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Estado de Minas

Governo teme rea��o nas ruas durante a Copa do Mundo

Al�m da inquieta��o com o desempenho nos gramados, Planalto se preocupa com a dimens�o dos protestos. Depois de junho do ano passado, Dilma n�o recuperou mais a alta popularidade


postado em 04/05/2014 00:12 / atualizado em 04/05/2014 07:26

Paulo de Tarso Lyra

Quebra-quebra no Itamaraty: o governo teme protestos violentos como os do ano passado, que causaram prejuízos materiais e assustaram a população(foto: Breno Fortes/CB/D.A Press)
Quebra-quebra no Itamaraty: o governo teme protestos violentos como os do ano passado, que causaram preju�zos materiais e assustaram a popula��o (foto: Breno Fortes/CB/D.A Press)

Bras�lia – Se torce para que a Sele��o Brasileira avance na Copa do Mundo – e quem sabe, seja campe� —, o governo monitora e reza para que n�o se repita o cen�rio do ano passado, quando uma multid�o foi �s ruas e derreteu a popularidade da presidente Dilma. Ela jamais retornou aos patamares anteriores � Copa das Confedera��es. Pior, depois de um leve respiro nas pesquisas de popularidade, a petista despencou novamente nas aprova��o de governo e, agora, nos �ndices de inten��o de voto.

Extracampo, a situa��o do governo � bem complicada. “O pa�s viveu um curto-circuito no ano passado que est�, por enquanto, adormecido. Mas os problemas, em todos os setores, continuam. Depois da Copa, sobretudo se a Sele��o n�o for exitosa, esses fus�veis ser�o religados”, disse o l�der do DEM no Senado, Jos� Agripino Maia (RN).

A aposta do Planalto � que a conjun��o de fatores ocorrida no ano passado dificilmente voltar� a se repetir. Nos meses posteriores, a presen�a das pessoas nos protestos anti-Copa diminuiu. Por outro lado, a escalada de viol�ncia aumentou, culminando na morte do cinegrafista da TV Bandeirantes, Santiago Dantas, em janeiro deste ano. “As pessoas continuam insatisfeitas com uma s�rie de coisas. Mas perceberam que as manifesta��es de rua foram tomadas pelos black blocs e abandonaram os protestos”, declarou um interlocutor do governo. Mas o Planalto n�o fez o dever de casa e demorou a encaminhar ao Congresso o t�o alardeado projeto para coibir a viol�ncia nas passeatas. O texto ainda tramita no Congresso, sem previs�o de vota��o. Para aumentar a inseguran�a, a cidade que sediar� a final da Copa do Mundo, em 13 de julho, no Maracan�, viu a maior bandeira do governador S�rgio Cabral (PMDB) esfarelar.

As Unidades de Pol�cia Pacificadora (UPPs) mergulharam num confronto entre policiais e traficantes em comunidades estrat�gicas e emblem�ticas, como o Alem�o, Rocinha e Pav�o-Pav�ozinho. A situa��o tornou-se t�o complexa que o governo fluminense foi obrigado a antecipar para amanh� a amplia��o do efetivo de policiais nas ruas das cidade: ser�o 2 mil.

Manifesta��es, viol�ncias nas favelas pacificadas, medo de rebeli�es nos pres�dios. Em janeiro, o Estado de Minas antecipou que o Planalto desejava firmar uma parceria com o Conselho Nacional de Justi�a (CNJ) para tentar diminuir a press�o nas unidades carcer�rias, sobretudo nas cidades-sede dos jogos. No fim do ano passado, ap�s a descoberta de um esquema de fuga dos principais l�deres da maior fac��o criminosa do pa�s, o grupo anunciou que “n�o vai ter Copa”. Depois disso, o Brasil ainda presenciou a barb�rie no Complexo Penitenci�rio de Pedrinhas, no Maranh�o, onde mais de 60 presos foram executados em 2013.

O governo tamb�m ter� de conviver com as queixas dos torcedores durante os jogos. Metade das arenas que sediar�o as partidas n�o ter� rede Wi-Fi, o que dificultar� a transmiss�o de dados. Boa parte dos aeroportos segue em obras. O hotel que ser� constru�do ao lado do aeroporto de Guarulhos, em S�o Paulo, s� estar� pronto ap�s o Mundial. “As companhias a�reas aumentaram o n�mero dos voos dispon�veis, n�o haver� caos a�reo”, apostou uma autoridade oficial. Para o assessor governista, a maior parte das pessoas comprou ingressos para assistir ao jogo nas cidades em que mora, o que diminuiu a quantidade de passageiros nos aeroportos. “O fluxo de turistas, com certeza, ser� menor do que o per�odo de carnaval e r�veillon”, disse o aliado de Dilma.

Manifesta��es, viol�ncia nas ruas e nos pres�dios, caos a�reo. O Planalto ainda teme uma onda de greve de servidores federais. H� duas semanas, policiais militares da Bahia cruzaram os bra�os e Salvador mergulhou em um caos urbano de saques e depreda��es. A presidente ordenou que a Advocacia-Geral da Uni�o fique atenta aos grevistas para tentar, na Justi�a, liminares que considerem ilegais movimentos desta natureza, especialmente durante o per�odo da Copa.

A bola e o voto

Os entraves da presidente Dilma Rousseff durante os 30 dias de Copa do Mundo:


Resultado em campo: O mito de que uma vit�ria em campo pode ajudar a eleger o presidente foi desmentido nas �ltimas elei��es (2002, 2006 e 2010). Mas a presidente Dilma acha que o otimismo decorrente do hexa pode ajud�-la. Se perder, a situa��o se complica.

Est�dios padr�o Fifa: As arenas ficar�o prontas, mas alguns problemas aconteceram durante os eventos-teste. Al�m disso, metade dos est�dios dever� estar sem internert wi-fi, o que dificultar� o envio de dados e imagens pelos torcedores.

Aeroportos: Parte das obras dos aeroportos brasileiros n�o ficar� pronta. H� quem tema a ocorr�ncia de um caos a�reo pelo grande volume de voos que cruzar�o os c�us do pa�s nos dias de jogos.

Mobilidade urbana: Em todas as grandes cidades ocorreram obras de mobilidade. Por causa dos atrasos, ficou decidido que as f�rias escolares ser�o durante a Copa. Para facilitar ainda mais, alguns dias de partidas se tornar�o feriado.

Manifesta��es de rua: O temor de que as ruas sejam novamente ocupadas por manifestantes, a exemplo do que aconteceu em junho do ano passado, � grande. O governo n�o conseguiu aprovar o projeto de lei para coibir as manifesta��es. Ap�s os protestos do ano passado, a popularidade de Dilma derreteu a patamares pr�ximos da atual.

Seguran�a e pres�dios: No fim do ano passado, quando o Minist�rio P�blico de S�o Paulo desbaratou um esquema de fuga da principal organiza��o criminosa do pa�s, a fac��o amea�ou impedir a realiza��o dos jogos. No Rio de Janeiro, o aumento da viol�ncia nas Unidades de Pol�cia Pacificadora (UPPs) tamb�m ligou o alerta nas autoridades federais.

Greves: Servidores p�blicos tamb�m podem se tornar um calo para o governo. Insatisfeitos com a pol�tica de valoriza��o salarial, alguns funcion�rios defendem que a categoria aproveite o momento para uma paralisa��o geral. A Advocacia-Geral da Uni�o (AGU), por�m, j� monitora os sindicatos.

 


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