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Estado de Minas ENTREVISTA

Michel Temer aposta que PMDB vai reeditar parceria com Dilma

Vice-presidente atesta na dobradinha: 'A alian�a vai ser aprovada'


postado em 08/06/2014 07:48 / atualizado em 08/06/2014 07:48

(foto: Bruno Peres/CB/D.A Press)
(foto: Bruno Peres/CB/D.A Press)

Bras�lia –
Michel Temer quer mais quatro anos no Pal�cio do Jaburu. Em primeiro lugar, por�m, ter� de garantir que o partido que comanda, o PMDB, aprove, na conven��o da pr�xima ter�a-feira, em Bras�lia, a reedi��o da dobradinha com a presidente Dilma Rousseff. J� considerou essa vit�ria menos prov�vel. No in�cio do ano, em conversa com lideran�as partid�rias, defendeu a manuten��o da alian�a, mas afirmou que "se submeteria �s decis�es do partido". Hoje, enumera apoio dos governadores, desdenha do levantamento desfavor�vel na bancada de deputados e vaticina: "Terei mais da metade de votos da bancada, as coisas est�o mais calmas." Em segundo lugar, ter� de contar com o fato de a maioria dos brasileiros escolherem a presidente Dilma para mais um mandato. Ele tamb�m acha ser poss�vel essa previs�o. "O clima de pessimismo � incompat�vel com a realidade brasileira". Para Temer, a economia passa por um per�odo de flutua��o, mas n�o de crise.


Considerado por alguns integrantes do pr�prio partido como figura meramente decorativa na estrutura de poder, Temer faz quest�o de elogiar a companheira de chapa, apostando que a rela��o dela com o PMDB ser� melhor no segundo mandato, pois todos perceberam que governar sem o PMDB � pior. Confira os principais trechos da entrevista exclusiva concedida ao Estado de Minas.

 

Existe algum risco de a conven��o nacional do PMDB n�o aprovar a alian�a com a presidente Dilma?
Estamos com apoios expressivos, muito acentuados. Claro que n�o quero antecipar nada, prefiro esperar a conven��o. Mas creio que a alian�a vai ser aprovada. As pessoas v�m dizer que v�o votar em mim. Acho que vai dar certo.

O que mais atrapalha nessa alian�a entre o PT e o PMDB s�o as realidades estaduais, j� que os petistas n�o est�o se mostrando parceiros. H� tempo de resolver isso at� a conven��o?
O PT est� apoiando o PMDB em 12 estados. Onde n�o tem apoio direto, h� uma conviv�ncia harmoniosa e at� a ideia de que, quem n�o for para o segundo turno, apoia o outro. Dou como exemplo o meu estado, S�o Paulo. Padilha (Alexandre Padilha, PT) � candidato e Skaff (Paulo Skaff, PMDB), tamb�m. Mas n�s conversamos muito. N�o creio que isso seja um problema s�rio. A situa��o � mais s�ria, por exemplo, no Rio Grande do Sul e em Pernambuco. S�o brigas hist�ricas. Mas, mesmo assim, na conven��o, creio que mais da metade dos votos vir�o pela alian�a.

Mas o principal estado governado pelo PMDB, o Rio de Janeiro, lan�ou um movimento de apoio ao A�cio (A�cio Neves, pr�-candidato do PSDB ao Planalto)…
Com o Pez�o (Luiz Fernando, pr�-candidato do PMDB ao governo fluminense), o Cabral (S�rgio Cabral, ex-governador) e o Eduardo Paes (prefeito do Rio) dizendo que apoiam a Dilma. � evidente que os candidatos a governador n�o podem recusar apoio. Quando algu�m diz, “olha eu vou votar em voc�, mas n�o posso votar no candidato a presidente”, � claro que o candidato a governador n�o vai dizer, “n�o, n�o quero”. Ent�o, � poss�vel um grupo que vote A�cio e Pez�o e outro que vai votar Pez�o e Dilma.

O senhor vai sugerir que a presidente Dilma suba nos palanques do PMDB?
Isso � uma coisa que n�o est� decidida. Talvez a ideia seja ela n�o ir a nenhum palanque. Quando ela fizer um palanque nos estados, os candidatos v�o ao palanque dela.

H� levantamentos mostrando que s� 20% da bancada da C�mara apoiar� a alian�a com o PT. Qual o peso da bancada de deputados na conven��o nacional de ter�a-feira?
Sabe quanto representa esses 20% da bancada? 14 votos. Eu tenho mais amigos do que esses 14 votos. � s� somar. Terei mais da metade de votos da bancada; as coisas est�o mais calmas.

