Rio de Janeiro, 28 - O presidente da Comiss�o da Verdade do Rio, Wadih Damous, quer que a Pol�cia Federal acompanhe as investiga��es da Pol�cia Civil sobre a morte do coronel da reserva do Ex�rcito Paulo Malh�es. Ele defender� a proposta amanh�, em reuni�o da Comiss�o de Direitos Humanos do Senado. Damous estranha que a morte - inicialmente investigada como causada por asfixia mec�nica - tenha sido atribu�da, na guia de sepultamento, a problemas card�acos.
"A investiga��o e a conclus�o sobre a morte de Malh�es n�o podem ser baseadas apenas nessa per�cia", disse Damous. Para ele, o caso n�o pode ser tratado como consequ�ncia de um assalto comum. A hip�tese de latroc�nio (roubo com morte) tem sido investigada pela Divis�o de Homic�dios/Baixada Fluminense.
Um dos mais not�rios torturadores da ditadura de 1964-85, o oficial foi achado morto na �ltima quinta-feira em um dos quartos de sua casa, em Nova Igua�u. Fora mantido prisioneiro por assaltantes por quase dez horas. Sua mulher, Cristina Batista, e o caseiro, identificado apenas como Rog�rio, tamb�m foram rendidos no assalto.
Uma hip�tese para explicar o crime seria "queima de arquivo". Em depoimentos �s Comiss�es da Verdade do Rio e Nacional, Malh�es deu detalhes sobre assassinatos, torturas e desaparecimentos de presos pol�ticos na ditadura. Os tr�s invasores fugiram levando uma cole��o de armas, joias, dinheiro e dois computadores.
Pedro Dallari, coordenador da Comiss�o Nacional da Verdade, tamb�m defende que a PF entre no caso. Em nota divulgada na sexta-feira, ele informou ter pedido ao ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo, a participa��o de policiais federais nas investiga��es.
At� agora, por�m, essa possibilidade tem sido descartada. Os crimes sob investiga��o - homic�dio e latroc�nio (roubo seguido de morte) - s�o da esfera estadual. Um dos invasores, segundo a vi�va de Malh�es confidenciou a pessoas que chegaram ao local do crime na manh� de sexta, teria dito ter parente de uma v�tima do oficial.