Salvador, 20 - O pr�-candidato � Presid�ncia da Rep�blica pelo PSB, o ex-governador pernambucano Eduardo Campos, disse n�o acreditar que a presen�a do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva em eventos partid�rios ao lado da presidente e pr�-candidata � reelei��o Dilma Rousseff seja suficiente para melhorar a imagem dela. De acordo com ele, o apoio de Lula a Dilma "foi fundamental" para a elei��o da presidente, em 2010, mas agora n�o vai exercer influ�ncia sobre o eleitorado.
"Na elei��o de 2010, foi importante a mensagem de que a candidata Dilma tinha o apoio do presidente Lula, essa mensagem foi fundamental para a vit�ria dela, mas agora o que vai estar em julgamento � o governo dela", avalia. "Por mais que Lula tenha seguidores e prest�gio, ele sabe que o que est� em debate � a realiza��o do governo dela e o que acontece � que Dilma n�o entregou o que ela se comprometeu a entregar. Ela foi candidata prometendo melhorar o Brasil e o fato � que o Pa�s, com ela, parou de melhorar e come�ou a piorar. S� se reelege um governo que tenha entregado os compromissos, ele precisa ter realizado, se n�o tudo, pelo menos uma parte de seus compromissos."
Para Campos, al�m de n�o ter feito uma boa administra��o, Dilma "perdeu uma oportunidade" de corrigir os rumos do governo depois das manifesta��es populares de junho do ano passado. "O Brasil deu uma oportunidade para a presidente Dilma na elei��o e depois mandou um recado, em junho, quando foi �s ruas", disse. "Mais uma vez, ela jogou a oportunidade fora. Ela podia, ali, ter diminu�do o n�mero de minist�rios, chamado gente s�ria e competente para conduzir o Brasil, e ela fez tudo ao contr�rio. Ela se entregou � velha pol�tica."
Sobre as manifesta��es, o presidenci�vel do PSB diz que a pr�pria Copa do Mundo acabou contaminada pela insatisfa��o popular. "A gente esperava que o legado ficasse para o povo brasileiro em investimentos estruturadores, de mobilidade, da melhoria da qualidade de vida nas cidades, e a popula��o percebe que as mudan�as que reclamava em diversas �reas do servi�o p�blico n�o chegaram", afirmou. "A Copa do Mundo est� pagando o pre�o de n�o ter havido as mudan�as que a sociedade esperava que ocorressem em outros aspectos. A economia parou de crescer no ritmo que vinha, as pessoas passaram a pagar juros mais altos, os servi�os de sa�de e educa��o foram perdendo qualidade, a seguran�a piorou. Esse ambiente fez com que a sociedade brasileira ligasse esse Brasil que come�ou a piorar com o evento da Copa do Mundo."
Oportunidade
Campos passou o dia na Bahia, participando de atividades e encontros em Paulo Afonso, no extremo norte do Estado, e em Feira de Santana, segunda maior cidade baiana, a 110 quil�metros de Salvador. Em sua quarta visita ao Estado no ano, o ex-governador pernambucano disse que "cerca de 70%" dos eleitores ainda n�o o conhecem e que isso representa uma "oportunidade" para sua candidatura.
"Cerca de 70% da popula��o brasileira ainda n�o me conhece, mas vai ter tempo para me conhecer e isso � uma oportunidade, porque na medida em que a popula��o vai me conhecendo, a gente vai crescendo", afirmou. "Na pesquisa do Datafolha, quando se recorta apenas os eleitores que conhecem todos os candidatos, estou em primeiro lugar, por exemplo."
Para ele, a popula��o ainda n�o est� interessada na elei��o, mas o quadro tende a mudar ap�s a Copa do Mundo. "A elei��o est� perto no calend�rio, mas ainda est� longe na cabe�a da popula��o", acredita. "Com o tempo, com os debates, na medida em que a m�dia vai acompanhando a agenda dos candidatos, na medida em que a elei��o entra na pauta da popula��o, quando isso acontecer, no final de agosto, come�o de setembro, voc�s v�o ver como vai ficar o quadro."