
Bras�lia – Em uma manobra protelat�ria socilitada pelo deputado licenciado Andr� Vargas (PT-PR), o parlamentar Jos� Geraldo (PT-PA) pediu vista, na tarde dessa ter�a-feira, adiando a vota��o do parecer sobre a admissibilidade do processo disciplinar contra o paranaense, que deveria ter sido votado no Conselho de �tica da C�mara. Agora, o relat�rio do deputado J�lio Delgado (PSB-MG), que admite a representa��o apresentada pelos partidos de oposi��o DEM, PSDB e PPS e recomenda o prosseguimento de a��o por quebra de decoro contra Vargas, s� vai ser votado na ter�a-feira, dia 29. Se o parecer, de quatro p�ginas, for aprovado, a comiss�o ter� prazo de 90 dias para decidir a puni��o ao petista, que pode chegar � cassa��o do mandato.
O deputado Jos� Geraldo n�o teve nenhum constrangimento em expor a manobra � imprensa ao deixar a sala do colegiado. “Ele precisa de um tempo para pensar. Pedi vista para atender a um pedido”, afirmou. A decis�o do parlamentar irritou at� mesmo a c�pula petista, que pressiona Vargas para que ele renuncie ao cargo e evite um desgaste maior da sigla nas elei��es (leia texto nesta p�gina). “A t�tica � certamente protelat�ria”, reagiu Delgado.
Vargas � acusado de ter usado um jatinho de Youssef para viajar de f�rias com a fam�lia, al�m de tr�fico de influ�ncia no Minist�rio da Sa�de, ao negociar a contrata��o de um laborat�rio. Para Delgado, as suspeitas s�o suficientes para iniciar as investiga��es. "O representado � detentor de mandato de deputado federal; h� reportagens que relacionam a ele os fatos narrados e, ao menos em tese, o fornecimento de informa��es privilegiadas e a intermedia��o de interesses de terceiro junto ao Minist�rio, aliada a recebimento de vantagens, pode constituir ato incompat�vel com o decoro parlamentar", disse.
A crise come�ou quando a Folha de S.Paulo revelou que Vargas viajou para o Nordeste com a fam�lia em um jato do doleiro preso na Lava a Jato. Logo depois, surgiram evid�ncias de que o deputado agora licenciado fez lobby para a contrata��o de um laborat�rio pela pasta da Sa�de.
Antes da leitura do relat�rio de Delgado, o presidente da C�mara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), disse que vai cumprir o regimento interno no caso do petista. Ele reafirmou que, se Vargas apresentar pedido de ren�ncia, ela ter� efeito imediato e ser� o suplente ser� chamado, mas avisou que, mesmo assim, o processo no Conselho de �tica continua.
Consulta
Licenciado do cargo, Andr� Vargas tinha prometido retornar ontem e consultou Henrique Alves sobre os efeitos de uma ren�ncia. Ele vem sendo pressionado pelo PT a abrir m�o do mandato, depois de renunciar oficialmente, na semana passada, ao cargo de vice-presidente da Casa. Alguns aliados querem que o petista espere a vota��o do caso do deputado Carlos Alberto Ler�ia (PSDB-GO).
Henrique Alves disse que nesta quarta-feira, com sete meses de atraso, ser� colocado em vota��o, no plen�rio da C�mara, o caso de Ler�ia. O parecer do deputado S�rgio Britto (PSDB-BA) pede a suspens�o do parlamentar. Ler�ia foi investigado pelo Conselho de �tica pela acusa��o de envolvimento com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. O deputado � acusado de receber dinheiro da organiza��o criminosa de Cachoeira, de usar o cart�o de cr�dito do contraventor e, tamb�m, de avis�-lo antecipadamente sobre opera��o policial contra os jogos ilegais. Para petistas, o caso dele � mais grave do que o de Andr� Vargas.
Com ag�ncias