Bras�lia, 28 - A tropa de choque do governo entrou em cena mais uma vez nesta quarta-feira, na primeira reuni�o da CPI mista da Petrobras. Com o apoio do senador Vital do R�go (PMDB-PB), presidente da comiss�o exclusiva do Senado, tamb�m eleito para presidir os trabalhos da CPMI, aliados da presidente Dilma Rousseff conseguiram impor um in�cio de trabalho lento, conforme prefer�ncia do Pal�cio do Planalto, adiando para semana que vem a an�lise dos primeiros requerimentos.
Enquanto isso, a oposi��o apelou para uma overdose de requerimentos - foram mais de 500 em tr�s horas de sess�o - e comemorou a esperada ades�o de governistas rebelados, embora ainda baixa, mas com potencial de fogo. O presidenci�vel A�cio Neves (PSDB-SP) assumiu papel de protagonista, assumindo a lideran�a em uma estrat�gia de atrair olhares para as investiga��es.
Como esperado, os aliados de Dilma, Vital e o deputado Marco Maia (PT-RS), assumiram seus postos. Respectivamente: presid�ncia e relatoria da comiss�o. Apesar da press�o oposicionista e pedidos de que a segunda reuni�o j� ocorresse amanh�, o relator alegou aus�ncia de tempo para elaborar um plano de trabalho no prazo e agendou o pr�ximo encontro para o fim da tarde de segunda-feira, 2 de junho. No cronograma, o petista vai esbanjar do uso do calend�rio, apertado pela Copa do Mundo, conven��es partid�rias, recesso parlamentar e in�cio da campanha eleitoral.
Plano
O plano dos governistas seguir� rumo semelhante ao tra�ado pelo relator da CPI exclusiva do Senado, Jos� Pimentel (PT-CE), abrandando convoca��es e pedidos de quebras de sigilo perigosas ao governo, pesando a m�o em pontos da investiga��o que podem esbarrar nos advers�rios, em especial na gest�o Fernando Henrique Cardoso.
Apesar da vit�ria da base na elei��o do presidente, oposicionistas comemoraram o que consideraram uma primeira vit�ria contra a maioria governista. O deputado Enio Bacci (PDT-RS) concorreu ao cargo com Vital e recebeu 10 votos - a oposi��o conta com oito membros, entre deputados e senadores. "O per�odo eleitoral atrapalha muito o governo. Est� tudo mundo querendo se salvar.", destacou o l�der tucano na C�mara, Ant�nio Imbassahy (BA), minimizando a aparente cautela entre os insatisfeitos da base.
Um dos nomes com os quais os oposicionistas contam para conseguir aprovar pedidos amea�adores ao governo, o l�der do PMDB na C�mara, Eduardo Cunha (RJ), se esquivou. "Os votos do PMDB n�o v�o contar nem para a oposi��o nem para o governo. Vamos nos ater aos fatos", afirmou. Cunha participou em jantar do partido com a presidente Dilma na noite de ontem quando foi elogiado pela petista, que defendeu alian�as estaduais com peemedebistas.
Sigilo
Al�m de contar com ades�es da base rebelada, a estrat�gia oposicionista passa ainda pela press�o por quebrar sigilos banc�rio, fiscal e telef�nico de figuras como o ex-presidente da Petrobras, Jos� Sergio Gabrielli, do ex-diretor Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef. Tamb�m querem acesso a atas de reuni�es da Petrobr�s.
Nesse primeiro momento, a oposi��o decidiu apelar para os holofotes atra�dos por A�cio Neves. O tucano apelou para uma brecha regimental e assumiu a lideran�a do PSDB no lugar de Aloysio Nunes (SP), que est� fora do Pa�s, como forma de poder se manifestar na comiss�o que n�o integra - ele alegou falta de tempo devido a campanha, mas ficou incomodado com a repercuss�o negativa do abandono da oposi��o � CPI do Senado.
Governistas voltaram a acusar o tucano de uso eleitoral da CPI. "Ficou claro hoje que a CPI tem cunho eleitoral, porque o candidato da oposi��o est� muito mal nas pesquisas, e resolveu comparecer hoje. N�o vamos deixar", amea�ou o deputado Sib� Machado (PT-AC).
Na pr�xima semana, ser� solicitada a incorpora��o, pela CPMI, da CPI exclusiva do Senado. Veterano em comiss�es de inqu�rito, Alvaro Dias (PSDB-PR) disse j� ter conversado com o presidente de ambas as CPIs. "O fato de eles tamb�m terem replicado as indica��es evidencia que j� pensavam mesmo em deixar a comiss�o no Senado morrer", destaca o senador.. Antes mesmo da instala��o da CPMI, o l�der do PT no Senado, Humberto Costa (PE), defendia a ideia, que pode acabar vingando.