Bras�lia, 29 - O Conselho de �tica da C�mara dos Deputados tentou nesta ter�a-feira aprovar a "admissibilidade" do processo contra o deputado licenciado Andr� Vargas (sem partido-PR), mas enfrentou resist�ncia de aliados do ex-petista durante todo o dia. Depois, quando conseguiu aprovar, teve de recuar em raz�o de um impedimento regimental.
O motivo � que a vota��o no colegiado ocorreu quando j� havia sido iniciada a ordem do dia no plen�rio da Casa. De acordo com o regimento interno, nenhuma vota��o tem validade quando iniciados os trabalhos no plen�rio. Segundo integrantes do Conselho, a ordem do dia iniciou �s 18h13 e a vota��o ocorreu �s 18h18. Em raz�o disso, a vota��o foi feita a toque de caixa . Eles entenderam que enquanto n�o tivesse qu�rum no plen�rio, poderia ser feita a vota��o do parecer no conselho.
O placar foi de 12 votos a zero em favor do relat�rio apresentado pelo deputado J�lio Delgado (PSB-MG) pela admissibilidade, ou seja, pela continua��o do processo contra Vargas no conselho. Votaram a seu favor parlamentares da base (PMDB, PSD, PP, PDT, PTB e PCdoB) e da oposi��o (PSDB, PSB e DEM). Nove deputados n�o compareceram para votar, tanto da base (PT, PMDB, PP, PR) e da oposi��o (PV/PPS e PSC). Poucos petistas compareceram ao longo do dia na reuni�o, o que ajudou a adiar a abertura dos trabalhos por falta de qu�rum e, consequentemente, que a vota��o ocorresse a tempo. Sob press�o da c�pula do PT, Vargas anunciou na �ltima sexta-feira a sua desfilia��o da legenda.
O �nico a se manifestar hoje foi o deputado C�ndido Vaccarezza (PT-SP). Perto do in�cio da ordem do dia no plen�rio, ele apareceu pedindo o encerramento da sess�o pois a ordem do dia no plen�rio j� havia sido iniciada, o que foi decretado pelo presidente da comiss�o, Ricardo Izar (PSD-SP), ap�s consulta por telefone ao secret�rio-geral da Mesa, Mozart Vianna. Vaccarezza � citado em di�logos entre Vargas e o doleiro Alberto Yousseff, segundo relat�rios da Pol�cia Federal referente � Opera��o Lava Jato que apontam ainda que o doleiro frequentava sua casa.
Um outro impasse tamb�m ajudou a atrapalhar os trabalhos: Vargas n�o apresentou nenhum advogado ou representante para defend�-lo na comiss�o. Em meio � discuss�o sobre qual procedimento adotar, integrantes do colegiado decidiram nomear a advogada Adelina Carvalho, funcion�ria da lideran�a do PSD na Casa, para acompanhar a vota��o como representante do deputado licenciado do PT do Paran�.
Para Julio Delgado, Andr� Vargas, ao n�o indicar um defensor, usou desse subterf�gio para protelar mais uma vez o julgamento do caso no Conselho. "L�gico que isso tudo � colocado para protelar o processo e estend�-lo. Isso tudo s� demonstra claramente que h� ind�cios e fatos a serem investigados", afirmou Delgado. "A chegada do deputado C�ndido Vaccarezza pedindo a interrup��o da sess�o porque estava em in�cio a ordem do dia tumultuou ainda mais. Acho pouco prov�vel que a gente consiga voltar para votar na noite de hoje esse relat�rio", acrescentou. No in�cio da sess�o, o deputado Ricardo Izar tamb�m informou que recorreu na �ltima sexta-feira ao Di�rio Oficial da C�mara para comunicar Andr� Vargas sobre o processo. A iniciativa teria ocorrido ap�s integrantes do Conselho tentarem, sem sucesso, apresentar a intima��o no gabinete do deputado e na resid�ncia funcional.