
Bras�lia – Mesmo no controle do Minist�rio da Integra��o Nacional e tendo sido recentemente agraciado com a dire��o da Companhia Hidrel�trica do S�o Francisco, a participa��o do PP na campanha � reelei��o da presidente Dilma Rousseff (PT) � de probabilidade duvidosa. Setores do partido, que comp�e a base do governo federal, come�am a se movimentar em busca de uma alian�a formal com o PSDB do senador A�cio Neves (MG), tamb�m candidato ao Pal�cio do Planalto. Alberto Pinto Coelho (PP), governador de Minas Gerais, esteve nessa ter�a-feira em Bras�lia para tentar convencer o presidente da sigla, senador Ciro Nogueira (PI), a apoiar o movimento de migra��o para o lado do tucano.
“O partido hoje � base do governo. Sabemos que no pa�s existe o presidencialismo de coaliz�o, mas esse apoio no Congresso Nacional se extingue quando se tem a perspectiva de uma nova realidade no contexto da pol�tica nacional, com as candidaturas que est�o postas”, justifica Pinto Coelho. O governador ressalta a necessidade de respeito �s realidades regionais, mas prega que “o partido tem que tomar o seu destino”. “Advogamos pela busca de um consenso para um alinhamento com a candidatura do senador A�cio Neves, por entendermos que o governo que a� est� exauriu a sua proposta, e que o senador encarna, pela biografia pol�tica e pela capacidade de gest�o demonstrada, as condi��es para ser o futuro presidente na na��o.”
A�cio Neves ressalta os apoios “extremamente importantes” que tem recebido do PP em alguns estados, mas evita opinar sobre as decis�es internas da sigla. “H� uma manifesta��o de setores do PP a favor da nossa candidatura, mas essa � uma decis�o que cabe ao partido, n�o cabe a mim. Vamos aguardar para que o partido possa, majoritariamente, escolher o seu caminho”, defende. O senador tamb�m aponta a import�ncia dos contextos regionais, que, “nesta elei��o, podem se sobrepor � realidade nacional.”
Na composi��o costurada por A�cio para o governo de Minas, o PP seria contemplado com o candidato a vice-governador. O nome escolhido pela legenda � o do atual presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Dinis Pinheiro.
Plano B
Alian�as entre tucanos e pepistas j� est�o em est�gio avan�ado de negocia��o em Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Amazonas e Alagoas – e tamb�m podem se concretizar em Goi�s e na Para�ba, segundo o governador mineiro. Caso o almejado consenso em torno da candidatura de A�cio Neves n�o se concretize, no entanto, setores do partido j� trabalham com um plano B, para evitar o desgaste de um racha na sigla em pleno ano eleitoral. A ideia � n�o manifestar apoio formal a nenhum candidato, liberando os diret�rios estaduais a se coligarem livremente, e evitando que eles fa�am campanha contra a orienta��o nacional.
“N�o havendo condi��es de apoiar a candidatura de A�cio Neves, que n�o haja nenhuma oficializa��o de apoio formal e se mantenha a neutralidade. Isso repetiria o que, com muita sabedoria, o Francisco Dornelles fez em 2010 – mesmo que ele, presidente do partido, tenha apoiando a candidatura de Dilma Rousseff. Essa foi uma decis�o s�bia, que n�o criou constrangimentos em nenhuma regi�o do pa�s”, lembra a senadora Ana Am�lia (PP-RS), que defende o apoio formal ao tucano.
Para bater o martelo, al�m dos problemas regionais, o partido deve levar em considera��o outro fator importante nas elei��es: a composi��o do hor�rio de propaganda eleitoral televisiva. H� no PP quem defenda que a neutralidade no pleito de outubro pode trazer a vantagem de municiar com preciosos instantes na televis�o tanto o PT, quando o PSDB e, de sobra, ainda acariciar o PSB de Eduardo Campos, uma vez que quando n�o � destinado a um candidato espec�fico, o tempo � direcionado proporcionalmente entre todos os concorrentes. A decis�o sobre o apoio do PP deve ser tomada na conven��o nacional do partido marcada para junho.