(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Quilombolas e Marinha n�o chegam a acordo na Bahia


postado em 08/05/2014 19:37

Salvador, 08 - Foi conclu�da sem acordo a negocia��o entre os moradores do Quilombo Rio dos Macacos, na regi�o metropolitana de Salvador, e o governo federal, pela posse da terra, hoje legalmente pertencente � Marinha, na qual os quilombolas vivem. Os militares pleiteiam na Justi�a a remo��o das cerca de 500 pessoas que moram no local. "N�o havendo o acordo, n�o h� muito o que fazer, porque a Marinha n�o pode retirar a a��o que move na Justi�a, para reintegrar aquela �rea", diz o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presid�ncia da Rep�blica, Gilberto Carvalho, que participou pessoalmente das negocia��es. "Agora, fica para a Justi�a definir a quest�o. E isso vai se arrastar pelo tempo que a Justi�a determinar."

O governo chegou a apresentar uma proposta de doa��o de 106 hectares, no in�cio da semana, aos moradores, que reivindicam a manuten��o de 278 hectares dos cerca de 301 aos quais dizem ter direito. "Eles querem nos espremer em uma �rea que � nossa, n�o podemos aceitar", justifica a l�der dos quilombolas, Rose Meire dos Santos Silva. "T�nhamos 500 hectares, hoje temos 300 e querem nos tirar mais."

Al�m da �rea, � entrave para o acordo a �rea do entorno da Barragem do Rio dos Macacos, �nica fonte de �gua da regi�o. Os militares tentam vetar o acesso de civis ao local, por ser, segundo o governo federal, estrat�gico para o fornecimento de �gua e energia el�trica para o complexo militar, no qual vivem cerca de 400 integrantes da Marinha. "� um recurso natural que sempre serviu � comunidade, de onde at� tiramos o sustento, com a pesca, quando � necess�rio", argumenta Rose.

O ministro Gilberto Carvalho disse ter ficado "triste" com a conclus�o das negocia��es sem um acordo. "Confesso que estava confiante que o acordo sairia", contou. "A gente chegou a uma proposta de abrir m�o de 106 hectares, para que nenhuma fam�lia da �rea tivesse de ser removida, al�m de abrir uma nova entrada para o quilombo (atualmente, a entrada � feita por um dos acessos da base naval), com uma estrada, e assegurar a reconstru��o das casas, que est�o muito prec�rias. Fico triste por saber que, sem o acordo, quem vai sofrer s�o os pr�prios moradores da regi�o."

Carvalho tamb�m disse ter "estranhado" uma suposta mudan�a de opini�o repentina das lideran�as do quilombo. "Nos contatos preliminares � reuni�o de ontem, eles se mostravam muito propensos a aceitar o acordo", afirmou. "N�o foi um acordo que veio do c�u, foi um acordo que n�s costuramos, por meio de muitas conversas com eles e com muito di�logo interno. Houve at� tens�es internas, a ponto de um comandante da base ter sido afastado, ido para a reserva, para que a Marinha cedesse um espa�o aos quilombolas, uma vez que a Funda��o Palmares os reconheceu como quilombolas."


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)