Est�o mais calmas mesmo? Os  deputados do PMDB se sentem tratados como de segunda classe pelo governo…

Essa rela��o vai melhorar muito no segundo mandato, porque o pr�prio governo j� viu que ter o apoio do PMDB � importante. Todo mundo diz que o PMDB cria problemas. Mas me diga qual foi o projeto que o PMDB derrubou na C�mara e no Senado, � exce��o do C�digo Florestal? Nesses quatro anos, o PMDB n�o derrubou um projeto de lei do governo. E n�o � verdade que o PMDB n�o tem for�a no governo. O PMDB tem cargos no governo, tem a vice-presid�ncia, a presid�ncia da C�mara e do Senado. Temos a lideran�a do governo no Senado, as presid�ncia de CPIs. O PMDB � o partido que tem o maior poder pol�tico no pa�s.

Em um segundo mandato, a tend�ncia n�o � que a presidente, livre do compromisso da reelei��o, fique ainda mais dura no trato com os aliados?

Essa chamada “dureza” deriva do estilo muito gerencial da presidente, o que � �til para o Executivo. Em segundo lugar, ela tem um esp�rito e uma forma��o democr�tica. Eu sei que est�o alardeando isso, mas n�o se pode imaginar que a presidente, reeleita, vai endurecer com o Congresso Nacional. N�o creio que ela v�, digamos, afirmar: “agora n�o preciso mais de ningu�m e fa�o o que eu quero”. N�o ser� assim.

O que aconteceu para se chegar a este momento com o governo t�o mal avaliado e a presidente com um �ndice de inten��o de votos t�o baixo?

N�o d� para imaginar que, num cen�rio globalizado, as quest�es internacionais n�o interfiram. Mas eu fiz 36 viagens internacionais e verifiquei que o apre�o pelo Brasil, em termos de investimentos, ainda � muito grande. Eu acho que h� um clima de pessimismo que � incompat�vel com a realidade brasileira. Esse pessimismo cresce neste ano porque � ano eleitoral.

Mas o n�vel de investimento do empresariado caiu. O ex-presidente Lula afirmou que o baixo crescimento do PIB � decorrente do mau humor dos empres�rios. Ou eles est�o mal-humorados por que a economia n�o est� reagindo?
Se cai o n�vel da produ��o industrial, rigorosamente deve cair o n�vel de emprego. Eu pergunto: o n�vel de emprego caiu? N�o. Enquanto tivermos o n�vel de pleno emprego que temos hoje, existe a tend�ncia de dizer que existe uma flutua��o na economia, mas n�o uma crise de natureza econ�mica. O Brasil ainda vai bem, a ascens�o social que se deu no Brasil foi muito �til para o povo. Temos o Bolsa-Fam�lia, o Minha casa minha vida que, com 3,7 milh�es de moradias, garante teto para pelo menos 15 milh�es de pessoas. Tinha gente que estava na mis�ria absoluta e passou para a classe m�dia baixa, comprou a geladeira, o carro em 60 presta��es. Os filhos come�am a frequentar escola e eles come�am a reivindicar, o que nasceu nas manifesta��es de junho.

E a partir de agora, o que acontece?
O que chamo de democracia da efici�ncia, onde voc� reivindica efici�ncia dos servi�os p�blicos e privados. Nos movimentos de junho, n�o foram apenas as institui��es p�blicas que foram atacadas. H� 15 anos atr�s, voc� ligava para uma tele (empresa de telefonia) qualquer e se conformava em ficar quinze minutos esperando.

Est�o sendo marcadas uma s�rie de paralisa��es por causa do receio das demiss�es. Isso n�o � preocupante?
Os movimentos s�o leg�timos, mas voc� usou uma palavra preambular: o receio de. N�o � porque foi demitido. O que o governo tem de fazer � tentar mobilizar a economia para manter o pleno emprego.

A democracia da efici�ncia n�o exige um choque de gest�o no poder p�blico, algo que n�o vem acontecendo?
Esse choque de efici�ncia est� sendo feito. Mas as coisas n�o acontecem da noite para o dia. E muita delas n�o � s� o governo quem faz, est�o ancoradas na iniciativa privada.

A oposi��o quer aproveitar a CPMI da Petrobras para arranhar a imagem de gestora da presidente Dilma Rousseff. Vai dar certo?

A presidente tem uma credibilidade pessoal acima de qualquer press�o. O que est� envolvido nas discuss�es at� o momento � se houve ou n�o um mau neg�cio (na compra da refinaria de Pasadena, no Texas). Sobre as suspeitas de corrup��o, a CPI vai apurar. E n�o s� a CPI, o Minist�rio P�blico tamb�m.

O senhor foi companheiro de parlamento dos dois principais advers�rios da presidente Dilma, o senador A�cio Neves e o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos. Qual dos dois � mais dif�cil de ser enfrentado?

A quest�o n�o � pessoal. A popula��o vai olhar e medir quem vai conseguir satisfazer seus interesses. As pessoas v�o dizer que votam na presidente Dilma porque ela fez isso ou aquilo ou nos candidatos A ou B porque eles poder�o fazer isso ou aquilo. A Dilma tem muito a mostrar. 


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