Bras�lia – A nova queda da presidente Dilma Rousseff na prefer�ncia do eleitorado, atestada nessa ter�a-feira em pesquisa promovida pela Confedera��o Nacional dos Transportes (CNT), provocou mais uma inje��o de �nimo no mercado financeiro. Logo ap�s a divulga��o dos dados, o Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores de S�o Paulo, chegou a subir mais de 2%, com expressiva valoriza��o das a��es de empresas estatais. O �ndice, no entanto, perdeu f�lego ao longo do preg�o e, no fechamento, mostrou alta menor, embora ainda expressiva, de 0,89%, aos 51.839 pontos.
A leitura do mercado foi a de que o resultado da pesquisa sinalizou um aumento das chances de uma troca de governo nas elei��es de outubro, ou que, pelo menos, a atual administra��o se ver� obrigada a alterar suas pol�ticas econ�micas e de interven��o nas empresas estatais em um eventual pr�ximo mandato.
De acordo com a sondagem da CNT/MDA, as inten��es de voto na presidente ca�ram para 37%, ante 43,7% no levantamento feito em fevereiro. Al�m disso, pela primeira vez os candidatos de oposi��o A�cio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) avan�aram no terreno perdido por Dilma e t�m, juntos, 33,4% das prefer�ncias. “Cada pesquisa em que a Dilma n�o ganha espa�o, sem poder de rea��o para estancar a alta de outros postulantes, acaba alavancando a bolsa”, disse o analista Fausto Gouveia, da Legan Asset.
O economista Clodoir Vieira, da Compliance Comunica��o Empresarial, lembrou que o mercado sempre costuma transmitir seu posicionamento em anos de elei��o e, desta vez, o recado tem sido claro: “As interven��es da presidente na economia desagradaram os investidores. Quando ela cai nas inten��es de voto, as a��es das pr�prias empresas estatais t�m alta”.
Foi o que ocorreu nos �ltimos dois dias com os pap�is preferenciais da Petrobras – uma das estatais mais prejudicadas pelo dirigismo do Pal�cio do Planalto –, que fecharam ontem em alta de 0,79%. Na metade do preg�o da Bovespa, elas mostravam f�lego ainda maior e chegaram a avan�ar 3,26%. J� na segunda-feira, a expectativa sobre o resultado da pesquisa havia levado as a��es da estatal a uma alta de 3,3%. No fim do preg�o de ontem, Banco do Brasil registrou valoriza��o de 1,92% e Eletrobras ganhou 3,35%.
RALI ELEITORAL O que os analistas v�m chamando de rali eleitoral come�ou em 17 de mar�o, quando surgiram as primeiras informa��es sobre a piora na avalia��o de Dilma entre a popula��o, confirmadas posteriomente por sucessivos levantamentos. Desde ent�o, o Ibovespa j� subiu quase 15%. As a��es da Petrobras, nesse per�odo, tiveram ganho superior a 30% e as da Eletrobras, valoriza��o superior a 50%.
Na opini�o do presidente da Strategus Consultoria, Telmo Schoeler, a economia como um todo vai mal. Ele observou que as exporta��es est�o em queda, a carga tribut�ria continua alta e o processo de desindustrializa��o parece n�o ter fim. “Sou membro do conselho de administra��o de uma companhia que preferiu comprar uma f�brica na It�lia do que construir uma aqui, porque o custo de produ��o � 40% mais barato l� fora. Isso � um problema no modelo de governo do PT. Essas pesquisas me animam. Precisamos de mudan�as”, afirmou.
O governo, por�m, prefere minimizar os resultados das pesquisas. “Elas refletem uma situa��o de momento, mas a popula��o vai ver quem � que mant�m o emprego e coloca alimento na mesa dos trabalhadores”, disse a ministra do Planejamento, Miriam Belchior. (Com ag�ncias)