
Diante da cita��o do nome de Alexandre Padilha (PT), pr�-candidato ao governo de S�o Paulo, na Opera��o Lava a Jato, que investiga esquema de lavagem dinheiro e evas�o de divisas com atua��o de doleiros em torno de R$ 10 bilh�es, a bancada federal da legenda no estado se re�ne hoje emergencialmente com o ex-ministro da Sa�de para avaliar o estrago eleitoral da den�ncia. O encontro n�o foi divulgado oficialmente. No discurso, petistas avaliaram como bastante positivo o posicionamento do ex-ministro, que negou liga��o com o doleiro Alberto Youssef, e n�o cogitam a substitui��o do nome dele para a disputa eleitoral. No entanto, nos bastidores, h� o temor de que novas revela��es enfraque�am ainda mais Padilha, que ainda patina nas pesquisas de inten��o de voto.
Em 2006, em Pernambuco, o senador Humberto Costa (PT-PE) viveu situa��o parecida. Na ocasi�o, ele era candidato ao governo do estado contra o governador Medon�a Filho (DEM). Ocupava o segundo lugar com folga nas pesquisas, at� a Pol�cia Federal desencadear, em maio, a chamada Opera��o Sanguessuga, que apurou a m�fia das ambul�ncias na �poca em que o petista era ministro da Sa�de. Como consequ�ncia, Eduardo Campos (PSB) cresceu nas pesquisas, Humberto Costa ficou de fora do segundo turno e o socialista venceu o pleito. Posteriormente, o petista pernambucano foi inocentado de qualquer envolvimento com o esquema investigado.
Na sexta-feira, a presidente Dilma Roussef deve ser reunir com o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva para conversar sobre as den�ncias que atingiram petistas e o governo federal, incluindo a situa��o de Padilha. A estrat�gia do Pal�cio do Planalto � deixar a presidente distante de qualquer pol�mica relativa a den�ncias envolvendo integrantes da legenda na Opera��o Lava a Jato.
O nome de Padilha surgiu ap�s intercepta��o de mensagens de 28 de novembro trocadas entre o deputado Andr� Vargas (PR), que se desfiliou do PT na sexta-feira, e o doleiro. Os dois comentam a indica��o de Marcus Cezar Ferreira de Moura para a Labogen, um laborat�rio de fachada utilizado por Youssef para, entre outros il�citos, realizar remessas de d�lares para o exterior. O deputado paranaense, que renunciou ao cargo de vice-presidente da C�mara ap�s as den�ncias de envolvimento dele com Youssef, teria passado ao doleiro o contato do executivo e avisado que foi Padilha quem o indicou.
Desagravo Em evento para anunciar o apoio do PCdoB � pr�-candidatura do petista ontem, Padilha afirmou que “n�o tem medo de cara feia e de inj�rias”. Coube ao presidente do PT, Rui Falc�o, o discurso mais incisivo contra o PSDB paulista, que lan�ou ofensiva contra o ex-ministro. “A oposi��o n�o tem moral para querer fazer algum tipo de debate �tico. Eles est�o envolvidos no cartel do metr� e outras coisas. S�o cal�nias que n�o v�o prosperar”, afirmou. O presidente do PCdoB em S�o Paulo, Orlando Silva, que deixou o Minist�rio do Esporte ap�s envolvimento em den�ncias de corrup��o, tamb�m fez a defesa de Padilha. “O jogo tem que ser jogado em campo. N�o adianta querer ganhar a partida antes de o jogo come�ar.”
A semana promete ser agitada. Os tucanos decidiram acionar o Minist�rio P�blico Federal no Distrito Federal para que as revela��es em torno de Padilha sejam apuradas. A sigla vai ainda protocolar pedido para que o ex-ministro da Sa�de esclare�a os fatos na comiss�o de Fiscaliza��o e Controle da C�mara.