Tr�s senadores da Comiss�o de Direitos Humanos (CDH) conversaram na manh� desta ter�a-feira, 06, com o caseiro Rog�rio Pires, que teria confessado participa��o no assalto que resultou na morte do coronel reformado do Ex�rcito Paulo Malh�es. No entanto, Pires deu uma vers�o diferente daquela prestada � Pol�cia Civil do Rio no dia 29 de abril. Na conversa com os senadores, o caseiro negou ter participado do assalto � casa do coronel.
De acordo com a vers�o apresentada aos senadores, Pires n�o participou nem planejou o crime, mas reconheceu os irm�os Anderson e Rodrigo Pires como autores. Segundo ele, os dois chegaram ao s�tio, na �rea rural de Nova Igua�u (cidade na Baixada Fluminense) por volta das 10 horas no dia do assassinato (25 de abril). Malh�es s� teria chegado ao im�vel tr�s horas depois.
Durante o assalto, os criminosos teriam se comunicado por telefone com uma pessoa que estava fora da casa, disse o senador Randolfe Rodrigues. Os parlamentares pedir�o prote��o para o caseiro e a fam�lia dele, al�m da vi�va Cristina Batista Malh�es.
Os senadores contestam a condu��o da Pol�cia Civil sobre o caso. Para os parlamentares a hip�tese de queima de arquivo tamb�m deve ser investigada. "Entendemos que este assassinato ap�s o depoimento (na Comiss�o da Verdade, em mar�o) tem ind�cios de que foi em fun��o disso e que ele tinha muitas informa��es a prestar. N�o descartamos a possibilidade de queima de arquivo", disse Ana Rita.
Antes de receber autoriza��o para conversar com o caseiro, o senador Randolfe afirmou que "� evidente a m� vontade do Estado do Rio com este caso". Para Ana Rita, "� fundamental ouvir o preso" porque Pires teve contato direto com Malh�es, torturador confesso de presos pol�ticos durante a ditadura militar.
Ainda nesta ter�a, o grupo conversar� com o chefe de Pol�cia Civil, delegado Fernando Veloso. Eles reiteraram o pedido feito ao ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo, para que o caso seja acompanhado pela Pol�cia Federal. Para o presidente da Comiss�o da Verdade do Estado, Wadih Damous, "falta boa vontade da Pol�cia Civil do Rio".
"A participa��o da Pol�cia Federal ampliar� o escopo da investiga��o. Continuamos entendendo que n�o � um crime banal, mas de um importante agente da ditadura que nos �ltimos tempos come�ou a revelar coisas at� ent�o desconhecidas da popula��o", afirmou.
"Malh�es foi o primeiro dos mais importantes torturadores que exp�s as mazelas da ditadura e, inclusive, falou sobre o comando, mostrando que as ordens para desaparecer com os corpos vinha diretamente do Pal�cio do Planalto", disse o senador Jo�o Capiberibe (PSB-AP).
Um m�s antes de ser assassinado, no dia 24 de abril, Malh�es prestou depoimento para a Comiss�o da Verdade em que confessou ter participado do desaparecimento do corpo do ex-deputado Rubens Paiva.