Bras�lia, 14 - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta quarta-feira que tem certeza que "houve resumo e debate" na reuni�o do conselho da Petrobras que decidiu pela compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, em 2006. O ministro lembrou que � �poca da aquisi��o ele n�o fazia parte do Conselho de Administra��o da estatal nem era ministro da Fazenda. "N�o estive diretamente no conselho quando foi feita a aquisi��o."
O ministro lembrou que havia figuras do empresariado na reuni�o, como o ent�o presidente da Febraban, Fabio Barbosa, al�m do economista Claudio Haddad e o empres�rio Jorge Gerdau. "Era um conselho altamente qualificado, sem falar das outras pessoas", disse. Depois de ser questionado se ele se alinhava ao argumento de que a aquisi��o de Pasadena foi boa � �poca ou se foi ruim, Mantega respondeu: "eu nem sabia que tinha alinhamentos e correntes de interpreta��o."
"Eu estava no conselho quando foi proposta a aquisi��o da segunda metade. Nesse ponto, eu posso dizer que eu fui contr�rio � aquisi��o da segunda metade. O conselho como um todo n�o aprovou a aquisi��o da segunda parte", disse, em refer�ncia � decis�o tomada no ano de 2008. "Na �poca em que julgamos que n�o era conveniente (a aquisi��o da segunda metade), era preciso realizar novos investimentos para atingir produtividade. Era preciso investimentos que n�o levavam a rendimento adequado para refinaria", afirmou.
Al�m disso, segundo ele, as condi��es da economia mundial eram outras. "Em 2008, o neg�cio do petr�leo come�ou a balan�ar porque a crise se avizinhava. Em 2006, o mercado era promissor, a economia mundial estava em expans�o e a demanda de petr�leo tamb�m", argumentou. "A Petrobras tinha plano de expans�o no mercado americano, para que coloc�ssemos nosso petr�leo para ser refinado l�."
"Em 2008, levando em conta investimentos a serem feitos, n�o considerei conveniente (a aquisi��o da segunda parte). Isso consta nas atas. Chegamos � conclus�o de que n�o dever�amos fazer aquisi��o da segunda metade. Foi pelo tribunal de arbitragem que fomos obrigados a fazer aquisi��o", esclareceu.
Mantega foi interrompido por parlamentares da oposi��o, num clima tenso de discuss�o entre representantes da base do governo e de partidos oposicionistas. Questionado pelo l�der do DEM, deputado Mendon�a Filho (PE), sobre uma correspond�ncia enviada por Lu�s In�cio Adams, ex-procurador-geral da Fazenda, Mantega disse que n�o houve nenhum procedimento diferente. Sobre a mensagem enviada por Adams � Casa Civil, que pedia a inclus�o de ressalvas sobre Pasadena, Mantega disse que isso � feito todo m�s. "Voc� faz um reparo, uma complementa��o da ata. � isso que se tratava aqui", disse.
"A primeira (ressalva) advertia que a cl�usula Marlim n�o havia sido objeto de aprova��o do conselho. Isso � correto. E a segunda informava que a diretoria da empresa havia aberto procedimento para identificar a falha. Foi feita a verifica��o", disse Mantega. Segundo o ministro, essa cl�usula garantia rentabilidade m�nima para a Astra no caso em que fosse adaptada a refinaria para receber o petr�leo brasileiro. "O fato � que esta cl�usula s� entraria em vigor depois de feitas essas modifica��es. Eu indagava se havia tido preju�zo para a empresa por essa cl�usula. A resposta � que n�o, porque essa cl�usula n�o entrou em vigor", disse. "Eu pedi esclarecimentos da diretoria e me foi respondido que n�o houve preju�zo porque a cl�usula n�o entrou em vigor", concluiu.