(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Edinho Silva: Quem conduz a pol�tica econ�mica � Dilma


postado em 01/06/2014 14:19 / atualizado em 01/06/2014 15:17

Tesoureiro da campanha � reelei��o de Dilma Rousseff (PT), o ex-presidente do PT de S�o Paulo Edinho Silva afirmou, em entrevista, que quem conduz a pol�tica econ�mica brasileira, � pr�pria presidente. Com essa avalia��o, ele minimizou as diverg�ncias internas sobre a condu��o da pol�tica econ�mica e sobre o controle da infla��o, explicitadas em opini�es recentes dos ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Guido Mantega (Fazenda). "N�o tem duas cabe�as no governo. S� tem uma cabe�a, que � a da presidente Dilma", disse, sobre economia.

Deputado estadual, Edinho abriu m�o de uma elei��o � C�mara dos Deputados em 2014 para integrar a equipe de campanha de Dilma e garante que, se pudesse escolher, a tesouraria seria a �ltima fun��o a assumir. Em meio a um cen�rio de recursos cada vez mais escassos, ele avaliou que a rejei��o � presidente pelo empresariado � fruto de "um clima de pessimismo que n�o tem lastro na realidade". No entanto, admite que o PT e o governo tiveram dificuldade de fazer um "contra-argumento" ao pessimismo. Leia abaixo os principais trechos da entrevista:

Como encarou a miss�o de ser tesoureiro da campanha � reelei��o da presidente Dilma Rousseff?

Se fosse para eu escolher qualquer tarefa na coordena��o de campanha, eu garanto que essa seria a �ltima. Eu penso que � uma tarefa muito dif�cil pelo modelo eleitoral brasileiro. Voc� tem de tomar todos os cuidados poss�veis, porque para toda doa��o voc� tem de efetivamente enxergar quem � o doador, at� a origem da empresa. Por isso, sou a favor do financiamento p�blico de campanha. Ser tesoureiro � uma coisa muito espinhosa. Mas � evidente que � uma atribui��o onde o risco de armadilhas � imenso.

Voc� foi presidente estadual do PT e duas vezes prefeito de Araraquara e sabe, portanto, sabe como � lidar com or�amento restrito. Como ser� na campanha? O que deve ser priorizado?

Tenho defendido - e o presidente Rui Falc�o e os demais membros do grupo que come�a a discutir a campanha, concordam - que temos que fazer dessa elei��o um processo de iniciar a mudan�a na cultura eleitoral. Tenho defendido que a gente inicie uma campanha de doa��o de pessoa f�sica. Claro que n�o vamos conseguir resultados exitosos. Pelo menos a gente inicia um debate que inverte a l�gica e a doa��o de pessoa f�sica come�a a ter import�ncia, porque � uma op��o pol�tica e exige que fa�a o debate pol�tico.

Como buscar doa��es de empresas em um cen�rio no qual v�rios setores da economia e da ind�stria fazem cr�ticas abertas � presidente Dilma?

Eu penso que tem um clima de pessimismo do empresariado que n�o tem lastro na realidade. N�o nego, � evidente que alguns setores s�o afetados por quest�es econ�micas conjunturais, n�o um problema estruturante. O Brasil est� entre os pa�ses que o PIB (Produto Interno Bruto) mais cresceu diante da crise econ�mica internacional. A Alemanha vibra com um crescimento de 0,5%. Os Estados Unidos come�am a sair do negativo e a economia americana entra em euforia. O Brasil jamais deixou de crescer, mesmo na crise. Eu penso que a gente tem de fazer um debate com o empresariado. Eu n�o vejo problemas de relacionamento efetivo quando apresentamos o debate com o empresariado do nosso projeto e n�o acredito que esse mau humor v� perdurar.

Mas esse mau humor j� dura alguns anos.

