
O engenheiro Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, escreveu da carceragem da Pol�cia Federal em Curitiba uma carta de punho pr�prio em que afirma ter sido “de novo amea�ado” por um agente policial. O bilhete foi anexado por sua defesa a um pedido de habeas corpus ao Superior Tribunal de Justi�a (STJ). Costa est� preso desde 20 de mar�o sob suspeita de liderar com o doleiro Alberto Youssef um “grande esquema de lavagem de dinheiro” desarticulado pela Opera��o Lava Jato, da PF.
Ele � alvo de duas a��es judiciais, abertas pela Justi�a Federal com base na investiga��o da PF e den�ncias da Procuradoria da Rep�blica. Em uma a��o, o ex-executivo da estatal petrol�fera � acusado de tentar destruir provas contra a organiza��o criminosa que, segundo a den�ncia, realizava evas�o de divisas e lavagem de dinheiro.
Quando a PF fazia buscas na resid�ncia de Costa, no dia 17 de mar�o, familiares dele teriam retirado pap�is e arquivos do escrit�rio de sua empresa, a Costa Global.
No outro processo, a Procuradoria acusa o engenheiro por 413 opera��es de lavagem de dinheiro que teria sido arrecadado por meio de crimes contra a administra��o p�blica - peculato e corrup��o. A Lava Jato indica que Costa e Youssef, que tamb�m est� preso, se associaram para tentar obter a primazia de contratos milion�rios de �rg�os p�blicos, como a Petrobr�s e o Minist�rio da Sa�de.
A investiga��o revela que o doleiro presenteou o ex-diretor da estatal com uma Land Rover Evoque, de R$ 250 mil. A PF investiga envolvimento de outros funcion�rios da Petrobras.
A PF j� pediu remo��o do engenheiro para o pres�dio de seguran�a m�xima de Catanduvas, a 470 quil�metros de Curitiba. O estabelecimento � reservado aos presos de alta periculosidade. A Justi�a Federal pediu � Procuradoria da Rep�blica que se manifeste sobre a transfer�ncia de Costa.Ainda n�o h� decis�o sobre o deslocamento do acusado.
Costa ficou preso inicialmente na Cust�dia da PF. No dia 28 de abril, foi removido para uma pris�o estadual do Paran�. No dia 3 de maio, voltou para a PF porque a administra��o penitenci�ria do Estado alegou que n�o tinha como garantir sua seguran�a e integridade.
� a segunda vez que Costa usa da estrat�gia do bilhete em que narra amea�as. Na nova carta, 24 linhas manuscritas em folha de papel alma�o, o ex-diretor da Petrobras assina Paulo R. Costa e afirma que sofreu amea�as do “mesmo agente da PF” que j� o teria pressionado no in�cio de abril. No entanto, o ex-diretor n�o cita o nome do policial nem identifica as testemunhas que afirma existirem da suposta amea�a.
Segundo ele, o agente federal o abordou “neste domingo dia 28 �ltimo” - o domingo a que se refere foi 27. O policial lhe teria dito: “Voc� falou que tinha sido amea�ado por mim e o delegado falou comigo. Eu n�o terei mais nenhuma boa vontade com voc�”. Costa diz que passou o fim de semana fechado, “sem banho e caminhada por 48 horas, no s�bado e no domingo”. Segundo ele, o policial o advertiu. “Voc� tem que tomar no meio do olho. � por isso que voc� n�o vai mais sair da�’.” A PF n�o comentou.