S�o Paulo, 23 - O ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo, evitou nesta quarta-feira comentar a possibilidade de abertura de uma Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) exclusiva da Petrobras. "Eu me abstenho de fazer qualquer coment�rio em decis�es que est�o para ser dadas pelo Supremo ou que j� foram dadas", disse, ap�s participar da Confer�ncia Multissetorial Global sobre o Futuro da Governan�a da Internet (NetMundial), na capital paulista.
O governo tenta ampliar o foco e impor uma CPI que inclua apura��es sobre cartel no setor metrovi�rio de S�o Paulo e o Porto de Suape, em Pernambuco - numa tentativa de atingir o PSDB de A�cio Neves e o PSB de Eduardo Campos, ambos pr�-candidatos � Presid�ncia.
O caso foi levado ao Supremo pela oposi��o pedindo a instala��o imediata da investiga��o. Aguarda-se a decis�o da ministra Rosa Weber, que pode ocorrer ainda hoje. Ela deve anunciar a decis�o em car�ter liminar. H� ainda a possibilidade de que ela remeta o tema a plen�rio do STF. Com o processo h� duas semanas, Rosa j� pediu e obteve as justificativas do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), de sua decis�o de instalar a CPI ampliada.
Segundo Cardozo, ele tem o dever de "preservar a separa��o dos poderes". "Portanto, a decis�o do Supremo Tribunal Federal no caso ser� aquela que obviamente ter� que ser dada a luz da Constitui��o. Independente do que eu possa achar ou n�o achar", disse.
O ministro da Justi�a esquivou-se tamb�m de comentar poss�veis danos pol�ticos ao governo em uma eventual instala��o da CPI. "Politicamente eu tamb�m n�o comento quest�es do �mbito interno do Poder Legislativo", afirmou.
Para Cardozo, a postura da oposi��o "� natural". "� obvio que talvez eles n�o tenham interesse em investigar outras quest�es, que apareceram em outros Estados, Estados que muitas vezes s�o governados por partidos que est�o na oposi��o", disse. Questionado se estava se referindo a S�o Paulo (governado pelo tucano Geraldo Alckmin), Cardozo disse que estava falando de forma "geral".
O ministro, contudo, fez cr�ticas indiretas aos opositores e disse que "�s vezes � muito f�cil voc� tentar desviar o foco de certas situa��es, barrando a CPI do ponto de vista local e querendo politizar uma situa��o que n�o deveria ser politizada". Cardozo afirmou ainda que defende uma apura��o extensa em todos os casos suspeitos. "Eu pessoalmente acho que o Legislativo deve seguir o seu caminho investigando tudo aquilo que eventualmente esteja sob suspei��o e que deva ser investigado."