Tem setores, repito, que sofrem com quest�es conjunturais da economia. Agora, os n�meros j� mostram a estabilidade efetiva e o crescimento da economia brasileira e isso desmonta esse discurso espec�fico.

Por que quando a presidente Dilma recuou nas pesquisas, as bolsas, puxadas principalmente pelas estatais, subiram, e o d�lar caiu, num claro reflexo do descontentamento do mercado com a presidente?

Eu n�o acredito nisso. A quest�o da bolsa voc� tem de olhar l� fora, n�o tem nada a ver com a pesquisa. Absolutamente nada. � um ledo engano.

O senador A�cio Neves (PSDB), por exemplo, n�o seria um candidato mais alinhado ao mercado do que a presidente?

� s� n�s debatermos que projeto o A�cio representa. Onde � que o empresariado ganhou mais dinheiro? Onde � que a ind�stria cresceu mais? Onde � que o mercado ficou mais aquecido?

Mas h� a argumenta��o que o crescimento ocorreu em uma �poca de euforia mundial, a partir do come�o do governo do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva.

N�o � verdade. O Brasil enfrentou a crise econ�mica internacional e quando o mundo teve PIB negativo o Brasil n�o deixou de crescer. Nunca deixamos de gerar emprego, de fomentar o cr�dito.

Mas voc�s v�o conseguir convencer os empres�rios?

Existiu uma indu��o de pessimismo e n�s tivemos dificuldade de fazer o contra-argumento. Isso eu reconhe�o. Quando fomos para o debate isso se diluiu e vai se diluir cada vez mais, porque n�o tem lastro na vida real das pessoas.

O presidente do PT nacional, Rui Falc�o, que tamb�m ser� um dos coordenadores de campanha, pregou, recentemente, um maior controle do mercado financeiro e do capital. Voc� compartilha dessa opini�o?

Eu estava com o Rui no dia dessa pol�mica e acho que ele foi mal interpretado. Ele quis fazer uma compara��o com o que ocorreu na crise econ�mica internacional, quando o governo americano criou regras para o capital vol�til. Ele quis dar um exemplo de que quando h� um capital vol�til, num momento especulativo, at� a economia americana colocou regra.

Mas voc� concorda com controle de capital?

Mas que controle de capital? O Brasil hoje respeita contratos, as regras. Agora, quando houve instabilidade no Leste Europeu o Brasil drenou capitais, porque aqui tem democracia e regras consolidadas.

Mas o que veio para c� foi capital especulativo.

Veio porque confiam nas regras e na economia brasileira. Fizeram opera��es, pagaram tributos e contribu�ram para economia brasileira. Essas s�o as regras e sabem que o Brasil � uma economia forte.

Recentemente houve uma pol�mica entre os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e o ministro Guido Mantega (Fazenda). Mercadante defendeu que o governo usasse os pre�os controlados para mitigar o impacto desses reajustes na infla��o e Mantega negou essas a��es. Quem est� certo?

O governo tem uma cabe�a s�, que � a presidente Dilma. E � uma economista brilhante. O Guido faz o que a presidente Dilma determina, o Mercadante faz o que a presidente Dilma determina. Ela n�o � uma leiga em economia, conhece profundamente.

Ela � a ministra da economia?

O ministro da Economia � o Guido Mantega, que � um excepcional ministro e nos conduziu na pior crise econ�mica, que foi maior que a de 1929. E o Mercadante, al�m de economista, � um quadro pol�tico. Agora, quem conduz a pol�tica econ�mica brasileira, quem diz qual � o projeto, que vem desde o governo do presidente Lula, � a presidente Dilma. Ent�o n�o tem duas cabe�as no governo. S� tem uma cabe�a que � a da presidente Dilma.

Mas com qual dos dois voc� concorda?

O Mercadante quis expressar o seguinte: se voc� tem margem nos pre�os p�blicos para retardar reajustes, � natural...

Mas existe margem em gasolina, por exemplo?

