Bras�lia, 20 - O relator da CPI da Petrobras do Senado, Jos� Pimentel (PT-CE), afirmou nesta ter�a-feira, 20, que a oposi��o foi "desrespeitosa" ao n�o participar do depoimento do ex-presidente da Petrobras Jos� S�rgio Gabrielli. Em entrevista logo ap�s o final da fala do ex-presidente da estatal, o petista disse que a base aliada cumpriu a decis�o do Supremo Tribunal Federal (STF) de instalar a CPI encabe�ada pelo pr�-candidato do PSDB � Presid�ncia, A�cio Neves. "Portanto, um desrespeito s�o aqueles que apresentam um projeto de CPI, v�o ao Supremo, t�m ganho de causa e n�o indicam os seus membros", afirmou.
Durante as mais de tr�s horas e meia de depoimento, nenhum integrante da oposi��o passou pelo plen�rio. O senador An�bal Diniz (PT-AC) chegou a brincar durante a fala de Gabrielli que a oposi��o usou a t�tica do "FFF: "fez fuma�a e fugiu". "� verdadeiramente uma pena que os l�deres do PSDB tenham se negado a fazer parte dessa comiss�o. Foi algo muito prejudicial a essa comiss�o", criticou Diniz. O ex-presidente da Petrobras foi questionado apenas por senadores da base governista e aproveitou para alfinetar a oposi��o, dizendo que todas as contrata��es da estatal s�o feitas com base na Lei de Licita��es elaboradas em 1998, pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP).
Gabrielli classificou como "extremamente perigoso" e "extremamente conden�vel" o fato de a oposi��o dizer que a estatal est� em crise. Em entrevista logo ap�s seu depoimento, ele disse que a Petrobras � uma empresa s�lida, bem administrada e com perspectiva de crescimento que est�o "querendo destruir". "H� muita fic��o nas a��es que a oposi��o est� tendo", afirmou.
O ex-dirigente disse considerar muito estranho que os proponentes da CPI n�o tenham comparecida ao encontro. Segundo ele, foram feitas mais de 200 perguntas detalhadas, �s quais ele forneceu respostas. "Eu acho muito ruim que os proponentes da CPI estejam ausentes", frisou.
No depoimento, Gabrielli tamb�m rebateu acusa��es de que a adapta��o do projeto da Refinaria Abreu e Lima seja alvo de superfaturamento e justificou que as d�vidas do Tribunal de Contas da Uni�o (TCU) quanto � execu��o do projeto se devem a diverg�ncias sobre a tecnologia de constru��o.
Em outro momento, Gabrielli citou nominalmente o ex-senador tucano Tasso Jereissati (PSDB-CE) como um articulador entre a Petrobras e investidores da Ar�bia Saudita, interessados em fazer aportes em refino de petr�leo no Cear�. A Petrobras, contudo, optou por Pernambuco como o Estado mais adequado ao projeto.
CPI mista
A oposi��o aposta na instala��o, hoje � noite, da CPI mista da Petrobras, contando que, com a participa��o de deputados federais, o governo n�o tenha controle absoluto das investiga��es.
Pimentel disse que, sozinho, fez 134 perguntas. Questionado se n�o faltou agressividade e se a audi�ncia n�o ocorreu em clima amig�vel, ele respondeu: "A agressividade � t�pica de uma ditadura. No estado democr�tico de direito, voc� formula perguntas e ao mesmo tempo subsidia com um conjunto de outros que n�s j� requeremos. Portanto a forma de fazer perguntas na ditadura � uma e no estado democr�tico de direito � outra".
O relator afirmou que a atual CPI � uma repeti��o daquela que ocorreu nos anos de 2009 e 2010. "� uma mat�ria conhecida e, de l� para c�, o TCU fez uma s�rie de investiga��es, o Minist�rio P�blico Federal e a Pol�cia Federal tamb�m, portanto, temos todos os dados sobre a compra de algumas refinarias. Esta CPI parte de um conjunto de documentos j� apurados e cabe a n�s organizarmos e ao mesmo tempo pedir mais esclarecimentos", disse. O relator se esquivou de dizer se a CPI exclusiva do Senado ser� esvaziada com a press�o da oposi��o de se criar uma CPI mista. "N�s estamos cumprindo os requerimentos de cria��o de CPI propostos pela oposi��o. At� agora a oposi��o n�o desistiu do mandado de seguran�a no Supremo. E n�o instalar as CPIs � deixar de cumprir uma decis�o judicial", avaliou.