C�pula do PT age para conter 'novos rebeldes'

Com o estrago eleitoral e na imagem do partido causado pela revela��o da rela��o entre o deputado Andr� Vargas (sem partido-PR) e o doleiro Alberto Youssef, preso na Opera��o Lava Jato da Pol�cia Federal, o PT, com aval do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, estuda medidas para enquadrar parlamentares que apoiavam Vargas.

O primeiro alvo foi o deputado Candido Vaccarezza (SP), que enfrentou a dire��o petista e a presidente Dilma Rousseff ao apoiar projeto de reforma pol�tica apresentado pelo presidente da C�mara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). H� um m�s, a executiva nacional do PT fechou quest�o contra o projeto do PMDB e em favor de uma Constituinte exclusiva para a reforma. Se insistir no apoio ao PMDB, Vaccarezza estar� sujeito a puni��es internas.

O segundo alvo foi o pr�prio Vargas, que tentou enfrentar a c�pula petista ao ser pressionado a renunciar ao mandato por causa de cita��es de seu nome em relat�rios da PF. Com apoio do grupo de "novos rebeldes", Vargas voltou atr�s da decis�o de renunciar. A dire��o petista ent�o amea�ou afast�-lo por at� 60 dias, enquanto a Comiss�o de �tica investigasse o caso. Sem sa�da, Vargas se desfiliou para evitar a puni��o. "Depois que ele se desfilou do PT, n�o tenho visto men��es ao nome dele na imprensa, o que mostra que, fora do partido, as a��es dele baixaram de valor", disse o presidente do partido, Rui Falc�o.

Internamente, a avalia��o � que aliados de Vargas o estimularam a enfrentar a dire��o partid�ria para evitar que a postura dura tomada contra o ex-vice-presidente da C�mara se transformasse em regra no partido.

Polos paralelos

- Recentemente, Falc�o disse que Lula tem estimulado movimentos da dire��o partid�ria para reduzir a for�a dos parlamentares. Nos �ltimos anos, as bancadas se transformaram em polos paralelos de poder, ocupando o vazio deixado por l�deres hist�ricos abatidos no processo do mensal�o. "O Lula vem falando que � preciso fortalecer as inst�ncias partid�rias para que n�o haja o peso exclusivo dos mandatos parlamentares. Elas (bancadas) t�m um peso muito grande e muitas vezes acabam esvaziando as inst�ncias", disse Falc�o.

A bancada do PT na C�mara se dividiu em ao menos quatro grupos, que passaram a ter denomina��es ir�nicas como CNB do A e CNB do B, em refer�ncia � maior corrente interna do PT, a Construindo um Novo Brasil (CNB). O maior destes grupos era encabe�ado por Vargas.

O n�cleo duro dos "novos rebeldes" � formado por cerca de dez parlamentares, a maioria de S�o Paulo, mas nos melhores momentos chegou a ter mais de 50 dos 84 deputados do PT na C�mara. Al�m de se aliar a advers�rios no Congresso, esse grupo � acusado de plantar not�cias negativas contra o governo Dilma e liderar o movimento "Volta, Lula".