N�o � s� gasolina. Todas as tarifas p�blicas, por serem p�blicas, voc� tem um instrumental. Se eu sou um empres�rio e tenho condi��es de reter, na minha planilha, todo aumento de custo que tive para poder ser mais competitivo, por que n�o faria? Por que vou reajustar pre�o, se no global eu consigo ser competitivo?

Mas � ser competitivo neste ano, um ano pol�tico...

N�o � isso. O ano que vem vai ser um ano que n�o vai ser pol�tico e vamos ver que toda essa celeuma que est� criada em torno dos pre�os p�blicos n�o vai se configurar.

Esse represamento de pre�os n�o vai estourar em 2015?

Mas que represamento? A energia el�trica subiu porque n�o tem margem e gra�as aos governos Lula e Dilma n�s diversificamos a matriz energ�tica.

Qual advers�rio que dar� mais trabalho: os eternos inimigos A�cio Neves e PSDB, ou os ex-aliados e ex-ministros Eduardo Campos e Marina Silva?

N�o temos que escolher advers�rios. Eu at� escrevi um texto no qual digo que Eduardo Campos e Marina n�o eram uma alian�a, mas uma jun��o, porque eram projetos distintos com muitas contradi��es. Ali a jun��o foi pragm�tica. Marina n�o conseguiu o registro do partido e recebeu o convite para ser abrigada em um outro projeto.

Mas alian�as como as feitas com o (ex-vice-presidente) Jos� Alencar, em 2002 e com o PMDB, em 2010, n�o foram pragm�ticas?

� claro que � uma coaliz�o que tem o pragmatismo. Mas as concep��es de Brasil do Alencar e do Lula eram muito pr�ximas. O PMDB vem de uma tradi��o democr�tica e desenvolvimentista e foi um processo o apoio. O PMDB fez parte de uma coaliz�o e n�o foi um cavalo-de-pau. As contradi��es entre a Marina e o Eduardo s�o gritantes.

E quem dos dois deu o cavalo-de-pau nessa hist�ria?

� evidente que a Marina fez uma inflex�o. Eu tenho muita simpatia pelo Eduardo Campos e ele sabe disso. Com todo respeito do mundo, acho que ele cometeu um erro pol�tico grandioso. Ele ajudou a construir essa coaliz�o que muda a vida do povo brasileiro e � fruto desse projeto. No momento que ele rompe com essa coaliz�o, cometeu um grande erro pol�tico. Ele teria mais condi��es de crescer e fortalecer como uma grande lideran�a nacional se continuasse conosco.

Voc� disse n�o acreditar nas previs�es de que 2015 ser� um ano dif�cil em rela��o � economia. Como ser� 2015 ent�o?

Se a economia internacional continuar respondendo, como voc� pode projetar o caos econ�mico no Brasil? S� nos pre�os p�blicos?

Se voc� aumentar a gasolina com o porcentual que est� represado, pode gerar infla��o de dois d�gitos que ser� indexada aos outros reajustes.

Onde isso gera infla��o de dois d�gitos? Se a economia cresce, voc� aumenta a produtividade, o consumo de escala cresce, os pre�os caem. Temos muita margem de aumento de produ��o. Temos alguns setores da economia que precisam de interven��o pontual, intensificar a pol�tica de substitui��o de importados. Mas existe uma tentativa de caos em rela��o aos pre�os p�blicos. N�o existe o mercado perfeito. Ele � imperfeito.

Mas pode trazer consequ�ncias boas e ruins esse mercado imperfeito.

Por isso existe Estado. Onde se acreditou que o mercado era perfeito, houve o caos e a crise internacional. Todos os indicadores para o ano que vem s�o favor�veis para economia e n�o pode voc� dizer que os pre�os p�blicos v�o criar instabilidade na economia brasileira. S� aqueles que querem fomentar o medo e o caos podem falar isso. As perspectivas para o ano que vem s�o bem mais favor�veis que 2014, que j� s�o boas.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)