio em setembro de 2012, a partir de um pedido da OAB-MG, por meio da Comiss�o de Direitos Humanos, com a Comiss�o da Verdade da autaquia e da Assembleia Legislativa de Minas. Segundo o presidente da comiss�o da OAB, William Santos, fatos novos revelados ap�s a morte de JK e seu motorista exigiram a reabertura das apura��es. Ele afirma que o suposto assassinato do ex-presidente est� ligado � Opera��o Condor, que, por meio do extinto Servi�o Nacional de Informa��es (SNI), �rg�o da ditadura militar brasileira, perseguiu, torturou e matou opositores nos pa�ses vizinhos. Santos tamb�m criticou a conclus�o da CNV, que teria optado pela “meia verdade”. Ele garante que o grupo nacional concluiu pelo acidente sem nem mesmo analisar as pe�as de exuma��o do corpo, a que somente as entidades mineiras tiveram acesso.


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