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Estado de Minas

Comiss�o da Verdade divulga depoimentos de Malh�es


postado em 31/05/2014 14:19

Rio, 31/05/2014, 31 - A Comiss�o da Verdade do Rio (CEV-Rio) divulgou um relat�rio de 240 p�ginas, com a �ntegra dos depoimentos prestados em mar�o pelo coronel reformado do Ex�rcito Paulo Malh�es, torturador confesso de presos pol�ticos durante a ditadura militar. Em 23 horas de grava��o, o militar revelou que ajudou a deportar perseguidos pol�ticos argentinos, integrantes de grupos guerrilheiros como Montoneros, Ex�rcito Revolucion�rio do Povo (ERP) e Tupamaros. O oficial tamb�m disse que compartilhou informa��es e treinou agentes da repress�o de Angola, Chile, Uruguai e Argentina. Com os militares dos dois �ltimos pa�ses, disse ter "um relacionamento �timo".

Malh�es disse que durante os anos de chumbo, percebeu a entrada maci�a de argentinos no Rio e resolveu fotograf�-los e acompanh�-los. Posteriormente, policiais e militares argentinos pediram ajuda do Brasil e conseguiram identificar alguns l�deres guerrilheiros que estavam exilados no Pa�s.

No depoimento, o coronel citou o caso de um l�der do grupo Montoneros, que desembarcou no Brasil em um voo que seguia para a Venezuela para um encontro da Junta de Coordena��o Revolucion�ria (que reunia organismos revolucion�rios de v�rios pa�ses da Am�rica Latina). Um dubl� seguiu com o passaporte e os documentos do detido para Caracas.

Aqui, o l�der guerrilheiro foi capturado e detido pelos agentes da repress�o argentina. Um m�dico argentino veio ao Brasil para dopar o guerrilheiro e lev�-lo de volta para a Buenos Aires. O homem foi engessado e transportado dormindo em um avi�o "com atestado (m�dico) de que foi acidentado". "A gente dava um estalo e dava a solu��o para o problema".

O militar tamb�m contou que ganhou "uma por��o de frasquinhos" que "serviam para v�rias coisas", inclusive para fazer uma pessoa ter um enfarte "definitivo". O material chegou a ser usado pelo Servi�o Nacional de Informa��o (SNI).

Questionado pelo ex-presidente Em�lio Garrastazu M�dici, de quem disse ter se tornado amigo �ntimo, o coronel contou a vers�o verdadeira e ironizou. "(O l�der dos Montoneros) Passou, realmente, por aqui. Mas embarcou para a Venezuela. Se sumiu, sumiu na Venezuela, no Brasil n�o foi".

Malh�es tamb�m descreveu uma conversa com o ex-presidente militar: "Aconteciam problemas, o M�dici mandava me chamar (...) no pal�cio. Ele perguntava, 'E a�?'. Eu dizia, 'O senhor quer que eu resolva? Eu resolvo'. (M�dici respondia) 'Ent�o t�, Malh�es, resolve'".

Na apresenta��o do documento, nessa sexta-feira, 30, o presidente da CEV-Rio, Wadih Damous voltou a questionar a linha investigativa da Divis�o de Homic�dios da Baixada Fluminense, que segue a tese de latroc�nio (roubo seguido de morte). Para ele, "h� detalhes que n�o foram explicados" e a tese de queima de arquivo n�o pode ser descartada. Na manh� de sexta, o pedreiro Anderson Pires foi preso no bairro de Santa Cruz, na zona oeste do Rio, ele � acusado de participar do assalto que culminou com a morte do coronel.


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